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Mesas, cadeiras, materiais utilizados ficaram inutilizados; dano se estendeu a portas e janelas da unidade
A Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Turismo retomou, na manhã de ontem, terça-feira, 9, as atividades do Cepem (Centro de Educação Pré-Escolar Municipal) “Professora Elza Orsi Avaloni”. A unidade, localizada na vila Esperança, havia sido interditada no dia anterior, por conta de vandalismo atribuído a dois adolescentes, um de 13 e outro de 14 anos.
Os menores foram identificados ainda na segunda-feira, 8, quando funcionários da unidade constataram a depredação. Conforme a secretária municipal da pasta, Ângela Sartori, eles prestaram depoimento na Delegacia Central, sendo liberados, posteriormente, na presença de responsáveis.
Ângela acompanhou a equipe que trabalhou na recuperação da creche e classificou o ato como “lamentável”. “Isso entristece muito a gente. Tinha professor e pai chorando, porque as pessoas veem o nosso comprometimento em dar qualidade para as crianças”, iniciou a titular da Educação.
Conforme a secretária, os menores “barbarizaram” a unidade. Eles são acusados de quebrar portas e vidros de janelas do Cepem. Também teriam ateado fogo em papéis utilizados pela equipe escolar em trabalhos dos alunos, cadernos de presença dos professores e, até, num bebedouro.
“Graças a Deus, o fogo não chegou a pegar completamente, porque o álcool que nós usamos não é tão inflamável, é utilizado somente para a limpeza”, relatou Ângela.
Conforme ela, os adolescentes teriam jogado todos os frascos de álcool, espalhando-os pela unidade. “Alguma coisa chegou a queimar, mas, perto do que era para ter sido, não tivemos nenhuma tragédia”, complementou a secretária.
Os menores foram identificados a partir de informações prestadas por uma funcionária da Escola Estadual “Ary de Almeida Sinisgalli”.
A mulher relatou que eles haviam tentado depredar a unidade estadual, depois de pularem um alambrado, no domingo, 7. A cerca separa as duas unidades, localizadas na rua Cecílio Boneder.
A caseira disse ter visto os dois fugindo da escola estadual depois que o alarme disparou. Os menores teriam sido flagrados por câmeras de segurança.
“Quando eles entraram na escola estadual, a caseira acabou observando o dano no Cepem. Ela os identificou porque eles estudam na unidade”, informou Ângela. Na Delegacia Central, os menores prestaram depoimento.
A caseira contou que havia observado os prejuízos externos na manhã de segunda-feira. “Ela disse que pôde observar que eles tinham entrado na escola, mas nós só soubemos no dia seguinte”, disse a secretária. Depois de acionada, Ângela compareceu ao local para verificar a extensão dos prejuízos.
“Ainda não tenho uma estimativa dos danos. Estamos levantando os valores, calculando, mas posso adiantar que os prejuízos foram grandes”, antecipou.
De acordo com a secretária, todo o material das crianças precisou ser reposto. Cadernos, livros, caixas de lápis, giz de cera, folhas e cartolinas não puderam ser reaproveitados.
“Eles acabaram com tudo. Rasgaram diários das professoras, documentos dos alunos, colocaram fogo em boa parte do material, e nós não conseguimos aproveitar nada”, descreveu Ângela.
Os materiais de limpeza também tiveram de ser repostos, bem como os vidros das janelas, consertados. “Não sobrou nada. Fora os danos que tivemos nas portas, arrombadas, e nos mobiliários da unidade”, adicionou.
Para reabrir o Cepem, a Prefeitura promoveu trabalho de limpeza, com auxílio das funcionárias. Ângela explicou que a secretaria suspendeu as atividades por medida de segurança.
“Na verdade, só fechamos porque, no período da manhã, não havia condições de receber as crianças. Suspendemos para deixar o local seguro e para reposição de todo material”.
A depredação é a primeira registrada pela Prefeitura após início de projeto de revitalização das unidades. Segundo a secretária, atos de vandalismos em prédios públicos ou particulares costumam ocorrer. Entretanto, não “com essa gravidade”.
“Desde que assumi a pasta, desconheço que algo assim ocorreu. Pichações, uma ou outra depredação, ocorrem. Mas, dessa forma, eu nunca tinha visto. Estamos muito tristes porque estamos engajados no projeto de revitalização dos prédios, para dar melhor qualidade de ensino, e ocorre isso”, falou Ângela.
De acordo com ela, o Executivo “vai acompanhar o caso”, aguardando o andamento. “Faremos o que for necessário para que providências sejam tomadas. É uma coisa que ocorreu em nossa unidade, mas poderia acontecer em outros locais. Esse tipo de coisa não pode acontecer”, adicionou.
Ângela disse que, além do prejuízo material, há um dano sentimental. “Nós fazemos tudo com carinho, amor. Procuramos fazer o melhor, para, infelizmente, nos depararmos com coisas como esta, que são lamentáveis”, finalizou.
Em nota em rede social publicada ainda na segunda-feira, a Prefeitura divulgou fotos tiradas por funcionários e repudiou o crime.
“Um ato triste, desumano, cruel”, citou a assessoria de comunicação. Também informou que os pais dos adolescentes suspeitos serão intimados a prestar esclarecimentos à Justiça.