Projeto comunitário que une crianças, jovens e adolescentes de dois bairros considerados rurais do município cresceu. A iniciativa, que começou em 2010 a partir de Sérgio Augusto Marciliano Queiroz, ganhou, neste mês, um terceiro volume.
Trata-se do filme “A Volta de Artrúcios”, integrante da trilogia “Chácara Queto”. Este novo trabalho tem cenas gravadas na propriedade que dá nome ao projeto e em locações externas – a mais curiosa delas, o Hospital Avançado, desativado em outubro de 2002. Também há passagens pela Praça da Matriz.
Escrita por Sérgio Augusto, a produção amadora tem 55 minutos. A história se desenrola como uma continuação do vídeo anterior, lançado em tempo recorde, em junho deste ano. Dois meses depois, o grupo de jovens produziu o filme que conta a vingança de Artrúcios, um mago que volta à chácara para se vingar.
Ele quer punição para os envolvidos na morte de Morgana, uma bruxa que “levou a pior”. Para isso, conta com a ajuda de outras duas feiticeiras poderosas, Valesca e Cátia Flávia. Elas capturam João Melado e o transformam em Hozi. Já Artrúcios ataca tia Tereza e as crianças que vivem na chácara.
Com classificação livre, o filme conta, também, com presença do saci. O personagem do folclore brasileiro havia sido introduzido – com destaque – no segundo filme da série. Chácara Queto é baseada na obra-prima do escritor Monteiro Lobato, “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.
Não é por acaso que os personagens centrais, como tia Tereza e os sobrinhos dela, foram introduzidos no trabalho. A dona da chácara remete à tia Nastácia, da obra original.
Os sobrinhos dela, interpretados por adolescentes que moram nas duas comunidades próximas, equivalem a Pedrinho, boneca Emília, Visconde de Sabugosa e outros personagens.
Apesar de ter o mesmo tempo dos filmes anteriores, o terceiro volume da série conta com elenco maior. Também recebeu mais apoios. O quadro de atores é formado por 31 pessoas, com direção de Sérgio Augusto.
Participam do filme: Alex Sandro, Luis Felipe, Ana Vitória, Ingrid Amaral, Felipe Samuel, Julia Vitória, Victor Wallansy, Bruna Rodrigues, Luane Reis, Larissa Assunção, Alexandra Souza, Heitor Trindade e Regina Aparecida.
Também interpretam personagens: Rafael Lemes, Cauã Lima, Caio Lima, Vitória da Silva, Victor Gean, Mateus da Silva, Mateus Ferreira, Valdirene da Silva, Mayara Queiroz, Flávia da Silva, Eric Jesus e Franciele Rodrigues.
O time de atores da Chácara Queto é completado por: Jayne Maria, Vânia da Silva, Gabriele da Silva, Andressa Santos, Moises Joabe e Fernanda Cristina.
A produção independente mistura cenas na propriedade dos pais do jovem que idealizou o projeto. Com a permissão deles, Sérgio Augusto – que tem 18 anos – batizou o local de Chácara Queto, nome que está presente em toda a produção assinada por ele.
A lista de trabalhos inclui videoclipes musicais, uma série em temporadas e, até, desenho animado com envolvimento de adultos.
O primeiro fruto do projeto foi lançado em janeiro deste ano – em evento no Cras (Centro de Referência de Assistência Social), do Jardim Santa Rita de Cássia.
No filme de estreia, Sérgio Augusto fez a apresentação oficial da “turminha da Chácara Queto” em viagem para um acampamento. O grupo ganhou passeio no espaço da dona Sofrência e, lá, “vivera surpresas e emoções”.
A conclusão da segunda produção se deu em junho deste ano, com lançamento em DVD no mesmo mês. Em agosto, o grupo de jovens começou a distribuição – para um grupo de colaboradores – do resultado do trabalho. O jornal O Progresso recebeu uma amostra do filme na tarde de segunda-feira, 22.
Chácara Queto surgiu da junção da facilidade da internet com tempo livre. A partir desses dois fatores, Sérgio Augusto viu a oportunidade de ser produtivo e criativo. Passou a produzir, por iniciativa própria, vídeos caseiros que eram postados em redes sociais.
A primeira incursão aconteceu em 2011, com materiais “mais curtos”. De lá para cá, as filmagens aumentaram em tempo. O jovem passou a produzir vídeos com 30 minutos de duração e a exibi-los em pequenas sessões.
Cativados pelo estudante, os educadores gostaram tanto da ideia que, atualmente, fazem parte dela. Pelo menos dois já participaram de trabalhos do grupo.
No início, somente adolescentes participavam das filmagens caseiras. Os adultos vieram depois, quando os vídeos deixaram de ser exclusivos da internet e ganharam salas de aula.
A produção incluiu clipes, campanhas da turminha em apoio a ações internacionais (como o Teleton) e até desenhos animados. Estes últimos, produzidos inteiramente pelo idealizador com colaborações.
As animações são feitas à mão e nascem, primeiro, com ajuda de lápis de cor. Dos papéis, os traços são fotografados ou escaneados pelo jovem – um a um – até formarem o desenho.
O grupo faz as dublagens inseridas e sincronizadas em edição. O áudio exige interpretação de todos os participantes, que se reúnem na propriedade dos pais de Sérgio Augusto a cada um mês.
Mais detalhes sobre os projetos podem ser consultados em três canais do YouTube: “Sérgio Augusto”, “Filmes Brasileiros da Web” e “Augusto Queiroz”.