Setor de Combate à Dengue em Tatuí confirma 3 casos importados

Estado emite alerta para o risco de epidemia de arboviroses e sorotipos

Imóveis são vistoriados durante ação de combate (Foto: AI Prefeitura)
Da redação

Entre os dias 21 de dezembro de 2023 e 17 deste mês, foram confirmados três casos importados de dengue em Tatuí. Nenhum autóctone (contraído no município), contudo, foi identificado.

Os dados foram apresentados durante a 1ª Sala de Situação da Dengue, realizada pela prefeitura, por meio do Setor de Combate à Dengue, da Secretaria da Saúde, em parceria com a Coordenadoria de Controle de Doenças, da Secretaria da Saúde do estado.

O encontro aconteceu na quinta-feira da semana passada, 18, e teve o intuito de apresentar os últimos dados sobre a doença na cidade e, a partir dessas informações, ampliar o fluxo de planejamento de novas ações de combate ao Aedes Aegypti.

Também foi apresentada a relação de atividades feitas pelo setor para evitar a proliferação do mosquito.

De acordo com o relatório, no período, foram visitados 9.630 imóveis, feitas 91 nebulizações portáteis, 41 vistorias a “imóveis especiais” (escolas, clubes, entre outros locais), 522 controles de criadouros e 18 ações sanadas.

Também foram coletadas amostras larvárias em 1.236 imóveis durante oito dias de operações. Com relação à Avaliação de Densidade Larvária (ADL), o Índice de Breteau foi de 0,73% (satisfatório).

Ações

Com o início das visitas a imóveis situados na zona rural, o setor informou que, no residencial Astória, um local foi notificado devido a uma piscina suja. No entanto, o problema havia sido resolvido no mesmo dia, por meio do Departamento de Fiscalização da prefeitura.

Ainda segundo o órgão responsável pelas ações, foram intensificadas visitas a imóveis localizados nos bairros San Raphael e Jardim Lucila.

A coordenadora do Setor de Combate à Dengue, Juliana Aparecida de Camargo da Costa, informou que, no ano de 2023, Tatuí concluiu 5,84 ciclos anuais estipulados pela Coordenadoria de Controle de Doenças, da Secretaria de Estado da Saúde, de um total de quatro mínimos no ano.

De acordo com ela, cada ciclo é referente a 80% de visitas aos imóveis cadastrados no município, divididos por regiões. Soma-se a cada ciclo o trabalho de avaliação de densidade larvária e o acompanhamento especial nos pontos estratégicos (ferros-velhos, cooperativas de reciclagem, borracharias, entre outros).

Em janeiro de 2022, o setor de combate havia emitido alerta sobre o resultado de amostras larvárias coletadas em todas as regiões e bairros da cidade. Naquela ocasião, todas as amostras continham larvas do mosquito, fazendo com o que a avaliação registrasse índice de 4,2%.

A partir disso, segundo a Secretaria de Saúde, os trabalhos foram intensificados para que a cidade não voltasse a sofrer o surto de 2021, quando foram registrados 20.521 casos positivos da doença.

Ainda na reunião, a representante da coordenadoria de controle de doenças, Sandra Cardoso Sanches, apresentou um ofício que alerta para o risco de epidemia de arboviroses urbanas nos primeiros meses deste ano.

O documento foi apresentado, segundo Juliana, a partir do atual cenário epidemiológico, devido ao aumento de casos de dengue, chikungunya e zika no estado de São Paulo.

Além disso, o estado emitiu alerta em razão da ampliação da densidade do vetor Aedes Aegypti, a detecção do sorotipo DENV3 na região noroeste do estado, concomitante à circulação dos sorotipos Den 1 e Den 2 e, também, sobre uma possível mudança na circulação viral do DENV (vírus da dengue), resultando no risco do aumento de casos graves e óbitos.

Soma-se a isso, de acordo com Juliana, o período de elevação dos índices pluviométricos, interagindo com o aumento da temperatura, por meio dos quais aumentariam os criadouros.

Em razão disso, o documento solicita esforços para que as equipes da vigilância e controle das arboviroses do município intensifiquem as ações de monitoramento e controle dos casos notificados e controle de criadouros, tendo em vista o período das férias, festividades de final de ano e o verão.

Vírus

O vírus da dengue se divide em quatro tipos, classificados por Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4. Todos podem causar tanto a forma clássica da doença quanto a dengue hemorrágica.

Contudo, o Den-3 é o vírus que causa as formas mais graves da doença, seguido pelo Den-2, Den-4 e Den-1. Já o tipo 1 é o mais explosivo dos quatro – ou seja, causa grandes epidemias em curto prazo e alcança milhares de pessoas rapidamente.

Recentemente, anunciou-se a descoberta de um novo tipo de vírus da dengue, o Den-5. Ele foi isolado da amostra de um caso grave de dengue (classificada incialmente como Denv-4), coletada durante um surto em Sarawak, na Malásia, em 2007.

Já as arboviroses são as doenças causadas pelos arbovírus, que incluem os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A classificação “arbovírus” engloba todos aqueles transmitidos por insetos e aracnídeos (como aranhas e carrapatos).

Cuidados

A prefeitura de Tatuí pede a colaboração de todos quanto à limpeza e à manutenção de terrenos e residências e salienta que as denúncias sobre possíveis criadouros do mosquito podem ser esclarecidas e/ou informadas junto à Ouvidoria Municipal, no link tatui.sp.gov.br/ouvidoria, ou pelos telefones 0800-770-0665 e (15) 3251-3576.

Também é possível pelo telefone da Secretaria de Saúde: (15) 3305-8855. Já o descarte correto de entulhos e demais materiais deve ser feito nos diversos ecopontos (lista completa, com dias, horários e locais de funcionamento em www2.tatui.sp.gov.br/servicos/ecopontos/.

“Além das denúncias, é importante que cada um faça a sua parte na própria residência, como deixar a caixa d’água bem fechada e limpa; descartar de forma adequada pneus usados; retirar do quintal objetos que acumulam água, como vasos de planta, potes e garrafas; manter materiais de reciclagem em saco fechado e em local aberto; e usar repelente diariamente”, reforça a assessoria.

Se, porventura, o cidadão apresentar algum sintoma das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, é de “extrema importância” que procure uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e o tratamento adequados.