Na edição desta quarta-feira, o jornal O Progresso de Tatuí noticiou que, até o surgimento da pandemia de Covid-19, o turismo local havia atingido crescimento de 46% nos últimos anos.
O número foi divulgado pelo secretário municipal do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli, na terça-feira, 28 de setembro, durante o 3º Encontro Municipal de Turismo.
De acordo com a pesquisa de demanda turística realizada pela pasta, entre 2016 e 2017, o município recebeu 314,1 mil visitantes; já entre 2018 e 2019, após tornar-se MIT (município de interesse turístico), o número subiu para 458.732.
O estudo, com dados atualizados até 2019 (antes do período da pandemia), foi feito por meio de entrevistas com hotéis, restaurantes, bares, lanchonetes, equipamentos culturais e turísticos da cidade.
Ainda de acordo com a pesquisa, atualmente, Tatuí tem 51 atrativos turísticos e 257 estabelecimentos cadastrados no “trade”. Juntos, eles geram mais de 1.100 empregos diretos na cidade.
“Até o ano de 2017, Tatuí não tinha recurso nenhum para o turismo. Nós tínhamos nossa dotação orçamentária e algumas verbas que vinham de deputados, mas precisávamos procurar recursos de fora, e aí entram os recursos do MIT”, explicou Sinisgalli.
Tatuí foi reconhecida como município de interesse turístico em maio de 2017, quando o ex-governador do estado, Geraldo Alckmin, sancionou lei tornando MIT as primeiras 20 cidades paulistas. Agora, a lista conta com 140.
A partir daí, Tatuí se tornou apta a receber recursos destinados aos MITs. De 2017 até este ano, R$ 1.698.77,52 foram recebidos pela cidade, por meio do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos).
No encontro, o secretário municipal lembrou que o primeiro ponto turístico revitalizado com recursos do MIT foi a praça Martinho Guedes, a Praça da Santa, com verba de 2017.
Para a obra, entregue em dezembro de 2019, a municipalidade recebeu R$ 853.510,96, sendo R$ 371.143.95 conquistados em convênio com o Dadetur de 2017 e R$ 482.367,01 referentes a repasse de 2018.
Ainda em 2018, o município recebeu outros R$ 110.2847, possibilitando a reforma de 34 placas de sinalização e orientação turística e a confecção e instalação de 15 novas, totalizando investimento de R$ 592.651,02.
No ano seguinte, o Dadetur disponibilizou outros R$ 373.874,11. O dinheiro, oriundo do convênio de 2019, é investido na primeira fase das obras do MIS (Museu da Imagem e do Som), com a ampliação do prédio do antigo matadouro, que já está sendo revitalizado para abrigar o equipamento de cultura.
Em 2020, o recurso foi contingenciado em virtude da pandemia. Já com o convênio de 2021, Tatuí receberá R$ 361.108,44, a serem aplicados na chamada “fase 2” de implantação do MIS.
Segundo Sinisgalli, o recurso deve contemplar o telhado do prédio, em restaurado, e equipamentos a serem utilizados no local. Todos os projetos passaram por análise do Comtur (Conselho Municipal de Turismo) e do COC (Conselho de Orientação e Controle).
“Algumas pessoas ainda nos perguntaram por que o município quer ser de interesse turístico e quais os benefícios para a cidade. Aí estão os números, e eles mostram o quanto o turismo tem crescido na cidade e os investimentos que não teríamos sem ser MIT”, argumentou.
Sinisgalli reforçou haver tendência de crescimento no setor para os próximos meses. Segundo ele, com o avanço da vacinação, há grande confiança de que o turismo volte a avançar.
“Em virtude do fim do isolamento social, a tendência é que as pessoas tornem a realizar viagens e atividades de lazer e entretenimento. E estudos mostram que os destinos escolhidos serão os de curta distância. Então, deve ser um bom momento para fortalecer o turismo regional”, reiterou o secretário.
Com efeito, só há perspectivas e aspectos positivos com relação à real retomada do movimento turístico em Tatuí – no país e em parte do mundo (a vacinada, pelo menos).
Há, porém, a obrigação de também não se descuidar de medidas básicas para a sustentação do esperado aquecimento dessa atividade tão vital para a economia – e para a geração de renda e empregos, por consequência –, que é o contínuo combate à pandemia.
Por mais enfadonho seja, repetir que a Covid-19 não desapareceu, exigindo, portanto, prevenções como uso de máscara, higienização e distanciamento (quando e como possível), ainda se faz necessário.
E isto porque (lógico!), se essa consciência der lugar ao descuido, a contaminação recrudesce e, com ela, inevitavelmente, os serviços de saúde passariam a ser novamente mais exigidos, impondo novas restrições, as quais, por sua vez, acabariam causando novas perdas generalizadas – não apenas no setor turístico.
Como ponto muito positivo e em paralelo, ainda não cansou divulgar – em repetição quantas vezes forem possíveis e necessárias – que a população parece ter absorvido com clareza ser a vacinação a melhor forma de combate à atual tragédia, que se iniciou como sanitária e redundou em humanitária, dado o volume de vítimas.
É francamente muito animador constatar essa realidade também em Tatuí, onde, em passado recente, muitos se deixaram levar pelo negacionismo, assim involuntariamente contribuindo com a disseminação da doença.
Não por outro motivo, com absoluta certeza, a cidade deixou de ter sua UTI pública sobrecarregada, podendo mesmo desativar a ala reservada somente aos pacientes com o novo coronavírus. É pela vacinação!
Demonstração desta consciência foi evidenciada na enquete do jornal O Progresso de Tatuí desta semana, que perguntou sobre qual seria a maior causa da diminuição de contaminações e vítimas da Covid-19 em Tatuí.
Do total de participantes, a imensa maioria indicou reconhecer a vacinação como a grande responsável pela melhora em todos os índices relacionados à pandemia. Por sua vez, quase ninguém optou pela “imunidade adquirida” e uma pequena parte registrou acreditar no chamado “tratamento precoce”.
Como pode-se concluir, muito ainda precisa ser feito em termos de conscientização. Da mesma forma que, antes, uma parcela da população não acreditava no potencial turístico de Tatuí – descrença já imunizada pela nítida evolução do setor –, agora, falta a erradicação dessa doença que só não prejudica mais o Brasil que a Covid-19: o extremismo fanático.
Em futuro breve, que vão embora finalmente o vírus e os fantasmas imaginários e venham os turistas, atraídos por nossas tradições de doçura, musicalidade e ternura! Já é tempo.