
Aqui, Ali, Acolá
José Ortiz de Camargo Neto *
Crianças-cachorro – Conta-me o finlandês M. L. que, em sua terra, muitas crianças e adolescentes resolveram ser cachorros. Vão vestidos de cães à escola, e quando o professor lhes faz perguntas, respondem latindo… Como lhes ensinam na sociedade que podem ser o que quiserem, resolveram ser animais… Não me admira que, logo, logo, alguns resolvam ser árvores e fiquem plantados à margem de alguma estrada… O perigo é algum lenhador os serrar para transformá-los em postes…
Patos na China – Enquanto isso, agricultores chineses usam uma técnica milenar para plantar arroz. Soltam milhares de patos no meio da plantação. Estes sentem-se à vontade no charco, comem insetos e ervas daninhas, deixando o arroz crescer em paz. Ao mesmo tempo, suas fezes adubam a plantação. Depois da colheita, o produtor vende a safra e também os patos para consumo, lucrando duplamente.
Pequenos versos
A revolução industrial
dividiu o trabalho,
mas não o capital…
Trabalho e capital – Isto me remete ao livro “Trabalho e Capital”, publicado na França, em 1989, por Norberto Keppe. Diz ele, nesta obra considerada a mais original em termos de economia que: trabalhar sem usufruir do capital é tão nocivo quanto ter o capital sem trabalhar. Ambas as condutas adoecem o ser humano.
O caminho mais saudável é do empreendedor, que trabalha para si mesmo e a sociedade, pois une o trabalho ao capital, seja este empreendedor uma pessoa ou um grupo cooperativo, que divide entre si o lucro do trabalho.
Se só o trabalho correto dá saúde… Neste caso podemos dizer que os juros altos e impostos excessivos impedem o empreendedorismo e, assim, barram a felicidade possível do ser humano.
Esta situação precisa ser corrigida, para que o cidadão seja encorajado e ajudado a abrir sua empresa e trabalhar. Como o trabalho é a riqueza, não o dinheiro, o breque à atividade empobrece a nação.
Até breve.
* Jornalista e escritor tatuiano