Neste sábado, 22, é comemorado o Dia Mundial da Água, criado há mais de 20 anos para celebrar e discutir a importância da água na vida do planeta. Neste ano, a data traz um “momento de reflexão”, principalmente por conta da escassez desse recurso nos últimos meses.
Para celebrar a data, os alunos da rede municipal de ensino terão uma semana de programações especiais. A partir da próxima segunda-feira, 24, haverá diversas ações para conscientizar as crianças sobre a importância do uso racional da água.
No primeiro dia, será realizada a oficina “Mudas Florestais Nativas”, com os estudantes dos terceiros, quartos e quintos anos da escola “Professor José Menezes Bueno”, no distrito da Americana.
Já na terça-feira, 25, os alunos da mesma escola participarão do plantio de 50 mudas nativas, às margens dos rios Tatuí e Sorocaba.
Na quarta-feira, 26, será a vez dos estudantes da escola “Professora Sarah de Campos Vieira dos Santos”. Eles farão uma visita à Estação de Tratamento de Água (ETA) da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Na quinta-feira, 27, será a vez dos idosos do Projeto Melhor Idade participarem do plantio de 20 mudas de arborização urbana, às margens do ribeirão Manduca.
O último evento acontece na sexta-feira, 28, com visita dos alunos do primeiro, segundo e terceiro ano, também da escola “Professora Sarah de Campos Vieira dos Santos”, à sede da Sabesp.
“Focamos nossas ações em discutir o uso racional da água e a importância da preservação, recuperação de mata ciliar dos rios e nascentes que são responsáveis pelo abastecimento da nossa cidade”, afirmou o diretor do Departamento de Meio Ambiente, José Vicente Alamino.
Recurso escasso
O Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água em parte da Grande São Paulo, registrou novo recorde negativo no volume de armazenado dos reservatórios. Segundo dados da Sabesp, o índice estava em 14,6%, após verificação feita na quinta-feira, 20.
O Brasil possui mais de 10% de toda a água potável do mundo, mas esse recurso não é abundante como parece. Seis milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e apenas 37,5% de todo o esgoto no país é devidamente tratado, segundo o Instituto Trata Brasil.
Além disso, nos mais de 2.000 municípios brasileiros com altas taxas de mortalidade infantil, 74% da população vivem sem água encanada e esgoto.
Das cem maiores cidades do país, apenas dez possuem índice de tratamento de esgoto superior a 80%: Sorocaba, Niterói, São José do Rio Preto, Jundiaí, Curitiba, Limeira, Ribeirão Preto, Londrina, Maringá e Petrópolis.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) estima que, até 2025, dois terços da população mundial sejam afetados, de alguma forma, por falta de água potável.
Já os últimos relatórios de desenvolvimento humano da ONU, publicados entre 2006 e 2011, indicam que, se o consumo de água potável continuar da forma que está, países africanos e asiáticos sofrerão com grave escassez já em 2025, que afetaria cerca de 5,5 bilhões de pessoas.
O cenário piora em 2050, quando 75% da humanidade teriam pouco acesso à água de qualidade, o que prejudicaria a produção agrícola e industrial, gerando, também, uma crise de alimentos.
Atualmente, a ONU estima que 18% da população do planeta não tenham acesso à quantidade mínima necessária de água potável.
