Sinal amarelo





O Centro de Estatística e Prevenção de Acidentes de Trânsito entrou em operação no dia 1º deste mês. De iniciativa da Prefeitura e sob a responsabilidade do Demutt (Departamento Municipal de Trânsito e Transportes), ele consiste num sistema de acompanhamento de acidentes.

Em janeiro, o diretor do departamento, Francisco Antonio de Souza Fernandes, Quincas, antecipou a instalação do sistema a O Progresso.

Na ocasião, detalhou mudanças de mão de direção em seis pontos do município e falou sobre o processo de terceirização da chamada “zona azul”. O estacionamento rotativo ainda é administrado pela Prefeitura.

Quincas reuniu-se na segunda-feira, 9, com o diretor do Departamento Municipal de Tecnologia da Informação, Juliano Crispim. O encontro serviu para apresentação do projeto aos representantes da Guarda Civil Municipal, Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

A central permite a integração e atualização, em um programa de computador, de todos os acidentes. O processo de registro estatístico inicia-se com o recolhimento dos boletins de ocorrência elaborados pela Polícia Militar e GCM, e por registros do Samu e bombeiros.

Segundo afirmou Quincas, o programa reúne dados de circulação na cidade, incluindo estatísticas de acidentes e informações sobre as vítimas.

“Todas essas informações contribuirão para um trabalho de prevenção e maior atuação do departamento nos locais em que forem detectados índices de acidentes acima do normal”, declarou ele.

Já o diretor de TI relatou que os dados dos acidentes de trânsito são “georreferenciados” um a um, subsidiando, assim, as ações integradas para a redução de acidentes.

“Estes números são imprescindíveis para a definição das intervenções do poder público nas áreas de engenharia, fiscalização, sinalização e educação no trânsito”, comentou.

De posse dessas informações, a Prefeitura terá um banco de dados, que “dará subsídios estatísticos para implantação de políticas públicas voltadas à mobilidade urbana”.

Trata-se de mais uma tentativa de minimizar os problemas de trânsito locais, os quais têm aumentado, acompanhando, naturalmente, o crescimento da cidade.

Não há mágica, certamente, senão a necessidade constante de atitudes, que implicam em experiências. Se produtivas, precisam ser continuadas e aprimoradas; se não, humildemente, encerradas.

Simplesmente, estará mentindo qualquer um a sustentar que uma cidade como Tatuí, com ruas estreitas no centro e sem um planejamento “visionário” de mobilidade urbana – efetivado “lá atrás”, prevendo-se o futuro -, terá “todos” os problemas de trânsito resolvidos.

Não é isto que está anunciando o Demutt. Na prática, busca uma espécie de “controle de danos”, tanto na busca de maior mobilidade quanto na prevenção de acidentes. Correto quanto a isto.

Não obstante, a “imobilidade” urbana é uma realidade inequívoca, tal a falta de água. Uma hora ou outra, o trânsito vai parar, assim como a torneira, a pingar.

Só resta remediar a situação e aprender a conviver com a nova realidade. Por isto mesmo, mais uma vez, é preciso educação – ou melhor, reeducação. Por enquanto, menos mal que ainda estamos no sinal amarelo.