Da reportagem
A morte de uma dona de casa de 43 anos, moradora da vila Primavera, na manhã de domingo passado, 31 de outubro, no Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”, após ter sido agredida pelo marido, repercutiu na sessão ordinária ocorrida na noite de segunda-feira, 8, na Câmara Municipal.
De acordo com boletim de ocorrência registrado na Delegacia Central de Tatuí, amigos do casal informaram à Polícia Civil que o marido da vítima, Valdo de Oliveira, teria confessado a agressão contra a esposa, Maria Elisa Pereira Silva.
Durante o encontro parlamentar, Eduardo Dade Sallum (PT) relembrou que, na sessão ordinária anterior, ocorrida na quarta-feira, 3, os vereadores haviam aprovado um requerimento solicitando implementação de uma casa de acolhimento às mulheres vítimas de violência em Tatuí.
Conforme Sallum, a falta do local para acolhimento das vítimas reflete em sentimento de impunidade e insegurança, pois, segundo ele, a vítima faz a denúncia, mas tem de continuar na casa do agressor.
Para ele, “as agressões domésticas não começam de uma hora para outra e, de repente, levam as vítimas a óbito”, apontando ocorrerem de forma corriqueira.“Será que se nós tivéssemos uma casa de abrigo às mulheres vítimas de violência em Tatuí não teríamos salvado essa vida?”, questionou.
O vereador ainda recordou que a ex-prefeita Maria José Vieira de Camargo já havia sinalizado a intenção de implementar uma casa de acolhimento às mulheres vítimas de violência no município, o que ainda não aconteceu. “Não é uma coisa que dá para esperar. É urgente!”, frisou Sallum.
Na sequência, o parlamentar relembrou o falecimento da parteira Adelaide Selma Paulina Remde Satel, em junho do ano passado. O marido dela, o motorista Anísio Moreira Satel, foi acusado de feminicídio, porém, acabou absolvido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em setembro, por falta de provas para condenação.
“Na época, a população de Tatuí correu o risco, em meio à pandemia, para fazer um protesto, porque tratava-se de algo urgente. O feminicídio está matando, assim como a pandemia mata”, declarou o vereador.
Por fim, Sallum cobrou ações da prefeitura em relação ao tema. “Não estou falando sobre infraestrutura ou fazer praças. Buraco, você tampa depois. Estou falando de vidas”, declarou.