Tatuí confirma mais de 200 casos de dengue em menos de uma semana

Equipes de trabalho fazem nebulização na região do Jardim Santa Rita de Cássia e Tanquinho (foto: AI Prefeitura)
Da reportagem

O número de moradores infectados pela dengue atingiu recorde em Tatuí neste ano. Até às 19h de segunda-feira, 8, a cidade havia somado 831 notificações da doença, das quais 570 haviam sido confirmadas e 183, descartadas.

A Vigilância Epidemiológica ainda aguardava o resultado de mais 78 exames suspeitos da doença. Até o fechamento do relatório mais recente emitido pelo órgão, não havia nenhum registro de morte causado por dengue em Tatuí.

Dos casos confirmados, 566 são autóctones (contraídos no município) e quatro, importados (adquiridos em outras cidades). A maioria dos infectados é da região do Jardim Santa Rita de Cássia.

O índice de casos positivos da doença subiu 54,47% nos últimos cinco dias, já que, até quinta-feira, 4, o órgão somava 369 casos confirmados da doença. Os números representam média diária de 40,2 confirmações, com 201 moradores infectados em menos de uma semana.

As fichas epidemiológicas, da Vigilância Epidemiológica, de 1992 até 2021, apontam que este é o ano com maior número de casos autóctones da doença.

O índice de casos, em pouco mais de um mês, é maior que a totalidade dos registrados em 2020, quando se somaram 314 infectados entre janeiro e dezembro.

A coordenadora da VE, enfermeira Rosana de Oliveira, ressalta que, desde 2015, o número de notificações e casos confirmados da doença não era tão expressivo no município. Naquele ano, houve o pior índice da séria histórica, com 590 confirmados (151 importados e 439 autóctones).

“Em 2015, tivemos um ‘boom’, com 439 casos autóctones, e em 2020, com 314 casos. Mas, esses números são referentes ao período de 12 meses. Atualmente, em apenas 35 dias de 2021, já chegamos à triste realidade de 566 casos adquiridos no próprio município e mais quatro casos importados, somando 570 confirmados”, aponta Rosana.

A enfermeira acentua que, neste período de calor e chuvas, a reprodução do mosquito Aedes Aegypti(transmissor da dengue, zika e chikungunya) aumenta significativamente, devido ao maior número de locais favoráveis para a criação dos focos.

Portanto, a Secretaria Municipal de Saúde ressalta estar intensificando as orientações de cuidados em todos os bairros, orientando os moradores para a eliminação dos criadouros do mosquito.

Além disso, a prefeitura informa que diversas nebulizações (aplicação de inseticida) estão sendo feitas pelas ruas dos bairros onde foram registrados os maiores índices de casos autóctones.

Para a redução dos casos da doença, o Setor de Combate à Dengue enfatiza ser preciso “que cada munícipe se conscientize e adote medidas simples e eficazes no combate aos possíveis criadouros do mosquito”.

As orientações são:limpar e verificar regularmente pontos que podem acumular água, como calhas, tonéis, lixeiras e caixas-d’água; esvaziar garrafas e mantê-las com a boca virada para baixo; retirar os pratos de vasos das plantas; verificar o tamanho do cano do ladrão (se tiver menos de 1,5 metro, colocar uma tela mosqueteira); deixar pneus e lonas abrigados da chuva; colocar sal ou sabão em pó nos vasos sanitários e ralos não utilizados com frequência; e fazer o tratamento constante de piscinas, da bandeja do reservatório de água atrás da geladeira, de brinquedos nos quintais e de bebedouros de animais.

Unidade exclusiva

Para agilizar o atendimento das pessoas com sintomas de dengue, desde a quarta-feira da semana passada, 3,a prefeitura disponibiliza a “Unidade de Atendimento à Dengue”, nas dependências da Santa Casa de Misericórdia, com entrada pela avenida Cônego João Clímaco.

Somente nesse local – sem contar os casos confirmados da doença em outras unidades de saúde públicas e particulares -, em quatro dias de funcionamento,202 pessoas receberam atendimento médico e 429 passaram por consulta com a equipe de enfermagem, resultando em 197 casos positivos de dengue, 87 negativos, 7 hemogramas, 73 atendimentos na farmácia e 30 soro terapias.

De acordo com a secretária da Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins, o espaço conta com médicos, enfermeiros e demais profissionais da Saúde. No local, conforme a necessidade e critério médico, também são realizados exames e medicações.

A secretária orienta que, para saber se a dengue foi contraída, é preciso consultar um médico e realizar exames, já que os sintomas da doença podem ser confundidos com outras patologias.

Segundo o Ministério da Saúde, as ocorrências mais comuns são: febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e articulares. Em casos mais graves, o paciente pode sofrer hemorragia intensa e choque hemorrágico (quando perde mais de 20% do sangue ou fluídos corporais), o que pode ser fatal.

Quem apresentar febre, acompanhada de, pelo menos, dois sintomas como náuseas, vômitos, manchas avermelhadas pelo corpo, dor nas articulações, dor de cabeça ou dor no fundo dos olhos, deve procurar a Unidade de Atendimento à Dengue.

O serviço no espaço, exclusivo para pacientes com sintomas da doença, funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h. No período noturno e aos finais de semana, é necessário procurar a UPA (unidade de pronto atendimento).

A secretária ressalta que todas as UBSs (unidades básicas de saúde) continuam atendendo os pacientes com suspeitas de dengue, realizando as notificações, a coleta de exames e todas as ações necessárias, conforme protocolo do Ministério da Saúde.