A Secretaria Municipal de Saúde de Tatuí está intensificando o combate contra o Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. No dia 4, a equipe de combate à dengue e de agentes comunitários da cidade receberam a visita da Superintendência de Controle de Endemias, a Sucen, da região de Sorocaba.
Segundo Marilu Rodrigues da Costa, coordenadora de vigilância epidemiológica de Tatuí, a reunião serviu para que a Sucen, órgão vinculado à Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo, passasse recomendações à equipe de combate à dengue local.
Segundo ela, tanto a equipe quanto os agentes comunitários estão fazendo visitas aos moradores do município para “conscientizar”. “Nessa intensificação, estamos pegando agentes comunitários da Secretaria de Saúde, junto com a nossa equipe de combate à dengue, e eles estão indo de casa em casa”, explicou.
Para Marilu, não adianta somente a secretaria criar ações contra a dengue, “já que a população também tem que se conscientizar do seu papel”.
Segundo ela, muitas pessoas sequer deixam que os agentes de saúde entrem em suas casas. “A população tem que estar de portas abertas para os agentes. Ainda tem muita recusa de moradores que não aceitam nossas visitas”, contou.
Além do apoio da população, todas as secretarias da Prefeitura vão se unir no combate ao mosquito. “A gente também está fazendo uma roda de conversas com todas as secretarias para a gente se reunir pelo menos uma vez por mês e poder delegar o que cada uma deve fazer”, afirmou.
Como se sabe, além da dengue, o Aedes Aegypti pode transmitir o zika vírus e a febre chikungunya. Marilu explicou como é feito o diagnóstico de cada uma dessas doenças.
“Os sintomas são muito parecidos. Então, se o médico estiver com suspeita de que o paciente esteja com zika vírus, eu vou notificar que é dengue. Aí, se der negativo, nós vamos investigar se é outra doença”, explicou.
Ela conta que, apesar de muito parecidas, existem sintomas específicos de cada doença. “A chicungunya tem como maior diferença para a dengue a edema nas articulações. Já o zika vírus tem os mesmos sintomas, só que mais brandos, dá uma febre mais baixa. Só que o zika pode causar conjuntivite, como vemos em muitos casos”.
Além disso, a coordenadora afirma que a única doença transmitida pelo mosquito que está sendo combatida em Tatuí, no momento, é a dengue, já que as outras não chegaram à cidade ainda.
“Se chegar um paciente com suspeita de zika vírus e disser que não saiu de Tatuí, que não viajou, nós sabemos que ele não tem o zika”, acentuou.
Para que a cidade entre em alerta para as outras doenças, é necessário que alguém que tenha saído de Tatuí pegue o vírus e, em pouco tempo, seja identificado em uma pessoa da mesma região.
“Se a pessoa voltou de uma cidade com o vírus, a gente já fica em alerta. Se, dentro desse período de transmissão, aparecer um caso semelhante na mesma região, aí a coisa fica mais séria. Mas, se depois desse período, aparecer outro caso, aquele primeiro caso ficou isolado”, explicou.
Sobre a visita da Sucen, a coordenadora diz que há reuniões periódicas para passar instruções de como combater as doenças causadas pelo mosquito. Ela ainda lembra que, em caso de epidemia na cidade, o órgão manda equipes para auxiliar no tratamento.
“Se tiver uma epidemia aqui, eles entram em campo para combater tudo isso. Então, a cidade que estiver com problema, a Sucen chega para ajudar”, acentuou.
Apesar da mobilização dos órgãos públicos, Marilu ressalta que a população tem que ser mais ativa na luta contra a doença. “A conscientização tem que começar com a população. Não adianta só a Saúde estar conscientizada se a população não estiver. Cada um tem que fazer sua parte”, finalizou.
De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, de janeiro a novembro de 2015, 566 casos de dengue foram confirmados na cidade.
Destes, 433 foram autóctones, ou seja, contraídos no próprio município, enquanto 133 foram importados. No total, somando-se os confirmados, foram notificados 1.284 casos no município.
