Para ter ‘o que pensar e fazer’

“Haters” é termo comum e inerente às redes sociais, cujo significado também é de pleno conhecimento: “odiador” – aquele fulano que odeia a tudo e a todos e, escondendo-se sob o suposto anonimato da internet, externa toda a típica ausência de coragem, polidez e conhecimento de causa.

Afora as agressões comuns, contudo, característica marcante do “hater” é a baixíssima autoestima, evidente quando, no afã das ofensas, acaba por depreciar a si mesmo ou, no mínimo, algo do qual ele próprio faz parte. “Falar mal” do país e da cidade onde se vive é exemplo.

Outra qualidade do cidadão de coraçãozinho cheio de mágoa é a postura sistemática da desconstrução, sempre pontuando pessimismo e supervalorizando os problemas e obstáculos – não raro, sem apresentar soluções, claro.

Ao passo que uns (não muitos, infelizmente) trabalham em favor do desenvolvimento, das resoluções, das novidades, os “haters” praguejam –não conseguindo ocultar a inveja sobre quem age e “faz acontecer”.

Muito bem, como os odiadores estão por todas as redes sociais e em meio a todos os assuntos – mesmo naqueles em que não são chamados, tampouco bem-vindos -, o desenvolvimento turístico em Tatuí, naturalmente, não ficaria alheio às xucrices virtuais.

Na mesma medida em que se busca promover o turismo, as reações acontecem – até por quem poderia se beneficiar com o desenvolvimento desse setor – por incrível que isto possa parecer…

Uma vez que o jornal O Progresso, junto à Secretaria Municipal do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude e ao Conselho Municipal de Turismo (Comtur), tem sido um dos agentes mais convictos desse movimento (e, naturalmente, por ser um veículo de comunicação), aqui costumam pipocar muitas das ranhetices virtuais.

Estas manifestações de parco saber são compartilhadas, comumente, por meio da seguinte questão: “O que tem para fazer em Tatuí?”.

A dúvida é tão estranha quanto as teorias da conspiração, também tão em voga e onipresentes nas redes sociais, como a de que o mundo é uma grande pizza: redondo, mas achatado e com bordas (alguns até creem que com bordas recheadas de catupiry).

De fato, parecem “haters” de outro planeta ou dimensão. Afinal, só podem ter aterrissado ontem em Tatuí para nunca terem ouvido falar da maior escola de música da América Latina (que abriga uma casa de espetáculos fabulosa), de um privilegiado aeroclube e do único resort pedagógico do Brasil – só para lembrar alguns dos atrativos locais.

De qualquer maneira, tanto para “haters” quanto para os tatuianos que valorizam sua terra e para os turistas cada vez mais presentes, o jornal O Progresso dá início à quarta edição do Guia Turístico e Gastronômico “Tatuí Cidade Ternura”.

A partir de uma carência da Capital da Música, que até 2016 não possuía nenhuma publicação especializada em sua gastronomia e potencial turístico, O Progresso produziu esse guia com todos os prestadores de serviços e empresas das áreas de turismo, lazer, cultura, alimentação e hospedagem do município.

Exclusivo dentro desses segmentos, o guia “Tatuí Cidade Ternura” alcançou grande repercussão, especialmente por servir a duas funções em uma única publicação: como amplo e completo informativo em gastronomia e lazer para os próprios tatuianos e, ainda, por atender aos turistas em busca de informações sobre a cidade.

A publicação, que também tem contribuído concretamente com a divulgação da Capital da Música além das fronteiras locais, integrou o movimento que ajudou Tatuí a ser reconhecida como MIT (Município de Interesse Turístico) do Estado de São Paulo.

Ainda, de forma positivamente inesperada, no momento, o guia “Tatuí Cidade Ternura” tem sido utilizado como exclusivo material de divulgação até pelos profissionais do Uber na cidade, que têm na publicação um roteiro frequentemente seguido pelos turistas.

A proposta de criação do guia surgiu em uma das reuniões do Comtur, realizada no início de 2016, quando foi observada, justamente, a inexistência de um material informativo contendo os atrativos turísticos, culturais e gastronômicos da cidade.

A partir de então, essa carência embasou a criação do guia, projetado para ser distribuído –gratuitamente – não apenas a todos os assinantes do jornal, mas junto aos principais pontos de circulação do município.

Como conteúdo, o guia apresenta reportagens sobre os principais pontos turísticos locais, além de todos os bares, cafés e restaurantes, hospedagens, festas, eventos anuais e uma especial indicação: todos os produtores de doces, inclusive, os artesanais.

A listagem geral (“gratuita” aos anunciantes) é composta no formato de classificados, à qual são acrescidas as publicidades com informações em detalhes sobre os estabelecimentos, além dos “publieditoriais” (conteúdo sobre as empresas e serviços no formato de reportagem) e dos anúncios tradicionais.

Assim, a publicação se tornou exclusiva na cidade, servindo, realmente, como um guia, vez que não apenas apresenta nomes e contatos dos anunciantes, mas ressalta os pontos turísticos com reportagens.

Trata-se de um modelo de publicação que, em jornalismo, aposta em “ter o que ler”, em “conteúdo”, em um produto a ser guardado como fonte de consulta e referência, jamais em algo descompromissado com o público, ou mesmo descartável.

Por sua vez, até para viabilizar a participação dos empreendimentos de menor porte, o projeto gráfico do guia é configurado em formato de gibi e em papel jornal, embora todo colorido. Dessa forma, a proposta tanto facilita o manuseio quanto amplia a possibilidade de anunciantes, com publicidades muito mais acessíveis.

Pelo resultado e repercussão do trabalho, tanto se evidenciam os reais e diversos atrativos locais quanto se percebe a falta de sentido e propósito em desprestigiá-los.

Na verdade, chega a parecer pura maldade – senão ignorância de forasteiros indolentes – blasfemar contra uma cidade que carrega em sua história a tradição da música, do doce e da “ternura”.