Mulheres à frente

A expressão “correndo atrás” integra, não por acaso, parte do título de uma reportagem do especial “O Progresso da Mulher”, veiculado neste final de semana. Mais que isso, porém, caracteriza traço comum entre todas as pautas e, em particular, a atitude das personalidades que figuram a publicação.

Na prática, as mulheres – que tiveram sua data mundial celebrada neste dia 8 -, certamente, têm muito a percorrer para alcançar os homens em instâncias várias da sociedade, e mesmo em âmbito particular. Não é segredo que a média salarial entre eles e elas, por exemplo, ainda é desigual – por mais incrível que isto pareça, em pleno século 21…

Por algo também inexplicável, recentemente, a impressão generalizada é de que homens Brasil afora andam tomados por uma fúria ancestral, troglodita, de tal forma que casos de espancamento e até assassinatos de mulheres têm sido recorrentes no noticiário nacional.

Ainda entre outros tantos exemplos, é inquestionável o fato de que os tais “assédios” acometem muito mais as mulheres que os homens, entre os quais, muitos ainda se entendem, mesmo, não apenas como superiores, mas detentores do direito de “posse’ sobre as “fêmeas”.

Não obstante, também é evidente o avanço das mulheres em todos os espaços, públicos e privados. A famosa Lei Maria da Penha é apenas um destes exemplos – e um que, verdadeiramente, mudou a realidade das mulheres vítimas de agressões, garantindo-lhes verdadeiro e seguro apoio por parte da “Justiça”!

Em outras frentes, então, já é incalculável o quanto as mulheres correram atrás e já se colocam, inclusive, à frente dos homens. No empreendedorismo digital, por exemplo, elas são absolutas – tema também de reportagem do especial deste ano

Além desse assunto, a segunda edição do suplemento especial, no formato tabloide e todo em cor, apresenta uma série de reportagens tendo a mulher como tema e sempre a partir da realidade local, tatuiana.

Mais que marcar o mês em atenção a elas, a publicação busca promover discussões a respeito do papel da mulher na sociedade e mantém a proposta de ir além dos assuntos padrões, como moda e beleza.

Assim, o suplemento não deixa de lado os assuntos comumente do universo feminino, mas dá ênfase a temas essencialmente contemporâneos, como saúde, negócios, superação de limites e informações sobre a violência contra a mulher.

Particularmente, “O Progresso da Mulher” apresenta histórias de força e empenho nas áreas de trabalho, esporte, saúde, educação e empreendedorismo, além de exaltar iniciativas e conquistas de mulheres que fazem e fizeram a diferença no município.

As histórias e demais informações que compõem as reportagens têm como algumas das fontes o promotor de Justiça Carlos Eduardo Pozzi e o delegado Silvan Renosto (que até fevereiro era responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher).

Eles falam sobre a violência contra a mulher, explicam as leis existentes e mostram estatísticas apontando que elas estão “quebrando o silêncio”, fazendo aumentar o número de denúncias no município e, consequentemente, ajudando a acabar com a impunidade dos agressores.

As reportagens têm, ainda, a colaboração dos cirurgiões plásticos Ivan Machado e Poliana Marocolo, que abordam a saúde feminina e a prevenção como aliadas da estética.

A infância das meninas é abordada pela psicóloga infantil Marinara Aparecida Quevedo Soares. Ela fala sobre o tema “vaidade precoce”, dando dicas sobre os limites considerados saudáveis e os excessos no uso de cosméticos e produtos de beleza.

Em outra reportagem, a segunda edição aborda o assunto moda, com as empresárias Ana Flávia Miranda e Fernanda Vieira Scaglione. A primeira dá dicas sobre o que vestir e a segunda, sobre calçados que completam os “looks” em diferentes ocasiões, ressaltando o que “caiu no gosto” das tatuianas nos últimos tempos.

O suplemento também apresenta a história de empreendedorismo de Nathália Menezes, considerada uma das principais “digital influencers” da região, com mais de 22 mil seguidores no Instagram.

O especial ressalta, ainda, a história de mulheres que superaram limites e servem de exemplo, como a capitão PM Bruna Carolina dos Santos Martins, primeira mulher a comandar a 2ª Companhia da Polícia Militar de Tatuí, e a atleta Luciana Aparecida da Silva, que emagreceu mais de 30 quilos e, atualmente, representa a cidade em corridas por todo o país.

Ao acompanhar a publicação, nota-se, claramente, já ter passado o tempo em que as mulheres “apenas” preocupavam-se com a beleza e os filhos – não que isto fosse pouco ou sem importância. Hoje, na realidade, a questão é que a mulher não quer pouco, muito menos aceita a condição de inferioridade.

As mulheres, com direito e razão, querem e buscam muito! E o mais importante: elas (vocês!) têm provado que querer, sim, é “empoderamento”!