O Fundo Social de Solidariedade de Tatuí planeja iniciar as operações no antigo barracão da estação ferroviária nos próximos dez dias.
A presidente da entidade, Ana Paula Cury Fiuza Coelho, afirmou que a transferência da sede do Fundo será aos poucos e deve ter início nos próximos dias, com a ida de parte da equipe para o local.
O espaço onde serão instalados os escritórios foram limpos e pintados. Uma equipe de jardinagem podou árvores, arbustos e retirou o mato.
“Temos que fazer algumas adequações com a parte elétrica. O telhado está muito bom, assim como a parte estrutural. Eles (os antigos locatários) cuidavam bastante, pois ali era armazenado arroz”, contou.
A ideia da primeira-dama é aproveitar o espaço como sede e, também, local para a realização das aulas práticas do Polo da Construção Civil. Uma nova turma do curso terá início no começo do próximo mês.
Atualmente, os cursos têm 80 horas e duram cerca de dois meses e meio. Pela limitação de espaço, dois deles são ministrados no período noturno, enquanto o terceiro é realizado durante as tardes. Com o novo local, isso tende a mudar.
“Lá, teremos mais espaço para os três cursos, e, a partir do ano que vem, a possibilidade de aumentar o número de turmas. A princípio vamos levar as aulas práticas para lá”, explicou.
O Polo da Construção Civil tem três cursos: pedreiro, encanador e azulejista. Desde o início das operações, aproximadamente 180 pessoas foram formados pelo Fundo Social.
O curso é realizado por meio de parceria entre o governo do Estado, que paga professores e insumos, e a Prefeitura, que oferece o local.
O convênio vencerá no final do ano e não deverá ser renovado, segundo Ana Paula. O motivo é que já foi realizada uma renovação anteriormente.
Apesar de ter de arcar com os custos com o fim do contrato com o Estado, a primeira-dama afirmou que a gestão local terá maior flexibilidade na montagem dos cursos, além da possibilidade de abrir novas turmas e modalidades.
“A gente quer ampliar, fazer parcerias com sindicatos, com a Elektro. Vamos continuar com o Polo, mas buscaremos parceiros. Hoje, temos essa limitação pelo convênio com o governo”, disse.
A mudança da sede e do Polo da Construção Civil não são os únicos planos de Ana Paula para o galpão. As ideias da primeira-dama incluem a restauração do local, que dependerá da autorização do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico). O órgão estadual avalia o que pode ser feito, ou não, em edifícios tombados pelo Estado.
A reforma inclui a construção de uma cozinha, para os cursos de culinária, de um anfiteatro e de um café, onde seriam vendidos os produtos feitos pelos alunos do Fundo Social. A renda dos produtos, inclusive, seria revertida ao próprio Fundo Social, para compra de materiais e despesas gerais.
“Vai ter aula de culinária e vendas. Queremos ter uma produção diária, pois os nossos produtos são bastante pedidos e consumidos. Como vamos estar em um lugar só, vai ficar mais fácil”, explicou.
Um modelo interessante, apontado por ela e que poderia ser feito localmente, é o Centro Cultural de Araras. O espaço era uma estação ferroviária que estava abandonada e foi restaurada, unindo a arquitetura antiga e contemporânea. O local foi reformado com recursos da Lei Rouanet e o projeto arquitetônico, escolhido mediante concurso.
“Vamos a Araras, para ver a reforma que eles fizeram na antiga estação ferroviária. Vamos ver como eles fizeram os trâmites, como foi a captação de recursos para reformas”, contou.
Aquisição da estação
Ana Paula afirmou que as negociações entre a Prefeitura e a ALL (América Latina Logística) para a cessão de uso da antiga estação ferroviária estão em fase final.
O anúncio de concessão deverá acontecer nos próximos dias. Os entendimentos envolvem, além do governo local e da ALL, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte).
A Prefeitura, como contrapartida, deverá conceder um local para a concessionária de ferrovias usá-lo como escritório, segundo a presidente do Fundo Social. “Eles só precisam de uma sala para trabalhar”.
O local deverá ser transformado pelo Departamento Municipal de Cultura e Desenvolvimento Turístico em dispositivo cultural. “O (Jorge) Rizek queria fazer um centro cultural, levar a parte cultural para lá, deixar tudo bonito”, concluiu.