Manu faz balanço de três anos de gestão (parte 3)





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parte 2

 

Na segurança pública, as iniciativas que mais repercutiram foram centradas na chamada “cerca eletrônica” e no monitoramento das escolas. Diante dos investimentos — considerados altos especialmente por seus opositores —, o senhor entende que vale a pena sustentar essas ações?

Manu – Acho que a oposição não pode impedir você de fazer o melhor para a população. A oposição é necessária. O governo que não tem oposição corre o risco de cometer erros. Com a oposição, você diminui os erros, não que você não cometa, pois a administração pública é enorme.

É difícil de saber o que está acontecendo lá na ponta. Você sempre tem que ter a equipe bem montada, para diminuir as chances de acontecer um erro. A oposição não deixa de ser um aliado. Creio eu que todas as ações que a oposição fez nas aquisições de imóveis, que foram as compras das creches e dos prédios da Secretaria da Educação, todas respeitaram os preceitos legais.

Foram feitas as desapropriações, a avaliação, foram adquiridas pelo valor declarado justo, como é feito em todos os municípios, e não vejo nenhum problema, que a gente vá cometer algum risco. A própria Câmara Municipal, pela visão do relator, não viu nenhuma improbidade, e imagino eu que no Ministério Público vai ocorrer da mesma forma.

No caso das câmeras dentro das escolas, a partir de agosto, não tivemos nenhum problema em nenhuma creche e escola. Não houve casos de violência ao aluno, nem casos de abandono de crianças em escola, nem caso de acidentes ou vandalismo. Nenhum problema graças ao monitoramento, principalmente o vandalismo.

Perdemos uma escola no Jardim Tókio. Atearam fogo nessa escola. Hoje, não temos esses problemas. As escolas rurais eram depredadas e furtadas. Nos finais de semana, era local para usar drogas. Hoje, se o alarme dispara, a Guarda vai verificar o que está acontecendo. Hoje, é seguro, nenhum elemento vai entrar na escola e esconder droga. Não tem risco de alguém entrar na escola e pegar um filho seu.

O monitoramento de câmeras da cerca eletrônica foi um sucesso. Foi divulgada, pelo próprio jornal, a queda, pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, do índice de criminalidade na cidade. Temos o trabalho da Guarda Civil Municipal, da Polícia Militar e da Polícia Civil, sim. Mas, não tenho dúvidas de que o sistema de monitoramento, que hoje está com 50% da capacidade, quanto mais informações ele vai recebendo, ao longo dos anos, mais eficiente ele ficará.

Tenho certeza de que, no meio de 2016, este sistema estará blindando a nossa cidade. Vale lembrar que Tatuí não teve, até hoje, nenhum caso de roubo a caixas eletrônicos, nenhum arrombamento deste tipo; não tivemos, em 2014, assaltos de “saidinha de banco”, principalmente do meio do ano até agora.

É uma coisa natural. O bandido, quando vai roubar um carro, ele vai ver o carro que tem a trava e o carro que não tem. É a mesma coisa numa cidade. Quando se tem uma Guarda que está sempre trabalhando, 24 horas, e tem monitoramento por câmeras, se está mais blindado do que uma cidade que não tem nada disso. O bandido vai procurar um lugar que não tem nada disso.

Tatuí não pode deixar de trazer as melhorias porque a oposição vai criticar. No sistema de monitoramento por câmeras, todo o processo foi claro: 11 empresas participaram, e ganhou a que tinha menor preço. Ela está fazendo o serviço, e o relator foi claríssimo ao afirmar que não havia nenhum problema na contratação. Espero que o Ministério Público tenha o mesmo olhar. Estamos aqui para realizar e fazer acontecer, independentemente da oposição gostar ou não. O que vale é a população estar assegurada.

Há promessas de campanha que ainda não foram efetivamente concluídas, como a total finalização do anel viário, a criação do parque linear do ribeirão Manduca, o fim da demanda por vagas nas creches municipais, entre outras.

Entre as principais propostas de seu programa de governo, quais as que o senhor entende que conseguirá concretizar até o final do mandato e quais as que já pode concluir que não serão efetivadas?

Manu – O anel viário já está concluído e funcionando. Ele está entregue. A única coisa que o anel viário, hoje, não tem é a ligação da rodovia, que tem que ser feita pelo trevo, pois a Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) não autorizou. Não que nós não fizemos.

Agora, a Artesp tem um shopping para avaliar, a duplicação da SP-129, que também vai ter a duplicação até Cerquilho. E todo o impacto que isso vai causar vai implicar em um novo dispositivo. Aquele trevo que nós temos, hoje, vai ser duplicado e totalmente reformulado, e vai ligar definitivamente com o anel viário, que já está funcionando, as pessoas podem entrar na cidade por ele. Só que a entrada tem que se fazer pela outra ponte, não é que ele não esteja concluído.

Para o parque linear do Manduca, começamos a trabalhar pela praça Mário Coscia. Estamos tendo alguns entraves com os órgãos competentes, como a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e o DPRN (Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais), que creio que estamos resolvendo até o final do mês, e vamos retomar as obras na praça, que é o início do parque do Manduca.

A gente quer dar sequência nele em todo o ribeirão Manduca. Temos alguns projetos que tramitam em Brasília para construir algumas calhas, algumas passagens, que ainda não vieram. O meu compromisso com o parque do Manduca é iniciar ele, o que espero fazer ainda neste ano.

A demanda por vagas em creches é uma coisa que já está sanada. Temos um TAC (termo de ajuste de conduta) assumido em 2011, no qual o município se comprometia a entregar 800 vagas em creches, e nós vamos inaugurar a sétima creche. Nós já temos 710 novas vagas e vamos passar para 830, portanto, a gente encerra o nosso TAC e também sana o problema de vagas em creches.

Temos o CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados), que foi uma conquista da nossa administração e não estava no plano de governo, e é um local que tem uma interação muito grande na sociedade.

Lá, tem uma pista de skate, pista de caminhada, laboratório de informática, cinema, tem o Cras (Centro de Referência de Assistência Social), conseguimos começar e terminar no nosso governo. Muitas pessoas têm passado por lá, 12 mil por mês. Tenho me sentido muito contente com o que tem sido realizado lá dentro.

E, também, o próprio Cras, que era um e, hoje, temos quatro. O Banco de Alimentos era um trabalho que é feito aqui na cidade, mas não atingia o número de gente que atende hoje, com leite, produtos diretamente da horta comunitária e de parcerias com produtores rurais.

Tivemos o avanço no Fundo Social de Solidariedade. A Ana Paula (Cury Fiuza Coelho), minha esposa, praticamente dobrou o número de assistidos em toda a rede do Fundo Social, tanto nos postos e centros de capacitação quanto no Programa Melhor Idade, no Polo da Construção Civil, Polo da Beleza. Isso demonstrou a capacidade dela, tanto administrativa quanto de mostrar que uma pessoa tão jovem pode ser solidária e amável com as pessoas.

O senhor avalia que houve erros administrativos em sua gestão, como os que resultaram em processos de aberturas de CEIs (comissão especial de investigação)?

Manu – O defeito é o ser humano achar que nunca vai errar. Eu tenho consciência de erros que cometemos durante a administração, que eu vejo como experiência, pois a administração é feita de quadros, que são seus braços direitos e esquerdos, para você governar.

Tenho dito para minha equipe que eu administrei praticamente por três anos. Existe uma diferença entre administrar e governar. E eu sempre fui uma pessoa que teve a capacidade, facilidade, em se dar bem com as pessoas, em trazer as pessoas para perto, em ter uma liderança sadia, e isso eu transformei em uma administração.

Nossa equipe está muito bem hoje, é dedicada. E o melhor: está sabendo como está funcionando a Prefeitura. E eu, como prefeito, o maior responsável, quero fazer o que sempre quis: governar e estar junto do povo.

Tivemos erros, e quero ter a humildade de dizer: desculpem-me aqueles que estiveram comigo e aqueles que acreditam no nosso trabalho. Se erramos, não foi nenhum minuto por maldade ou para prejudicar a cidade. Foi na intenção de fazer uma coisa boa, e esses erros, tenho certeza que me transformaram, hoje, em outra pessoa, que tem uma visão muito mais ampla do que é ser prefeito, do que é estar prefeito, estar no comando de uma cidade, e a responsabilidade que isso traz.

Se eu não tivesse tido esses erros, hoje, não teria essa visão. Queria aqui agradecer a todos que estão acreditando. Tatuí, hoje, vive um momento muito próspero em termos de expectativas de um futuro melhor. Esse futuro já começou em 2015 e vai estender em 2016.

O senhor costuma fazer uma autocrítica?

Manu – Faço. Isso faz parte do dia a dia. Não só a autocrítica, mas a autopressão na hora de tomar a decisão. A autocrítica você faz até na hora em que você acerta; na hora que erra, mais ainda. O duro é na hora de tomar a decisão.

Temos alguns problemas que acontecem pontualmente, quando você ouve as pessoas, mas é você quem tem que tomar a decisão. Este momento é o mais difícil, em todos os aspectos, seja na hora de resolver um problema grave na Saúde; até na hora de você empregar uma pessoa para trabalhar. Você faz uma autoanálise e, às vezes, demora um pouco, mas tem que tomar a decisão. Às vezes, você erra.

Considerando ser este o último ano do atual mandato, poderia apontar o que entende estar deixando de melhor para a cidade?

Manu – Posso dizer que deixamos muitas marcas. Deixamos uma cidade que tem, hoje, muitos horizontes pela frente, como esse grande empreendimento. Mas, o legado que eu quero deixar é o que eu tenho falado para a minha esposa, em um ano de muita reflexão. Tem hora que eu estou muito disperso e ela pergunta no que eu estou pensando. Estou pensando que eu sonhei tanto em chegar aonde cheguei e não fui compreendido muitas vezes, e, às vezes, me decepciono. O maior legado que quero deixar a todos é meu espírito empreendedor, meu espírito guerreiro, e mostrar que tudo é possível.

Eu tinha prometido mil casas. Nosso projeto vai ser 2.400. Eu tinha prometido dar para Tatuí uma Saúde com qualidade, e creio que falta pouco, mas é uma boa saúde. Prometi dar uma Educação de primeiro mundo, e eu tenho certeza que cheguei muito próximo a isso. Não vai ser de primeiro mundo, pois a gente não é um país de primeiro mundo, mas temos uma educação pública de qualidade. Prometi que as pessoas com maior necessidade teriam os direitos iguais, e, hoje, a gente atende o maior número de Bolsas Famílias, cestas de alimentos e o aluguel social.

Estamos fazendo um grande trabalho na área social, temos pessoas capacitadas, temos quatro Cras, temos trabalhos sociais no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).

Eu prometi que Tatuí iria dar um salto de qualidade. Isso eu falei em todo o comício, e em Tatuí, hoje, apesar dessa crise que ninguém esperava, conseguimos trazer grandes empreendimentos, como a nova unidade do Coop, do supermercado São Roque, a Noma, que foi uma conquista grandiosa.

Quando eu assumi, a Noma tinha comprado só a área, essa é a grande verdade. Não tem que inventar quem é o pai, quem é a mãe da criança. A Noma é de Tatuí, e eles tinham só comprado o terreno.

A gente fez a marginal, conseguiu os incentivos, pagou a terraplanagem. Consegui financiamento no Desenvolve São Paulo para eles, vamos fazer uma avenida para eles, que estou correndo para conseguir o recurso no Desenvolve São Paulo, que vai ligar a Zoomlion até a Noma e, também, a rodovia.

E, agora, o maior empreendimento, que é o shopping center e a nova entrada da cidade. Tatuí vai ter um novo polo de desenvolvimento, um novo vetor naquela região, que ainda não é habitada, não vai sofrer nenhum impacto ambiental, sem impacto de vizinhança.

Você vai poder construir e planejar uma nova Tatuí, sem desalojar ninguém, sem precisar ter crime ambiental. Simplesmente, ter uma visão. Tenho a certeza de que, hoje, sou uma pessoa realizada, muito realizada e feliz.

O meu legado é esse: todo mundo que quiser realizar o sonho, corra atrás, mas, quando ele vir – e, às vezes, ele é muito pesado -, não desista e tenha coragem de enfrentar, pois ele é seu. Tenho certeza que tenho vencido todos os obstáculos que têm se colocado à minha frente. Então, meu legado maior é esse espírito de otimismo, empreendedor, de força, garra, que vai resultar em todas essas conquistas. Tive falhas, mas tive várias conquistas graças a essa força.

O senhor será candidato à reeleição neste ano? Ou, pelo menos, pode dizer se pretende ser? Em caso afirmativo, acredita que seu maior desafio será junto à população ou à oposição?

Manu – Eu quero responder essa pergunta de forma muito natural. A reeleição é algo muito natural. No momento, estamos articulando partidos, discutindo com novas lideranças, procurando apoio – que é mais importante em uma campanha, ter seus apoiadores e seus aliados -, para que a gente, em abril, possa discutir o processo eleitoral. Tenho tido muitas reuniões com nossa equipe política.

Temos um grupo político que já mostrou – e a gente não precisa se vangloriar, coisa que não é do meu perfil, nem de ninguém de minha equipe – que somos organizados, articulados, e que somos fortes.

Numa campanha, você precisa ter essas três qualidades. Para isso, desde o ano passado, a gente já começou a se reunir para trabalhar neste projeto. Projeto esse que, a partir de abril, nós vamos expor para a população.

Tenho absoluta certeza de que nosso maior desafio não será a oposição, nosso maior desafio é o de que a população enxergue o que a gente fez pela nossa cidade no período que aqui estivemos. Esse é o maior desafio.

Eu não tenho medo nenhum da oposição, assim como não tive em nenhum período no qual fui homem público, como não tive na eleição de 2012, no qual eu era oposição. Na época, fui afrontado, e bastante. E mostramos com bastante tranquilidade porque éramos candidatos. E a população enxergou e nos conduziu ao cargo.

Hoje, temos uma condição diferente. Estamos no governo e, como todos que estão no governo, somos vidraça. Temos uma oposição combatente? Temos, mas temos, também, um governo atuante e transparente, que dá condições e forças para ir de igual para igual numa campanha eleitoral.

Quero acreditar que a gente vai conseguir mostrar para a população tudo que a gente fez e tudo que está fazendo em três anos e meio, no começo da campanha. A população vai ter como observar o nosso governo e os nossos adversários.

Creio que a eleição de 2016 vai, sim, trazer para Tatuí um espírito de otimismo, que eu tenho dentro de mim, mesmo quando somos cobrados, e muito, principalmente em algumas coisas rotineiras do dia a dia.

Um problema que acontece diariamente, como buraco, coleta de lixo e mato, a gente acompanha, diariamente, em qualquer cidade que a gente vá visitar. Não vejo isso como um problema sério, a ponto de desafiar uma campanha.

Mas, quando vejo que um candidato vai se postar para ser prefeito ou candidato a qualquer coisa, ele tem que ter a consciência tranquila e de dever cumprido, de um trabalho honesto e transparente. Isso eu tenho, me asseguro. Não tenho medo, nem da oposição, nem de quem quer que seja.

Eu respeito a população, isso sim. E respeito muito, pois sou uma pessoa que veio do povo e continuo sendo. Quero deixar muito claro que vou, a partir de abril, com a minha equipe, apresentar um novo projeto, um projeto que apresentei em 2012 como sendo uma mudança, e essa mudança já começou.

Nós não estamos querendo o retrocesso, não estamos no marasmo. Pelo contrário, nós já estamos na mudança, e fazemos e queremos fazer mais. E volto a falar: quem nos conduziu em 2012 vai ser quem vai conduzir em 2016. Quero, como falei aqui, a partir dessas alianças, desses colaboradores e aliados, a partir de abril, ser o escolhido, através do trabalho que tenho desempenhado e através da transparência com que tenho trabalhado.

Muitos pregam transparência, ser bom administrador; muitos pregam ser pessoas totalmente inabaláveis. Eu não, eu quero que todo mundo enxergue isso em mim, não precisar dizer para ninguém. Vou de peito aberto e consciência tranquila, como sempre fui em minha vida.

2016 vai ser um ano de vitórias, um ano de muita bênção, e Tatuí vai entrar numa grande fase de nossa história. Espero que esteja com todas as minhas forças, energia e vida para ver isso.

Quero deixar um abraço para todo tatuiano, para toda a minha família e, em especial, do fundo do meu coração, para uma pessoa que não está aqui, mas torceu muito para eu estar onde estou. Quero deixar um beijo, um abraço e um agradecimento, por tudo, para minha mãe e para meu pai. E, da mesma forma fraterna, para todos os nossos amigos.

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