Novos atletas selecionados esperam viagem para treinamento no Paraná

Alemão joga pelo Bom de Bola, Caas/Futmax e Magnus Futsal (Foto: Divulgação)
Da reportagem

Durante novembro do ano passado, um dos treinos do Bom de Bola, no estádio “Professor José Simeão Sobral”, na vila Jurema, recebeu a visita de observadores do Trieste Futebol Clube, núcleo de captação de atletas do Clube de Regatas do Flamengo.

Os jovens pré-aprovados nas “peneiras” realizadas pelo Trieste ficam, inicialmente, uma semana em Curitiba (PR), nas dependências do clube de base, para novas avaliações. O período na capital paranaense é custeado pelo Trieste e pelo Flamengo.

O núcleo de captação já havia realizado peneiras na região – inclusive, em Tatuí -, em fevereiro de 2020. Diego Barros, treinador do Bom de Bola, informa que o Trieste solicitou que as avaliações fossem feitas de maneira diferente, em forma de amistosos, os quais foram disputados contra o Saint Roch, de Boituva, e o Projeto Resgate, de Itapetininga.

Na oportunidade, o goleiro Marcus Vinícius, da categoria sub-11, o zagueiro João, da sub-14, o lateral-direito Kauã, da sub-10, os meio-campistas Rafinha e Miguel, da sub-9, e o atacante Riyan, o Alemão, também da sub-9, foram selecionados para uma nova avaliação em Curitiba.

Conforme Barros, os garotos das categorias sub-9 a sub-11 devem integrar um projeto de monitoramento, justamente por conta da pouca idade. O treinador destaca a união formada entre os pais de outros atletas do Bom de Bola para que os selecionados possam viajar.

“Tem sido legal a história e o esforço dos pais. Eles se uniram, colaborando de diferentes formas para contribuir com a viagem dos meninos”, aponta.

Na segunda-feira da semana passada, 11, Miguel, Rafinha e Alemão, acompanhados dos respectivos responsáveis, deveriam embarcar para uma etapa de treinamentos na sede do Trieste. Barros também iria à capital paranaense para passar por período de estágio.

Entretanto, três dias antes da viagem, a prefeitura de Curitiba publicou decreto municipal prorrogando a “bandeira laranja”, com medidas restritivas para frear a disseminação do novo coronavírus por mais 15 dias.

Entre as atividades suspensas pelo documento, está o funcionamento de espaços de prática de atividades esportivas coletivas, localizados em praças e demais bens públicos ou privados da capital paranaense.

O período de avaliação de Miguel, Rafinha e Alemão foi reagendado para os dias 1º e 5 de março, mas, para isso, a prefeitura de Curitiba ainda terá de publicar novo decreto municipal liberando as atividades esportivas.

Alemão conta que ficou muito feliz ao saber que tinha sido selecionado, mas revela ter se dedicado e feito “uma ótima preparação junto com os amigos e Barros”, no Bom de Bola, para receber a oportunidade.

Mesmo no período de férias, os atletas continuaram treinando diariamente ao longo das semanas, preparando-se para a nova avaliação. Alemão diz estar bastante confiante e preparado para fazer o melhor e avançar em mais uma etapa.

“Estou bastante ansioso e não vejo a hora de estar lá, onde viverei minha primeira semana como jogador de futebol, vivenciando o dia a dia deles”, completa o garoto, que tem Cristiano Ronaldo, Neymar e Ronaldo como ídolos no esporte.

De acordo com Cléber Silva, pai de Alemão, o filho começou a realizar avaliações no ano passado e passou em todas. Além de ser selecionado na peneira do Trieste, foi aprovado em seletivas do ASF/Magnus Futsal e do Caas/Futmax e integra o elenco sub-9 das duas equipes sorocabanas de futsal.

Silva conta que o filho possui rotina intensa, com treinos diários – às vezes, duplos – e jogos nas três agremiações, com apoio dele e da esposa Talita Rodrigues. “Não medimos esforços para que ele possa continuar sonhando em ser jogador profissional de futebol ou futsal”, comenta.

No entanto, o casal frisa não deixar Alemão “abrir mão” dos estudos. “Temos um trato, de que ele só irá jogar e treinar se as notas estiverem boas na escola. Caso contrário, o futebol ficará em segundo plano”, acentua.

Silva e Talita se mostram gratos aos “treinadores que ajudam Alemão a evoluir no dia a dia, não somente no futebol, como na vida pessoal”. Segundo o casal, o garoto está apenas iniciando no mundo do futebol e ainda tem um “árduo e longo caminho pela frente”.

No entanto, os pais reconhecem as conquistas já alcançadas por Alemão. “Ele está jogando no melhor time de futebol da região, que é o Bom de Bola, no melhor time de futsal da região, o Caas Futmax, no time campeão invicto da Liga Nacional de Futsal e tricampeão mundial, o Magnus Futsal, e foi selecionado pelo Flamengo, o atual campeão brasileiro e da Copa Libertadores da América”, destaca Silva.

Já a viagem do jovem goleiro Marcus para Curitiba deverá acontecer somente em março. “Ainda não temos uma data exata do dia da viagem, devido à segunda onda de Covid-19. Nós ficaremos na torcida para um bom desempenho dele na próxima fase do teste, pois é um menino muito dedicado e ama ser goleiro”, afirma a mãe, Simone Cristina Araújo Grecchi.

Ela afirma que o filho ficou bastante feliz quando recebeu a notícia da seleção dele. Simone reforça que Marcus é bastante dedicado nos treinamentos e esperava que os esforços fossem reconhecidos. “Nós, da família, sentimos muito orgulho dele e ficamos felizes pela oportunidade”, completa.

A mãe diz que Marcus sempre gostou de futebol, mas não de correr atrás da bola, até que se encantou pela função de goleiro. Ele pode treinar na casa com a irmã gêmea, Ana Laura Araújo Grecchi, apenas dois minutos mais velha, que também treina no Bom de Bola.

Em 2019, Ana Laura foi a primeira menina a defender Tatuí na Taça Band Futebol de Base. A jogadora integrou a equipe sub-9 do Bom de Bola, juntamente com Marcus, na disputa da competição mirim.

Em uma família palmeirense, Simone garante que os ídolos do filho são Marcos e Weverton, ex e atual goleiro do Palmeiras, respectivamente, além do treinador dele.

“Ele se espelha muito nos dois. Assiste vídeos de defesas e treinamentos de dois grandes goleiros do Brasil. Ele tem muita admiração por Barros, um excelente treinador e uma ótima pessoa”, ressalta.

Conforme a mãe, indiferentemente do resultado da avaliação, “será uma experiência muito válida para a vida do menino, pois terá uma clara noção de como é a vida de um jogador, com dificuldades, renúncias e disciplina”.

“Procuramos passar para ele o lado bom de ser um jogador, porém, tem o lado difícil também”, reconhece. “Então, ele poderá dizer se realmente é essa a carreira que irá querer seguir, e sempre terá o nosso apoio”, finalizou Simone.