O 7 de outubro

Estamos vivendo numa terrível escuridão na noite política de nosso país. Ventania soprando forte, trovões e raios, tiros e facada! Raiva, ódio, rancor nas esquinas. Redes sociais (?) fervendo no caldeirão das paixões.

De dentro da cadeia (!) um ex-presidente comanda seu candidato à presidência da República. O pensamento e a mensagem é: “nós contra eles”. Do quarto do hospital onde foi internado, após receber traiçoeira facada em plena praça pública, no meio da multidão, o capitão reformado, Jair Bolsonaro, também comanda sua campanha eleitoral à presidência da República. O recado é: uma arma para cada brasileiro. E lidera as pesquisas eleitorais desde o começo da campanha eleitoral.

Preocupa-me o pronunciamento das urnas em 7 de outubro próximo. Será o grito triunfante do radicalismo abafando a esperança silenciosa daqueles que sonham com a pacificação nacional? O Brasil precisa de paz, respeito, tolerância, ética e competência para retomar o caminho da prosperidade para todos. Temos que ficar longe da arrogância, da burrice ideológica, da dúvida e do pessimismo sobre a capacidade da nação brasileira recuperar-se.

Nosso desencanto não é com a Política e sim com aqueles que fizeram da política um covil de ladrões. Felizmente ainda existe gente de bem na atividade política, e o ipezinho solitário de minha rua está derramando flores amarelas sobre a calçada. Não podemos desertar de nossos sonhos e esperanças de um Brasil mais justo e fraterno. Afinal, “Quanto mais nos aprofundamos na escuridão da noite, mais nos aproximamos do clarão da madrugada” – dizia Jacques Maritain.

* Nascido em Missão Velha, no cariri cearense, é procurador aposentado de São Paulo. Tem poemas e crônicas publicadas em Portugal e na Argentina. É articulista do jornal O Progresso e autor de diversos livros.