Simeão Sobral intensifica treino í s vésperas de revezamento de tocha





A tocha olímpica passará por Tatuí daqui a uma semana, dia 17. Parte integrante da solenidade que marca o início das Olimpíadas 2016, o revezamento contará com 20 condutores na cidade. Um deles, em especial, intensificou treino preparatório. Trata-se do advogado aposentado Simeão José Sobral.

Exemplo de disposição, de vida e de simplicidade, Simeão Sobral (como é mais conhecido no município) esbanja vitalidade. Desde o ano passado, ele tem vivido uma verdadeira maratona de compromissos. Boa parte deles por conta da aproximação do centenário, marca a ser atingida no dia 26 de novembro deste ano.

Também em 2015, o aposentado precisou mudar a rotina. Uma vez por semana ele vai à Associação Atlética XI de Agosto, clube que já comandou, para um treino preparatório. A rotina mescla a parte física com a mental.

“Tenho uma vida antes, como advogado, e outra depois, como aposentado”, iniciou.

Em qualquer que seja o papel, Sobral nunca parou de se movimentar. No entanto, com a notícia de que seria um dos condutores da tocha olímpica, ele decidiu se preparar melhor fisicamente.

“Eu nem sei direito como fui escolhido (para participar do revezamento). A minha mulher e a filha dela descobriram que precisava fazer uma inscrição, não sei onde, e lançaram meu nome. Eu, mesmo, não sabia de nada”, declarou.

Sócio-fundador do Rotary Club de Tatuí e envolvido em importantes conquistas do município, o advogado aposentado teve a sugestão de nome aprovada pela Prefeitura. “Então, eu me tornei candidato ao revezamento”, explicou.

A confirmação veio no início deste ano, com um misto de “espanto e de orgulho”. A uma semana do evento no município, o aposentado ainda não sabe em qual trecho carregará a chama olímpica. “O trajeto todo foi anunciado, mas eu não sei qual vou conduzir. Até agora houve só uma reunião”, contou.

Preocupado com a responsabilidade, Sobral mudou o hábito. Passou a aumentar a caminhada. Os exercícios são feitos na rua e no próprio XI de Agosto, em dias alternados. A intenção é “ganhar fôlego” para não fazer feio no trajeto.

Na associação, Sobral anda pelo campo do Estádio “Dr. Gualter Nunes” e demais espaços. Entre uma caminhada e outra faz um “pit stop” no bar agostino para encontrar com amigos e discutir sobre o assunto preferido: o futebol. “Eu ando meio espertinho para ir desenvolvendo a musculatura”, relatou.

A preparação é descompromissada, no melhor sentido da palavra. Tanto que Sobral dispensa o acompanhamento de um profissional de educação física. “Eu vou fazendo da minha cabeça. Se for para andar um passo comum, ainda ando bem, mas se for meio acelerado, o negócio já complica”, disse.

Um dos sócios mais antigos do XI de Agosto, o aposentado tem uma ligação especial com o clube. Não só pela prática esportiva, mas pelo contexto pessoal. “Eu sou um ‘habitué’ do XI. Ele faz parte da minha vida. Venho aqui e converso com todo mundo. Tomamos umas Brahma e assim vai indo”.

O penúltimo treino do aposentado aconteceu na quarta-feira, 6, sendo acompanhado por O Progresso. A reportagem encontrou Sobral após o treino e conversou com ele sobre a expectativa e o que o momento representa.

“É uma distinção para mim e, em termos, ideológicos uma esperança de que essa tocha que vai abrir os jogos olímpicos seja o início da paz para gente. Nós estamos tanto precisando disso”, disse Sobral, que é adepto de vários esportes.

Na juventude, o aposentado praticou natação e futebol, entre outros. A primeira atividade em Tatuí e, a segunda, em São Paulo. Ele também chegou a jogar tênis, numa época em que essa modalidade esportiva não era popular.

“Nós fizemos uma experiência, mas não deu resultado. Por indisciplina, eu e meu companheiro fomos expulsos do campo e o treinador encerrou nossa carreira”, lembrou.

O episódio ocorreu na fase adulta, período em que o aposentado também disputou campeonatos. Em vários deles, defendeu a camisa do Comerciário Futebol Clube. “Era uma pinguçaiada que jogava futebol. Mas antigamente, não era muito comum estar premiando. O objetivo era mais se divertir”, citou.

A confraternização, aliás, é o combustível que mantém Sobral frequentador assíduo do clube agostino, somando-se à cerveja. A caminhada sempre regada à conversa é considerada pelo aposentado como uma “atividade completa”.

“Aqui é um lugar alegre, um clube que conheço desde a fundação e tenho amigos. De maneira que é um fator positivo na vida da gente”, encerrou o condutor.