Obras de shopping center começam na segunda





A JDGS Empreendimentos assinou, na manhã de sexta-feira, 1º, o protocolo de intenções para a construção de um shopping center em Tatuí. O evento foi realizado no Centro Cultural, acompanhado por autoridades locais.

O empreendimento pode gerar até 4.000 empregos na cidade após a inauguração. De acordo com o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, serão 1.200 vagas diretas e 2.800 indiretas.

O prefeito avaliou que a construção do centro comercial vai possibilitar o “nascimento de uma nova cidade”, se referindo ao novo vetor de crescimento de Tatuí.

“Ali, vai ser o novo vetor de crescimento, com a nova entrada que vai ligar o shopping à cidade. Com certeza, vão angariar outros investimentos àquela região toda. Uma nova cidade vai nascer com esse empreendimento”, declarou.

Segundo a JDGS, a construção do shopping center terá início nesta segunda-feira, 4, com as obras de terraplanagem e preparação do solo e do canteiro de obras. O erguimento do centro comercial em si, com a construção dos alicerces e pilares, começará em janeiro de 2017.

Os investimentos no novo empreendimento podem chegar os R$ 200 milhões. Metade do dinheiro será gasto com a construção. Os outros 50% serão investidos pelos lojistas. A expectativa é de que o empreendimento fique pronto em até 24 meses.

O prefeito afirmou esperar que a abertura do shopping aumente em até 10% a geração de impostos na cidade. O acréscimo, em números atuais, seria de R$ 30 milhões anuais, considerando-se os R$ 300 milhões do Orçamento municipal previsto para o ano.

O número é expressivo, segundo ele, mesmo considerando que o empreendimento recebeu isenção fiscal pelo Pró-Tatuí (Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico de Tatuí).

“A geração de impostos é positiva, é dinheiro que a gente poderá aplicar na cidade, em infraestrutura. Evidentemente, vai gerar um impacto positivo na área de saúde, educação, enfim, tudo que é relacionado a obras no município”, avaliou.

O centro comercial abrangerá a microrregião de Tatuí, parte da região de Sorocaba e de Itapetininga. De acordo com a empresa responsável pelo empreendimento, o público a ser atingido pelo shopping pode chegar a 600 mil pessoas.

De acordo com o secretário da Indústria, Desenvolvimento Econômico e Social, Marcos Rogério Bueno, o empreendimento servirá como catalisador e aumentará a atração de moradores de cidades vizinhas a Tatuí.

“É uma expansão da área comercial. Tatuí sai de um estágio de cidade de pequeno porte para ter um protagonismo maior na microrregião no que diz respeito à economia”, avaliou Bueno.

O projeto executivo do shopping center deverá ser entregue à Prefeitura até o final deste mês. Ele já havia sido submetido a avaliações anteriores e recebeu alterações.

A empresa escolheu, para fazer o projeto arquitetônico, a DFA Arquitetura, de São Paulo. O escritório é liderado pelo arquiteto Carlos Domingues e foi responsável pelo planejamento de shoppings centers nas cidades do Rio de Janeiro, Indaiatuba, Rio Grande (RS), Londrina e Maringá (PR).

Segundo o diretor Nilton Azevedo, da JDGS, o projeto do shopping prevê a possibilidade da construção de um hotel. A edificação do local de hospedagens não seria possível, atualmente, pelo fato de outro hotel estar se instalando em Tatuí.

“Não vamos fazer em curto prazo, junto com o shopping, porque um hotel será inaugurado em breve, e isso, provavelmente, pelo porte da cidade, vai demorar um tempo. É um investimento para o futuro”, vaticinou.

Entre as vantagens de se hospedar em um “hotel de shopping”, estariam a facilidade de ter diversos serviços, como restaurantes, lojas, bares e agências bancárias em um só local, de acordo com o diretor.

“Quem estiver em um hotel que está no centro da cidade não vai ter o diferencial que nós temos, como cinema, alimentação, tudo centralizado em um local com segurança. Acho que é um diferencial ter um hotel ali”, explicou.

Os lojistas de Tatuí terão participação importante na composição do “mix” de lojas do futuro centro comercial, segundo Azevedo. A JDGS contratou uma empresa especializada em comercialização dos espaços do shopping.

Essa empresa, a Semma, está negociando a instalação das lojas “âncora”. Essas lojas são as maiores dos shoppings centers, responsáveis pela atração de consumidores para dentro do estabelecimento, por fazerem parte de grandes redes.

“Essa empresa já começou o contato, principalmente com grandes redes, como as âncoras e supermercadistas. Mas, ainda não está explorando as lojas satélites, que são as menores”, disse.

Azevedo explicou que, em um segundo momento, após a negociação com as lojas âncoras, a Semma irá procurar os lojistas locais para ocuparem os espaços menores do centro comercial.

“Eu preciso consultar a Semma sobre o cronograma de negociação com os lojistas locais, mas acredito que seja cedo para negociar”, declarou.

O diretor estima que o número de lojas âncoras deva ser entre três e quatro, enquanto o das lojas “satélites”, as menores, em torno de 170 unidades.

“Pode mudar o planejamento e ser um pouco a mais ou a menos, a depender dos tamanhos de cada uma das lojas. Têm lojas pequenas, médias e grandes. Se conseguirmos fechar cinco ao invés de quatro âncoras, o espaço para lojas menores, as chamadas lojas satélites, fica menor”, explicou.

Nilton Azevedo afirmou que as oportunidades que o shopping center trará para os tatuianos irão além da parceria com os lojistas locais e com a abertura de vagas de empregos na cidade.

Segundo ele, empresas de Tatuí do ramo de terraplanagem e de construção civil estão sendo procuradas para oferecerem orçamentos, gerando mais renda no próprio município. Após a inauguração do empreendimento, a empresa espera firmar parcerias com firmas locais dos ramos de vigilância e limpeza.

As vantagens das empresas locais foram elencadas pelo diretor da JDGS. Pelo fato de já estarem na cidade, o custo do serviço poderá ser mais vantajoso, por excluir despesas como deslocamento, mobilização e alojamento de funcionários, no caso das empresas de construção civil.

“Os profissionais de Tatuí não terão esses custos e podem, eventualmente, apresentarem custos mais interessantes para nós, e, claro, vão acabar ganhando essas licitações”, avaliou.

A área onde será construído o empreendimento comercial foi adquirida pela JDGS no final de 2014. O terreno tem 120 mil metros quadrados, dos quais, 40 mil deles serão destinados à construção, que envolve o espaço para as lojas, áreas técnicas, docas, arruamento e estacionamento.

Para efeito de comparação, o Itapetininga Shopping tem 40 mil metros quadrados, 56 lojas satélites e quatro âncoras.

De acordo com o diretor da empresa, a maior parte do shopping terá pavimento único. Entretanto, em algumas partes o projeto arquitetônico prevê a construção de um andar adicional. Detalhes sobre o projeto deverão ser apresentados no final deste mês.

Para a construção do shopping, a JDGS Empreendimentos constituiu uma nova empresa, a JDGS SCT (Shopping Center Tatuí). A unidade está registrada na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) e tem capital social de R$ 10,3 milhões.

A renda e os hábitos de consumo da população da região foram avaliados pela JDGS. Ele disse que a maior parte dos visitantes do futuro shopping serão famílias da classe “C”, também chamada de classe média. Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a renda mensal desses grupos familiares varia entre R$ 1.700 e R$ 7.400.

“Esse shopping tem que se enquadrar a esse público. A maior parte deve ser da classe “C”, nessa região, mas é claro que tem público das classes “A” e “B” aqui, que serão atendidos também pelo empreendimento”, explicou.

Nome sairá em 90 dias

A expectativa dos que acompanharam a assinatura do protocolo de intenções era de que o nome do shopping center fosse divulgado durante a cerimônia.

O diretor da JDGS afirmou que o processo de escolha do nome do centro comercial deve terminar em até 90 dias. O “branding” do empreendimento é conduzido por uma consultoria da área. Além da definição da denominação, a empresa escolherá a marca e a identidade visual.

“Esse estudo vai passar por toda a comunicação interna do shopping, e esse processo demora mais para quem quer fazer a coisa certa”, explicou Azevedo.

A presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial) de Tatuí, Lúcia Bonini Favorito, classificou como positiva a vinda do novo empreendimento comercial para a cidade.

Ela disse que o centro comercial trará mais empregos e vai gerar mais renda, o que, de certa forma, beneficiará o comércio local.

Lúcia afirmou que a associação foi procurada pelos empresários responsáveis pela construção do shopping. Eles iniciaram os primeiros contatos com os lojistas locais. “Porém, disse ela, “não temos nada objetivamente falando”.