Vereadores de Tatuí abordam iluminação e uniformes

Vigia nos postos de saúde e UTI neonatal são reivindicados

Em ordinária, vereadores reivindicam melhorias para a cidade (Foto: Juliana Jardim)
Da reportagem

Na sessão ordinária da Câmara Municipal, ocorrida na noite de segunda-feira, 6, os vereadores de Tatuí votaram favoráveis aos requerimentos e moções de aplausos e congratulações.

Houve requerimentos destinados ao Executivo sobre a iluminação pública, entrega de uniformes escolares e referente à receita orçamentária do município.

Jairo Martins (PL) subiu à tribuna para falar sobre as lâmpadas de LED. Ele argumentou que, na passarela Lázaro Duarte, no bairro Santa Adélia, os pedestres estão tendo dificuldades em transitar pelo local, em razão da ausência de iluminação.

Desta forma, ele solicitou à vereadora Micheli Tosta Gibin Vaz (PSD) que converse com o secretário do Governo e Transportes Públicos, Luís Donizetti Vaz Júnior (marido da parlamentar), para buscar uma solução.

“As pessoas passam pela passarela com lanterna, e até vela acendem. É um perigo”, declarou. Micheli rebateu, dizendo achar estranho os argumentos do colega, em razão, segundo ela, de os pregões para as compras das lâmpadas estarem sendo sucessivamente impugnadas “por uma pessoa ligada a ele”.

“Se ela parar de impugnar o pregão da compra, logo chegarão as lâmpadas e a cidade estará toda iluminada”, afirmou. Em resposta às declarações da vereadora, Martins alegou que a pessoa citada por ela (não identificada por ambos) não tem poder de interferência nas ações do Executivo.

E acrescentou que os parlamentares têm de apontar as necessidades da população, e a administração municipal, solucionar os problemas. “Nós somos do povo. A pessoa que você citou é uma só, e o prefeito é a cidade toda”, reforçou.

Paulo Sérgio de Almeida Martins (PSD) reiterou as declarações da vereadora, apontando um pré- candidato a vereador, “a favor da oposição”, como responsável pela impugnação do pregão da nova solicitação para a compra de lâmpadas.

José Eduardo Morais Perbellini (Republicanos) falou sobre as enchentes do estado do Rio Grande do Sul. Ele disse não ter como não se solidarizar com a população, enquanto a tribuna estaria sendo usada para se “falar somente de assuntos que já fazem parte da rotina do Legislativo há três anos”.

“Não consigo vir aqui hoje e não falar dos nossos irmãos que morreram no Rio Grande do Sul. Alegria para o Brasil são aquelas pessoas que estão trabalhando na enchente e correndo o risco de ficarem doentes”, disse ele, em referência a declarações do apresentador Luciano Huck, que declarou que o show da Madonna no país serviu para alegrar o povo brasileiro.

Com as ações de ajuda, realizadas em diversos pontos da cidade, Perbellini solicitou que a Câmara também fosse um local para a coleta de donativos.

O presidente do Legislativo, Eduardo Dade Sallum (PT), disse concordar com o pedido do colega, solicitando a ele um requerimento formal para a administração da Casa de Leis.

Luzia Fermino (União) encaminhou ao Executivo requerimentos pedindo esclarecimentos sobre a falta de vacinas contra a Covid-19, varicela e HPV, além de insumos (luvas, frascos de alimentação e outros) nas unidades básicas de saúde.

Ela também solicitou a construção de uma lombada, além de iluminação, na estrada Nova União, de acesso ao bairro Caguassu e Jardins de Tatuí. E pediu também uma lombada na rua Ademar Rosa da Silva e a sinalização de trânsito na Oscar Chagas, “principalmente em frente à Fatec”.

Por fim, a vereadora solicitou vigilância noturna nas unidades básicas de saúde. Ela contou que, no final de semana, foram roubados, da UBS da vila Angélica, “itens necessários para o atendimento da população”.

Fábio José Menezes Bueno (PL) falou sobre o uniforme escolar entregue pela prefeitura no dia 30 de abril. Ele disse ter recebido diversas reclamações de mães, relatando sobre a qualidade do produto, além de questionarem sobre o motivo pelo qual os alunos receberam apenas um conjunto.

De acordo com o parlamentar, as maiores contestações estão sendo em razão do tecido fino das camisetas. Desta forma, salientou que as mães de meninas têm reclamado devido ao vestuário transparecer o corpo das estudantes.

Ele ainda sustentou que algumas peças estão sendo entregues “com rasgos, desbotadas e com a costura malfeita”. João Éder Alves Miguel (União) disse ter tido a resposta da prefeitura sobre o valor gasto para a confecção das peças.

De acordo com ele, a administração municipal informou que o montante foi de R$ 6,314 milhões. Ele também questionou sobre a qualidade dos produtos, dizendo também ter recebido reclamações.

“Recebemos fotos de uniformes rasgados já no primeiro uso, além de permitir a visualização do corpo das meninas, deixando-as desconfortáveis com a situação”, declarou. E ainda questionou o Executivo sobre o prazo para a entrega da segunda remessa dos uniformes.

Ele também solicitou a manutenção de estradas rurais dos bairros Campinho, Gramado, Enxovia e Astória. Pediu, ainda, iluminação em trechos específicos do bairro dos Mirandas, pontos de ônibus dentro do bairro Caguassu e a manutenção da praça do São Conrado.

A implantação de uma unidade de terapia intensiva neonatal na Santa Casa de Tatuí foi reivindicada por Maurício Couto (Progressistas). Ele falou sobre a necessidade da UTI nos cuidados com os recém-nascidos.

De acordo com ele, a unidade atenderia bebês com infecções congênitas, insuficiências respiratórias ou cardíacas e outras patologias que o bebê possa vir a desenvolver após o nascimento.

Ele informou que todos as crianças com algum comprometimento pós-parto são encaminhadas a outras cidades. Desta forma, os trâmites podem demorar, em razão da espera de transporte e vagas da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross).

“E por que não ter essa unidade aqui em Tatuí? Precisamos ter esse planejamento e estudo, porque a nossa população merece. E quando se trata de vida, o tempo é primordial para serem prestados os melhores cuidados”, argumentou.

Antonio Marcos de Abreu (Republicanos) acentuou, dizendo que vem solicitando a implantação da UTI neonatal desde 2013, quando assumiu o primeiro mandato como vereador. Ele explicou que seria um atendimento considerado de alta complexidade, sendo que a cidade só possui o de pequena e média.

Abreu ressaltou que alguns atendimentos “complexos” são feitos em Tatuí. No entanto, afirmou não ser da complexidade do município. Desta forma, o paciente é encaminhado a outras cidades, por meio do núcleo da Divisão Regional de Saúde.

Micheli reconheceu os esforços da equipe do Setor de Combate à Dengue, da prefeitura, dedicando uma moção de aplausos e congratulações aos agentes de endemias, de controle de combate ao mosquito e aos funcionários de nebulização da empresa Sime Prag, “pela dedicação e excelente trabalho que a equipe vem realizando no combate à doença”.

“Hoje, a dengue está totalmente equilibrada dentro dos limites possíveis. Tatuí está sendo falada na região, mas de uma forma positiva, tornando-se cidade exemplo no combate ao mosquito”, argumentou.

Ela também dedicou uma moção de aplauso ao trabalho realizado pelo banco de perucas mantido pela prefeitura, por meio do Fundo Social de Solidariedade de Tatuí. Na ação, o Fusstat empresta perucas aos pacientes que perderam os cabelos vítimas de câncer.

No banco, os usuários podem emprestar, trocar e, após o uso, devolver as perucas para serem utilizadas por outros pacientes. “Parabéns Regiane (Oliveira Rosa Cardoso, presidente do Fusstat) por todo esse empenho e olhar humanizado, e parabéns ao prefeito Miguel (Lopes Cardoso Júnior) por se empenhar pelas pessoas que mais precisam”, declarou.

Na tribuna, Sallum abordou a receita orçamentária do município. De acordo com ele, para que Tatuí tenha o mesmo poder de compra do ano de 2010, deveria ter arrecadado até o final do ano passado R$ 702 milhões. “Nós temos quase R$ 100 milhões de déficit na receita do município”, apontou. O Orçamento aprovado pelo município este ano é de R$ 633,9 milhões.

Ele argumentou estar sendo “ignorado” pela prefeitura, ao questioná-la sobre a retenção da receita de contratos públicos. Desta forma, ele disse acreditar que, com a retenção desses papéis, a administração municipal teria em caixa entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões por ano a mais no Orçamento.

“Se batermos os números, estão vindo mais recursos dos governos estadual e federal, se comparados aos anos anteriores. E isso se deve à falta de pessoas técnicas na prefeitura”, afirmou.