Base da GCM é incendiada no Santa Rita





Guarda Civil

Paredes chamuscadas e móveis queimados mostram intensidade do fogo

 

A base comunitária da GCM (Guarda Civil Municipal) do Jardim Santa Rita de Cássia foi incendiada na madrugada de quinta-feira para sexta-feira da semana passada, 5 e 6. Móveis e equipamentos foram queimados no incêndio, criminoso, segundo a corporação.

O atentado aconteceu por volta da meia-noite e meia, na base localizada na rua Benedito Nunes. Os próprios moradores do bairro teriam avisado a corporação sobre o incêndio. Viaturas da GCM e do Corpo de Bombeiros foram encaminhadas ao local.

De acordo com o comandante da Guarda, José Carlos Ferraz Fiuza, as chamas foram controladas com rapidez, mas muitos estragos aconteceram no imóvel.

“Graças a Deus, houve tempo hábil para apagarmos o incêndio. Senão, iria queimar praticamente a base toda. Mas, o material que a gente usava foi perdido.”, informou Fiuza.

O incêndio destruiu móveis, equipamentos eletrônicos e aparelhos utilizados pelos guardas. O valor do prejuízo ainda não foi contabilizado. Os danos foram apenas materiais e nenhuma pessoa ficou ferida.

O comandante explicou que a base funciona de segunda a sexta em horário diurno, das 8h às 18h. No período noturno, não há expediente de agentes diretamente dentro do imóvel.

“À noite, como o efetivo é reduzido, temos viatura fazendo patrulhamento tanto no bairro do Santa Rita quanto na zona rural. Então, esporadicamente, a viatura estaciona, fica um tempo na base e sai em patrulhamento de novo”, informou Fiuza.

Um dos indícios que reforçam a tese de incêndio criminoso é um rastro de combustível encontrado no gramado ao lado do imóvel, que seguia até próximo à porta de entrada da base.

Os autores não chegaram a entrar no interior da casa, já que não havia sinais de arrombamento nas portas. Segundo a GCM, os autores teriam quebrado vidros de uma janela para despejar o combustível dentro da sede. Também teriam derramado o líquido inflamável por baixo da porta de entrada, fazendo com que escorresse para o interior do imóvel.

A perícia já foi realizada no local. A investigação está a cargo da Polícia Civil, mas a GCM também está fazendo apuração própria, com base em denúncias recebidas pelo telefone 199.

“Depois de receber a denúncia, fazemos uma triagem para verificar se a informação procede, se pode ajudar na investigação, e repassamos para a Polícia Civil”, explicou o comandante.

Logo após a perícia, a base foi liberada. O imóvel terá que passar por reforma. Portas e vidros serão trocados, além de móveis e equipamentos. Nesta semana, as paredes chamuscadas passaram por limpeza, e a pintura já foi iniciada.

Motivos

As investigações pretendem apontar a autoria e quais os motivos do vandalismo ou atentado cometido contra a base do Jardim Santa Rita de Cássia.

Até o momento, o comandante da GCM não analisa o incêndio como represália contra alguma ação praticada pela corporação. Nenhuma ameaça foi registrada.

“Não vemos qual seria o motivo para uma, duas ou até mais pessoas tomarem uma atitude dessas”, disse. “Em vários outros locais da cidade, o índice de ocorrências e flagrantes feitos pela GCM é maior que no Santa Rita. Pode existir algum problema mais antigo, alguma coisa do passado. Mas, atualmente, não vejo nenhuma ligação”, analisou.

Fiuza também não vê relação entre o incêndio e a interdição de um frigorífico no bairro Rosa Garcia, próximo ao Jardim Santa Rita. A Prefeitura teria lacrado a empresa a pedido da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Mais de cem funcionários estariam sem trabalhar.

“O frigorífico foi lacrado por outros motivos. Tanto é que, segundo informações que chegaram até mim, os funcionários estão em férias coletivas até que se regularize a situação do frigorífico”, disse o comandante.

Além do Jardim Santa Rita, a GCM mantém outras bases comunitárias nos bairros Americana, Mirandas e Enxovia. Nenhuma das demais bases registrou problema.

Fiuza ressaltou o bom relacionamento que os guardas mantêm com os moradores de todas as localidades.

“Os próprios moradores ficaram revoltados com o incêndio. A relação entre os guardas e a população é muita boa. Estamos lá para servir. Atendemos de imediato sempre que precisam de algum auxílio, como levar alguma pessoa doente para Santa Casa, prestar alguma ajuda. A população de bem não tem motivo algum para reclamar da Guarda. Pelo contrário, só nos apoiam”, analisou.

Qualquer informação referente ao incêndio contra a base da GCM pode ser transmitida pelo telefone 199. Não é necessário se identificar.

Base móvel

No momento, a Guarda Civil Municipal não tem planos de aumentar o número de bases comunitárias além das quatro já existente.

De acordo com o comandante Fiuza, o projeto, agora, é implantar uma unidade da base móvel. Trata-se de um veículo maior que as viaturas convencionais, com mais visibilidade e capacidade de transportar efetivo maior, que serviria como uma “estação de trabalho” para os guardas (e não para patrulhamento).

“Ela funciona como uma base de atendimento que pode ser levada para vários locais da cidade. Poderemos determinar um bairro para ficar a cada semana, posicionar a base móvel no local, colocar mesas, cadeiras e fazer o atendimento ao público”, explicou.

Com a base móvel, a corporação poderá determinar os bairros onde a unidade ficará instalada a partir das estatísticas de criminalidade. “Nos bairros que tiverem índice maior, poderemos levar a base móvel e trabalhar naquelas imediações. É mais prático”, definiu Fiuza.

A intenção é que o projeto possa ser implantado já em 2014. A administração municipal estaria buscando ajuda de deputados na Assembleia Legislativa de São Paulo, para conseguir comprar e equipar o veículo.

A mudança da atual sede da GCM também está nos planos da corporação para os próximos anos. Segundo Fiuza, o imóvel que atualmente abriga o departamento está “limitado para número de guardas e viaturas”.

“Não está comportando da maneira ideal. Necessitamos de uma base maior, com mais salas e espaço mais adequado para o nosso trabalho”, comentou.

Uma das possibilidades é que a Guarda migre para o bairro Inocoop, em prédio ainda inacabado e que iria abrigar o Tiro de Guerra. “Existe uma obra que foi começada no local. Talvez, a GCM consiga aproveitar aquela estrutura e adequá-la”, disse Fiuza.

O imóvel pertence à Prefeitura, mas, até o momento, não há definição de que, realmente, a sede da corporação seja transferida para o local, ou prazo para possível mudança.