Escolas públicas e particulares organizam bailes de formatura





A procura por cerimônias de formatura aumentou nos últimos anos. Cada vez mais, alunos, pais e professores consideram a possibilidade de comemoração e registro do último ano na escola, até mesmo os da educação infantil e do primeiro ciclo do ensino fundamental.

Diretora do Colégio Anglo, Sandra Regina da Cruz, que organiza as cerimônias há mais de 15 anos para alunos que concluem a educação infantil e avançam para o primeiro ciclo do fundamental, afirma que a ideia sempre é bem aceita pelos pais.

“É uma transição muito importante para as crianças. Um amadurecimento, e todos concordam que deve ser comemorado”, aponta ela.

Sandra revela que a preparação para o evento tem início no começo do mês de março e envolve custos para os pais. “Nós começamos a escolher o local, o tema e a fantasia das crianças”, conta.

A mais recente formatura do colégio aconteceu em dezembro, no teatro “Procópio Ferreira”, na qual todos os níveis da unidade estudantil se apresentaram.

“Inclui todos os estudantes. É uma espécie de despedida. A festa é para os formandos, mas todos os demais alunos participam, e é muito agradável”, comentou.

O Colégio Bem me Quer Positivo realiza a cerimônia de formatura desde a primeira turma do ensino médio há mais de 15 anos. Para a diretora e coordenadora Maria do Carmo de Moraes Rocha, é muito importante esse momento, por ser o encerramento de um ciclo educacional.

“Eles estão concluindo um nível. Os alunos que terminam o segundo ciclo do ensino fundamental vão começar uma nova fase, e, para os alunos do ensino médio, é a despedida do colégio”.

Maria do Carmo revela que a cerimônia já é tradição no colégio e que a ideia é apoiada pelos pais dos alunos, os quais, inclusive, formam uma comissão e contribuem na escolha do local do evento, bufê e empresa responsável pela realização do evento e da contratação de fotógrafo.

A diretora conta que a organização começa no final do mês de março ou início de abril, lembrando que o colégio abrange alunos desde a educação infantil.

“Logo, eles terão o início da vida universitária. Nós queremos marcar o momento da despedida e mostrar como foram valiosos para nós”, ressalta Maria do Carmo.

A formatura mais recente do colégio aconteceu no dia 12 de dezembro de 2015, no Via Blanc Espaço Hall.

Por sua vez, o Colégio Objetivo desenvolve, no final do ano, um trabalho com as turmas das diferentes faixas etárias: os “ritos de passagem”, que consistem também em celebrações.

Conforme a secretária do colégio, Edna Machado, para os estudantes que concluem o segundo ciclo dos ensinos fundamental médio, o colégio terceiriza, por escolha dos alunos e pais, a organização das cerimônias.

O primeiro passo é escolher a comissão de formatura. “Pode ser que as aulas ainda estejam longe do fim, mas o quanto antes o responsável começar a pensar na formatura, mais tempo para organizar e obter melhores alternativas”, observa ela.

Já para Mara Cristine Britto, coordenadora do Colégio Adventista, é importante iniciar a organização com antecedência. O colégio começa as pesquisas entre fevereiro e março, para que aconteçam mais adesões – devido ao custo mensal – e para que os pais e alunos conheçam e selecionem a empresa organizadora da cerimônia.

“Nós fazemos a intermediação. Oferecemos o orçamento logo cedo, e os pais se organizam com a própria empresa de eventos para realizar os pagamentos”, explica.

A coordenadora aponta que a cerimônia de formatura acontece desde a criação do colégio, há mais de 30 anos. “Já é tradição. Uma vez, pensamos em fazer apenas a colação de grau, sem a festa, mas os pais e alunos solicitam o evento”, lembra.

Segundo Mara, a coordenação e direção do colégio ficam responsáveis por contratar som, selecionar o salão e a empresa organizadora do evento.

As cerimônias são para turmas que concluem a educação infantil, o segundo ciclo do ensino fundamental e o ensino médio. A cerimônia do ano passado aconteceu no final de 2015, no Via Blanc Espaço Hall.

O aluno da escola Marisol João Gabriel de Camargo participou da primeira formatura e conta, animado, como foi a experiência: “Foi muito bom. A melhor parte foi quando eu me despedi dos meus amigos e da minha professora”.

Para a mãe, Osaina Maciel de Pontes Camargo, o investimento vale a pena porque “é um momento único na vida da criança”. “É neste momento em que o estudante realmente se dá conta de que deixará de conviver com alguns colegas, que não seguirão com ele, e que terá de se preparar para as várias novidades da fase seguinte”, conclui.

Nas escolas públicas, o processo é outro. A professora de história da Escola Estadual “Professora Altina Maynardes Araújo” Liocilte Vieira revela que grande parte dos alunos não tem condições de pagar pela cerimônia, e, com isso, a locação de ambientes e contratação de empresas não acontece.

Liocilte conta que, quando começou a ministrar aulas na escola sobre OSBP (organização social e política do Brasil), explicando sobre organizações e eventos, citou uma cerimônia de formatura. “E começou o interesse nos alunos em organizar a festa de formatura deles. Aí, iniciou tudo”.

Os professores da escola organizam uma comissão e realizam a cerimônia, a qual, para Liocilte, é importante para que os alunos percebam e valorizem o fechamento do curso que eles estavam fazendo.

“É uma despedida, também. Como no terceiro do ensino médio, eles vão se encontrar pela rua. Dificilmente vão encontrar o grupo de alunos. Eu acho que é uma confraternização”, sustenta.

A professora revela que, nos últimos anos, uma equipe da escola é formada com professores e alunos. Um grupo fica responsável pela contribuição mensal – no valor de R$ 10 por aluno -, realiza a “cantina solidária” e, uma vez por mês, arrecada valores para o fundo da formatura com a venda de alimentos.

Liocilte organiza a sessão solene, ensaia os alunos para a entrada e regulariza toda a parte burocrática do evento. No dia da cerimônia, outras pessoas auxiliam na organização.

A professora foi funcionária da escola de 1991 até 1997, sempre organizando a formatura. Retornou em 2008 e, desde 2012, voltou a organizar a festa.

Ela lembra que, nos primeiros anos, as cerimônias eram organizadas no antigo Alvorada Clube, localizado em frente à praça Martinho Guedes (da Santa). “Vários eventos eu fiz lá, no Alvorada”, comenta.

Além da sessão solene, a professora aluga uma chácara para recreação dos formandos, e os professores formam uma equipe responsável pela alimentação. Todos os gastos são pagos parte pela escola e parte pela arrecadação dos alunos e da cantina solidária.

A última formatura aconteceu no dia 17 de dezembro de 2015, no auditório do Nebam (Núcleo de Educação Básica Municipal).