‘Black Friday’ deve incrementar em até 30% o comércio nas lojas locais

 

A ACE (Associação Comercial e Empresarial de Tatuí) prevê incremento de 30% nas vendas na “Black Friday” desde ano em comparação com a campanha de 2015.

Ao contrário do que ocorreu no ano passado, quando lojistas fizeram a queima de estoque em um único dia, em 2016, diversos empresários começaram a dar descontos em produtos na segunda-feira, 21.

De acordo com a presidente da ACE, Lúcia Bonini Favorito, a expectativa de aumento das vendas deve-se ao maior número de lojistas que aderiram à campanha, que é realizada pela associação. Ao todo, entre 80 e 120 filiados participam da promoção, além de comerciantes que não fazem parte da ACE.

“Nós elaboramos os cartazes para os comerciantes afiliados. Tem alguns que fizeram faixas grandes para destacarem bem nas fachadas”, afirmou Lúcia.

A presidente acredita que, mesmo com a crise econômica vivenciada pelo país, os consumidores se prepararam para comprar presentes natalinos na “Black Friday”. A antecipação ajuda, segundo Lucia, na economia das famílias, possibilitando a aquisição de presentes a um preço menor.

A campanha estendida para a semana toda auxilia na divulgação das promoções das lojas e também dá tempo aos fregueses de compararem os preços em diferentes estabelecimentos.

“Vai do lojista fazer a semana toda. A gente espera que as lojas coloquem os preços lá embaixo, para atrair os consumidores. Nós sabemos da situação da nossa cidade, da nossa economia, e queremos ajudar os fregueses a comprar presentes com preços acessíveis”, declarou.

A própria presidente da ACE afirmou que visitou lojas da cidade para fazer as compras. A maior parte dos lojistas que aderiu à campanha é dos ramos de vestuário, calçados e perfumaria. São produtos de maior rotatividade e renovados com coleções nas trocas de estações.

“Todos estão fazendo com muito carinho para o consumidor. A maior parte das lojas que entraram na promoção é da região central. Porém, temos muitos comércios nos bairros que estão aderindo, independente de ser da associação ou não”, contou.

A presidente da ACE crê que os consumidores “estão mais atentos e antenados” aos preços praticados no comércio. Por isso, ela acha difícil a ocorrência de falsas promoções na cidade.

“Faço questão, como presidente, de rodar pelo comércio e verificar que as promoções são verdadeiras. Isso reforça a confiança que o consumidor tem nos nossos lojistas”, declarou.

Para evitar problemas, alguns lojistas tiraram produtos que não estão em promoção dos expositores, deixando somente mercadorias com descontos à venda. Outra estratégia dos comerciantes é dividir a loja em duas seções: a da “Black Friday” e a dos produtos fora da promoção.

“Tem lojas que não têm espaço para tirar produtos de exposição, então, separam em seções. Além disso, os vendedores sempre explicam aos clientes o que está em promoção e o que não está”, esclareceu.

Segundo Lúcia, o consumidor não se importa com o fato de que os produtos em promoção possam fazer parte de coleções passadas. Para ela, o que vale é a roupa ou o calçado ser do gosto do comprador e “caber no bolso”.

A promoção da “Black Friday” teve início nos Estados Unidos e acontece no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças, feriado no qual os norte-americanos comemoram as realizações do ano e trocam presentes. A ação é marcada sempre para a quarta quinta-feira do mês de novembro.

No Brasil, a chegada da “Black Friday” deu-se em 2010. Para a presidente da ACT, a data dá a oportunidade aos comerciantes de esvaziarem os estoques antes da chegada dos produtos destinados às vendas natalinas.

“Antigamente, os lojistas faziam estoques grandes de um ano para o outro; hoje, não. Eles fazem ofertas e vendem tudo que podem. A mercadoria é como dinheiro parado. Compensa dar desconto grande e aumentar o faturamento”, explicou.

As promoções aumentam o fôlego das lojas nos investimentos de mercadorias para o final de ano. “Algumas fábricas, inclusive, usam a mesma estratégia com as grandes redes. Eles vendem a produção com preços baixos para lançar produtos novos”.

Conforme a presidente, o comércio local está “se adequando ao de São Paulo”. A abertura de lojas de produtos importados possibilita ao consumidor preços baixos durante todo o ano.

“Shopping”

A campanha de Natal deste ano deverá transformar o centro de Tatuí em um “shopping aberto”, apontou a presidente da ACE. De acordo com Lúcia, a associação programa, além dos tradicionais sorteios de prêmios, a instalação de um playground na rua Prudente de Moraes, próximo ao Mercado Municipal “Nilzo Vanni”.

A ACE reservará três datas, ainda a serem definidas, para a instalação dos brinquedos infláveis. A meta é agradar as crianças, tidas como grandes agentes influenciadores de compras.

“Vamos ter coisas inéditas, para que o consumidor se sinta em um shopping aberto. Estamos planejando, com os lojistas, enfeites diferenciados para as vitrines e teremos, no dia 1o, a chegada do Papai Noel”, contou.

Os esforços, segundo a presidente, são para que os tatuianos gastem no comércio local, mantendo a renda na própria cidade. “Precisamos dessa conscientização, pois é Tatuí que emprega os nossos filhos, e, comprando aqui, nós ajudamos a preservar empregos e renda”, argumentou.