Sabesp aponta aumento nos casos de entupimento da rede de esgoto

Conforme a cia., mau uso gera mais de 130 obstruções por mês em Tatuí

Água de chuva na rede coletora aumenta transbodamentos (Foto: Arquivo O Progresso)
Da reportagem

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) divulgou nesta terça-feira, 1º, por meio de nota à imprensa, um alerta para o crescimento dos casos de entupimento da rede de esgoto em Tatuí.

De acordo com levantamento da companhia, só no mês de abril, foram realizadas 64 limpezas e desinfecções de imóveis solicitadas por moradores que tiveram problemas com retorno de esgoto no município.

Nos últimos 12 meses, as equipes operacionais da Sabesp realizaram, na cidade, 1.561 serviços de manutenções nas redes coletoras de esgoto do município, entre desobstruções, consertos e trocas de redes e ramais.

“Para se ter uma ideia, são realizados, em média, 130 atendimentos por mês no município”, informa a assessoria de comunicação da companhia.

A Sabesp alerta que ligações clandestinas de água da chuva na rede coletora aumentam consideravelmente os transbordamentos de poços de visita (local de acesso às tubulações de esgoto) e, consequentemente, de retorno de esgoto em ruas e imóveis, expondo a população a doenças causadas pelo contato com o material extravasado.

Segundo a companhia estadual, o mau uso das redes também prejudica o processo realizado nas estações de tratamento de esgotos (ETE), comprometendo a eficiência do tratamento do efluente que é devolvido ao meio ambiente.

“Objetos como bitucas de cigarro, absorventes, vidros de xampu, bolas de futebol, tijolos, pedaços de pano e madeira, que deveriam ser encaminhados para lixo ou reciclagem, chegam pela tubulação”, acentua a companhia.

Para evitar que mais casos ocorram, a Sabesp reforça a necessidade do uso correto da rede coletora de esgoto. Segundo a companhia, ações simples dos moradores ajudam a evitar o entupimento da rede coletora e o retorno do esgoto para dentro dos imóveis.

“Não jogar lixo no vaso sanitário nem óleo de fritura na pia são dois exemplos. É importante também verificar se ralos e calhas enviam a água de chuva para a galeria pluvial. Caso elas estejam conectadas à rede de esgoto, podem fazer com que os rejeitos voltem para dentro de casa”, informa a companhia.

Água de chuva

No Brasil, é proibido lançar água pluvial nos ramais de esgotos. No estado de São Paulo, o decreto 5.916/75 determina a regra. Por isso, é necessário que os imóveis tenham duas saídas: a de esgoto e a pluvial.

A Sabesp explica que a primeira recolhe os resíduos do vaso sanitário, chuveiro, pia e tanque. É uma tubulação de menor porte, já que esse volume não costuma sofrer grandes variações. Já a saída pluvial, de tamanho maior, reúne a chuva e a água de lavagem que escoa por ralos e calhas.

“Os tubos devem ser separados para que o esgoto seja enviado para tratamento e para que as águas pluviais sejam encaminhadas para córregos e rios. Em alguns imóveis, porém, há uma única saída, fazendo com que a água da chuva seja jogada irregularmente na rede coletora de esgoto”, ressalta a Sabesp.

Conforme a companhia, em época de temporais, como o volume é muito grande, os coletores não conseguem dar vazão, provocando vazamento de esgoto nas ruas ou dentro de casa, especialmente na temporada de chuvas. “Da mesma forma, a caixa de inspeção do esgoto não deve ser aberta para escoar a água da chuva”.

“O uso correto da rede coletora de esgoto ajuda a proteger a saúde e o bem-estar da população, além de contribuir para a proteção do meio ambiente”, conclui a companhia.