írbitro tatuiano é indicado para ir a ‘intercâmbio’ oferecido pela Uefa





Arquivo pessoal

O tatuiano Danilo Manis, é um dos três brasileiros selecionados para curso oferecido pela Uefa

 

Consolidado no quadro de arbitragem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) há dez anos, o tatuiano Danilo Ricardo Simon Manis está prestes a dar mais um passo importante em sua carreira. Desta vez, em gramados internacionais.

No mês que vem, ele embarca para a cidade de Nyon, na Suíça, para um curso que o projetará internacionalmente. A formação pode representar, “mas não necessariamente”, a porta de entrada para a Fifa (Federação Internacional de Futebol).

O “intercâmbio de conhecimento” é oferecido pela Uefa (União das Federações Europeias de Futebol) e foi aberto pela primeira vez a um trio sul-americano.

Manis é um dos três brasileiros indicados pela CBF a aproveitá-lo. Os selecionados terão parte das despesas (passagens aéreas) bancadas pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). O restante do investimento que visa à troca de experiências entre árbitros é pago pela entidade europeia.

Para chegar a esse ponto, o tatuiano trilhou uma carreira de persistência, disciplina e investimento em formação. Manis ingressou na arbitragem em 2001, concluindo curso em 2002, em São Paulo, via FPF (Federação Paulista de Futebol).

O interesse surgiu por intermédio de um amigo de faculdade. “Em uma de nossas conversas, meu colega que já arbitrava me disse que eu tinha perfil”, comentou.

Na época, Manis cursava educação física na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). Depois de receber convite do amigo, ele mudou-se para Piracicaba. “Ele acabou influenciando não só a mim, mas dois ou três outros estudantes de educação física em conversas informais”, recordou-se.

A observação inicial passou a ser uma opção depois de tentativas que não se concretizaram. Por influência do pai – Pedro Manis –, o tatuiano fez várias peneiras (como são chamados os testes para tentar ingressar em um clube de futebol). Passou, anos mais tarde, em provas bem mais rigorosas para poder apitar.

Neste ano, ele completa 13 anos de profissão, marcados por uma ascensão gradual. Para apitar jogos das categorias sub-15 e sub-15 do Campeonato Paulista, Manis teve de concluir o curso de formação (composto por parte teórica e física) e passar em provas e concluir com êxito as chamadas complementações.

Ao final, ele ganhou habilitação para estagiar e bandeirar. De 2002 a 2004, ele apitou jogos da 5ª divisão do Paulista (sub-15 e sub-17) e da categoria sub-20. Nesse período, teve uma de suas atuações em campo analisada pela CBF e virou modelo de comportamento a ser seguido pelos árbitros da 1ª divisão.

“Na época mandaram uma fita, um VHS, de quando eu estava em Osvaldo Cruz. Viram que eu estava seguindo todo o protocolo e correndo bem e com boa postura. Citaram-me como exemplo para os demais, porque estava há quase 600 quilômetros de São Paulo e trabalhando com vontade”, comentou.

Daí em diante, Manis começou a bandeirar pela 4ª divisão. Subiu para a elite quando fez trabalhos pela A3 (3ª divisão). “Daí eu tive oportunidade de ir para série C e, em seguida, para a 1ª divisão”, descreveu. Em seguida, o tatuiano entrou para a série A1 em 2005, ano no qual integrou o quadro nacional.

A coroação pelo 11º ano na 1ª divisão veio em outubro do ano passado, com a convocação para curso a ser ministrado pela Uefa. Ele prevê um intercâmbio entre árbitros.

“O objetivo é criar uma uniformização e a transmissão de conhecimento de como a entidade europeia entende que o trabalho de um árbitro de futebol deve ser”, disse.

Além da técnica, os participantes desenvolverão competência de relacionamento social e terão oportunidade de aprimorar conhecimento em línguas (inglês). “Tudo isso para que eles tenham a experiência do que é trabalhar em um jogo com pessoas de culturas diferentes e que falam outra língua”, falou.

Esta é a primeira vez que o treinamento voltado a jovens árbitros recebe um trio sul-americano. Manis fará o curso juntamente com Wagner Reway, do Mato Grosso, e Eduardo Cru, do Mato Grosso do Sul. Os três foram selecionados pela comissão de arbitragem da CBF, sendo convidados em outubro de 2014.

O trio viajará para Nyon no dia 14 de março, iniciando os trabalhos no dia 16 do mesmo mês. Na Suíça, eles trocarão experiências por um período de dez dias, incluindo teoria, física, técnica e finalizando com jogo das ligas suíça ou francesa.

Na volta para o Brasil, os três manterão contato com um “coach” (treinador). Em setembro, eles retornam para Nyon para a conclusão (consolidação).