Usina de reciclagem de resí­duos de construção civil começará a operar





José Vicente Alamino

Usina de reciclagem de resíduos está passando por testes

 

A usina de reciclagem de resíduos de construção civil está passando por testes e começará a operar até o final deste mês ou início do próximo. Ela já está regulamentada, segundo o diretor do Departamento do Meio Ambiente, José Vicente Alamino.

Está em andamento, também, a regulamentação do Plano de Resíduos Sólidos do município, que visa especificar como deve ser feito o procedimento da usina.

Houve um vendaval onde está situada a usina e, por isso, o local sofreu alguns prejuízos, atrasando o início do funcionamento.

Durante a semana que se inicia, a empresa responsável pela reforma dos danos realizará testes e, se o resultado for positivo, o sistema pode começar a funcionar.

Alamino afirma que, depois de a usina iniciar os trabalhos, será feita uma campanha de descarte “consciente” de resíduos de construção civil, para a população tomar ciência e entender como os entulhos deverão ser descartados.

“Dentro de uma caçamba, nem sempre vai entulho. Para se ter uma ideia, a avaliação feita por nós é de que somente 30% são entulho. Tem toda a gama de material que não deveria estar naquela caçamba. Inclusive, essa campanha é para dizer exatamente como funciona o descarte”, acrescentou.

O responsável pelo entulho será o gerador. Ele terá responsabilidade legal sobre o que produz. A partir do momento em que contrata uma caçamba, ele vai ter que assinar um documento, especificando exatamente que será colocado entulho nela.

O problema em responsabilizar o gerador do resíduo, no caso de outros materiais descartados, é que ele não tem controle sobre o lixo que outras pessoas possam vir a jogar na caçamba.

De acordo com Alamino, para evitar que a população descumpra a lei e descarte outros tipos de materiais que não sejam os despejos de construção civil, o Departamento de Meio Ambiente vai “trabalhar forte no ato de fiscalizar”.

“Se não tiver uma fiscalização em cima, uma orientação para a população, o sistema não funciona”, declarou.

A expectativa de Alamino é de que a usina realmente dê certo, porque o descarte na cidade estaria muito irregular, e a Prefeitura tem dificuldade em fazer o controle. Com um local adequado, ele entende que ficará mais fácil controlar e fiscalizar.

Os materiais gerados pela usina, a princípio, serão utilizados nos empreendimentos da Prefeitura e, futuramente, também aplicados em estradas rurais.

As vias de terra podem ganhar novo revestimento. Os resíduos passarão por uma triagem, e o que restar será misturado à terra, deixando o caminho mais regular.

Alamino afirma que, no prazo de um ano e meio, a usina, provavelmente, estará funcionando “perfeitamente”. Depois desse prazo, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) quer que não sejam mais jogados entulhos na área próxima ao antigo aterro.

As empresas de caçamba participaram de reuniões em que ficou acertado que terão de fazer recadastramento junto à Prefeitura. Os caçambeiros pagarão para depositar os materiais na usina, mas o valor ainda não foi definido.

Na regulamentação, está especificado que as caçambas terão de ser padronizadas. “A padronização serve para que tenhamos um controle, porque nosso objetivo é que o sistema seja ‘on-line’, ou seja, cada caçamba, de cada empresa, vai ter um número específico. Vamos saber, exatamente, onde está a caçamba. Isto serve para facilitar o trabalho deles, para evitar que tenham caçambeiros clandestinos que façam um trabalho irregular e prejudique-os”, afirmou Alamino.

A usina, que está localizada no bairro Gramado, terá capacidade de processamento de 40 toneladas por hora e funcionará de acordo com o horário de expediente dos servidores públicos, das 8h às 17h.

Serão necessários, aproximadamente, 15 funcionários para o funcionamento da empresa, sendo que o Departamento de Meio Ambiente será responsável por capacitá-los para trabalhar com a separação dos materiais.

De acordo com Alamino, serão instalados seis ecopontos na cidade, sendo que quatro estão planejados para o próximo ano, dois no primeiro semestre e dois no segundo.

Os locais ainda não estão definidos, mas está certo que serão em pontos críticos de descarte irregular de resíduos da construção civil.

Os ecopontos servirão para a população depositar pequenos volumes de resíduos (até um metro cúbico) de construção civil, ou seja, quando uma casa sofrer pequena reforma e não precisar de caçamba, o morador levará o despejo e a Prefeitura fará o transporte até a usina.

Esses pontos auxiliarão no funcionamento da usina e, espera-se, ajudarão na diminuição de entulhos jogados de maneira irregular nas ruas da cidade.