Furtos em geral crescem 215,78% no mês de abril deste ano, aponta a SSP

Taxa de homicídios, furtos de veículos e roubos em geral caíram no período

Ação especial do batalhão da PM de Tatuí visa redução da criminalidade (Foto: @pmsp_foco)
Da reportagem

Os registros de furtos em Tatuí cresceram 215,78% em abril, comparados aos casos contabilizados em igual período do ano passado. Os dados, divulgados no dia 25 de maio, estão disponíveis no site da SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo).

Segundo levantamento realizado pelo órgão, no quarto mês deste ano, foram registradas 60 ocorrências de furto em geral, ante 19 em abril de 2020. Em relação ao mês anterior, março, houve aumento de 11,11%, com 54 furtos.

Já os furtos de veículos caíram de cinco, em abril de 2020, para quatro, no mesmo mês deste ano – o que representa redução de 20%. A comparação com o mês anterior indica índice equivalente. Em março deste ano, também houve quatro ocorrências registradas.

O balanço oficial da SSP também mostra alguns tipos de crimes contra a vida, os quais apresentaram queda se comparados os dados de 2020. A maior redução aconteceu nos casos de homicídios dolosos.

As mortes intencionais e o número de vítimas deste tipo de crime recuaram 100% no quarto mês de 2021. No ano passado, um caso havia sido registrado, enquanto, em 2021, não houve nenhum registro. Em março deste ano, os índices também ficaram zerados.

Outro indicador em queda no quarto mês foi o de lesão corporal dolosa, com redução de 16,66%. As declarações deste tipo de crime caíram de 12 (em abril de 2020) para dez no mês deste ano.

Já os indicadores de homicídio culposo, tentativa de homicídio, lesão corporal seguida de morte, lesão corporal culposa, latrocínio e vítimas de latrocínio permaneceram zerados em abril de 2020 e em igual mês deste ano.

O número total de estupros apresentou ligeiro aumento. Em 2020, quatro pessoas registraram violência sexual, enquanto em 2021 o número chegou a cinco – o que representa crescimento de 25%.

Os crimes sexuais que vitimaram adultos permaneceram zerados em abril dos dois anos analisados. Já as vítimas menores de idade e pessoas tidas como vulneráveis subiram de quatro para cinco no período.

Em relação a março deste ano, os crimes desta categoria representaram salto de 150%. No terceiro mês deste ano, a cidade teve dois casos de crimes sexuais envolvendo menores – não houve ocorrência deste tipo contra adultos.

As ocorrências de roubos em geral (incluindo a banco e de carga) permaneceram iguais, com cinco casos em abril de 2020 e outros cinco no quarto mês deste ano. Em relação a março deste ano, houve aumento de 100%, com dois casos.

Os indicadores também apontam equivalência no número de roubo de veículos. Dois foram registrados em abril de 2020 e outros dois no quarto mês deste ano. Já na comparação com o mês de março, quando apenas um caso foi declarado, o aumento é de 100%

Na tabela divulgada pelo órgão estadual, os índices em relação ao trânsito apresentaram aumento. O número de lesões corporais culposas envolvendo veículos, com feridos em acidentes e atropelamentos, subiu de zero para sete no quarto mês deste ano.

Na comparação entre março e abril deste ano, o número de lesões corporais culposas por acidente de trânsito subiu 600%. No terceiro mês, o levantamento da Secretaria de Segurança indicou apenas um registro deste tipo de ocorrência.

Nos casos de homicídio culposo por acidente de trânsito (quando não há intenção), a aferição indicou aumento de zero (em abril de 2020) para um (em abril de 2021). Em relação a março, houve ligeira queda, já que no terceiro mês a SSP indicou duas ocorrências.

Entre os homicídios dolosos envolvendo pilotos de veículos e vítimas de homicídio doloso por acidente, não houve casos desde o mês de janeiro até abril dos dois anos consultados.

Produtividade

Conforme a tabela, no quarto mês deste ano, foram instaurados 110 inquéritos policiais, contra 73 em abril do ano passado. Os flagrantes lavrados caíram de 41, em 2020, para 31, em igual período deste ano.

Ainda segundo a mesma fonte, os casos de porte de entorpecentes caíram de dois para um no quarto mês deste ano. O indicador de apreensão de drogas (somente as ocorrências em que houve apreensão sem pessoas envolvidas) permaneceu zerado em abril dos dois anos.

As ocorrências de tráfico de drogas passaram de 38, em 2020, para 15, em 2021 – o número representa redução de 60,52%.

No quarto mês, houve diminuição do número de ocorrências de porte ilegal de arma, passando de três para zero neste ano. Já as apreensões de armas baixaram de nove para zero em abril deste ano.

No quarto mês de 2020, foram apreendidos sete menores de idade em flagrante, mesmo número de 2021. Nos dois anos, não houve nenhum menor apreendido por mandado.

Em abril deste ano, 14 pessoas acabaram detidas por mandados de prisão, enquanto no ano passado ocorreram dez registros de presos por mandado no mesmo mês. Já as situações de prisão em flagrante passaram de 53 para 35 em igual comparação.

No mesmo período, as forças de segurança ainda registraram a recuperação de dois veículos neste ano, contra três no ano passado. Já o número de prisões passou de 51, em 2020, para 45, neste ano.

Saldo do quadrimestre

No saldo do acumulado do ano, a SSP aponta que o índice de criminalidade tatuiano fechou o primeiro quadrimestre de 2021 em queda. De acordo com dados do mais recente levantamento, a cidade teve menos ocorrências em oito tipos de indicadores, em comparação ao mesmo período de 2020.

Segundo as estatísticas do órgão, na somatória dos quatro primeiros meses, a principal queda ocorreu nos casos de furtos de veículos. O indicador baixou 47%, passando de 34 para 18.

Os casos de roubos envolvendo automóveis baixaram de sete, entre janeiro e abril de 2020, para quatro nos quatro meses deste ano, o que representa queda de 43%. Já os casos de roubo a banco permaneceram zerados nos dois anos.

As estatísticas de homicídio doloso e de vítimas de homicídio doloso baixaram de dois casos para zero nos quatro meses. Já os indicadores de homicídio culposo, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e vítimas de latrocínio permaneceram zerados entre janeiro e abril nos dois anos.

Outro indicador em queda no primeiro quadrimestre foi o de lesão corporal dolosa, com redução de 23%, caindo de 93 para 72 casos.

No índice de lesões corporais culposas por acidente de trânsito (quando não há intenção), a queda foi de 20%, passando de dez para oito no quadrimestre.

Ainda com relação ao trânsito, os indicadores da SSP mostram que o homicídio doloso por acidente e de vítimas de homicídio doloso por acidente permaneceram zerados nos quatro meses de 2020 e 2021.

Os roubos em geral também apresentaram queda, com 20 ocorrências no primeiro quadrimestre de 2020 e 19 entre janeiro e abril de 2021. Já os roubos de carga subiram de um para três.

Ainda na lista de quedas, aparecem os estupros. No ano passado, três vítimas registraram ocorrência nesta categoria de crime durante os quatro primeiros meses; já em 2021, duas pessoas foram vítimas no período – queda de 33%.

Em contrapartida, as ocorrências de estupro de vulnerável (menores de 14 anos e pessoas com deficiência) subiram 18,8%, passando de 16 casos para 19, entre janeiro e abril de 2021.

Os indicadores de furtos em geral subiram 38,6% no período. Em 2020, houve 171 e, neste ano, 237 casos de crime contra o patrimônio, sem violência.

Entre os registros de homicídio culposo por acidente, a SSP mostra aumento de 66,7%, passando de três, em 2020, para cinco no primeiro quadrimestre deste ano.

Outros índices em alta nos quatro primeiros meses foram: lesão corporal culposa, com aumento de zero para dois casos, e tentativa de homicídio, com crescimento de três para quatro.

Considerações

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as estatísticas oficiais de criminalidade são utilizadas regularmente para retratar a situação da área, mas os dados oficiais de criminalidade estão sujeitos a uma série de limites de validade e confiabilidade.

Para que um crime faça parte das estatísticas oficiais, são necessárias três etapas sucessivas: ser detectado, notificado às autoridades policiais e, por último, registrado em boletim de ocorrência.

A SSP esclarece que, por estas e outras razões, “nem sempre o aumento dos dados de criminalidade oficiais pode ser interpretado como piora da situação de segurança pública”.

Ao contrário, nos locais onde é grande a “cifra negativa”, o aumento nos crimes notificados é considerado indicador positivo de credibilidade e performance policial.

O comandante da 2a Companhia da Polícia Militar de Tatuí, capitão Júlio César da Costa, ressalta ter realizado diversas ações, durante os quatro meses, visando à redução da criminalidade no município.

Uma das operações elencadas pelo comandante é a “Cavalo de Aço”, com o objetivo de auxiliar a PM na redução dos crimes de roubos e furto (em geral e de veículos). Segundo o capitão, a ação é feita com frequência e consiste na abordagem de indivíduos em atitudes consideradas suspeitas.

Além disso, o capitão conta estar trabalhando com um mapeamento das áreas com maiores índices de ocorrências, em conjunto com um sistema inteligente, visando ao direcionamento das forças de segurança em locais específicos do município.

Quanto à redução dos homicídios, o capitão destaca ter realizado diversas ações em bares, inclusive em parceria com fiscais da Vigilância Sanitária. Além das operações Saturação, “que também ajudam a evitar a criminalidade”, informa o comandante.

Estudo recente do programa “A Estrada para Crescer”, promovido pela agência Virtù em parceria com a organização suprapartidária CLP (Centro de Liderança Pública) e apoio do Grupo CCR Tatuí, destaca o município como um dos lugares mais seguros para se viver no país.

Conforme a pesquisa, a taxa de mortes por causas indeterminadas é de apenas 1,6 (por 100 mil habitantes), enquanto a média nacional é de 5,3. Outro diagnóstico relevante, segundo o “Atlas da Violência” (2019) do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), é a taxa de homicídios da cidade, de 15,5 (por 100 habitantes), bem abaixo da média nacional, de 37,6.

O estudo realizado pelo Ipea é um mapeamento das mortes violentas nos municípios brasileiros com população superior a 100 mil residentes, com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS).