Setor do comércio deve gerar 1% a mais de empregos no municí­pio





David Bonis

Lucia Bonini Favorito diz que lojistas vão procurar candidatos de perfil jovem

 

O comércio local já começou a contratar visando ao aumento da demanda para ao período de final de ano. De acordo com a presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial), Lucia Bonini Favorito, a projeção é gerar 1% a mais de empregos no setor em comparação aos números do ano passado.

Em 2013, foram gerados pouco mais de mil postos com carteira assinada nos três últimos meses do ano, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Segundo Lucia, o perfil de profissionais que os lojistas mais buscarão para contratar neste período são aqueles que têm entre 18 e 25 anos.

“Muitos jovens estão mais preparados do que algumas pessoas mais velhas, porque querem estudar, têm disposição e são mais dedicados. Mas, também, há espaço para pessoas mais velhas. A experiência pode auxiliar essas pessoas”.

Ainda conforme a presidente da ACE, a melhor maneira de conseguir uma colocação no comércio é distribuindo currículos pessoalmente. “Entregue o currículo em mãos ao gerente da loja. Nesse período em que eles (os lojistas) buscam rapidez nas contratações, essa é uma forma de acelerar o processo”, orienta.

Havia receio por parte de alguns lojistas de que o consumo local neste final de ano fosse impactado negativamente pelas demissões ocorridas na indústria ao longo de 2014.

Nos oito primeiros meses do ano, o saldo entre demitidos e contratados no setor foi de 791 postos de trabalho a menos, segundo dados do Caged, contabilizados pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

A perda desses postos poderia afetar o consumo no comércio e, consequentemente, impedir que o número de contratados aumentasse. Lucia não concorda com a tese.

Para ela, as demissões não afetarão as compras de fim de ano porque os desligamentos ocorreram “recentemente” e os demitidos ainda recebem benefícios garantidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), como o seguro-desemprego.

Para ela, o efeito das demissões e a relação com o comércio pode ser outra. O setor, que normalmente se expande nos finais de ano, pode absorver os profissionais demitidos pela indústria, principalmente de forma temporária.

“É possível, sim. A cada dez funcionários no setor, o mercado vai recolher três. Olhe quantas lojas temos e quantas pessoas vamos precisar”, argumenta.

Embora ela acredite que o mau contexto da indústria não vai impactar negativamente o comércio, Lucia garante que os lojistas se prepararam para este momento.

“O comerciante está procurando aplicar preços mais baixos. Isso ajuda muito o comércio de Tatuí, porque os empresários estão antenados quanto a isso. Eles também têm muita coisa que podem oferecer ao consumidor. Há ofertas do tipo ‘compre três, leve um’”, antecipa.

“Claro que não queremos que quem foi demitido gaste todo seu dinheiro, mas gaste de forma correspondente aos ganhos”, completa.

Ela diz que a ACE funcionará como entidade catalisadora de ações para propor discussões e alavancar as vendas do setor. No próximo mês de novembro, a entidade distribuirá cupons dentro dos 600 comércios associados para sortear dois automóveis.

Quem comprar um item dentro das lojas vinculadas à entidade poderá solicitar um cupom de participação no sorteio, que ocorrerá em janeiro de 2015.

Apenas dois fatores externos influenciam o comércio local, conforme Lucia. O primeiro é o calor. Segundo ela, as altas temperaturas estão ajudando os lojistas, que se prepararam para a ocasião, pois estão oferecendo produtos correspondentes ao calor.

A única diferença que ela tem notado em relação ao consumo é que os clientes estão comprando em horários nos quais a incidência solar é menor: pela manhã e à tarde.

O outro fator que influencia nos caminhos que o comércio local pode tomar são as eleições presidenciais. O segundo turno do pleito ocorre no próximo domingo, 26. “Esse é um fator que impacta a todos os empresários do Brasil, e aqui não seria diferente”.

Sem declarar apoio a nenhum dos candidatos, Lucia reforça que o empresariado local esteja preparado para o resultado do pleito.

“Vamos ter uma alegria muito grande se a escolha (do novo presidente) for positiva para o povo, mas, mesmo assim, temos que estar preparados. O empresário tem que agir com cautela”.

Para ela, o projeto que vencer as eleições deve trabalhar pelas microempresas. “Os governos, quaisquer que sejam, devem olhar com carinho para o microempresário, porque eles estão segurando o Brasil. Deveria haver uma redução na burocracia e no número de taxas que as microempresas pagam”.