Ser Criança é Ser Feliz!

RAUL VALLERINE

Ser criança é desconhecer o impossível, é acreditar em contos de fada, é desenhar a vida do jeito que ela imagina, é pintar o amor, a felicidade, transformar tudo em alegria!

(Marcelo Bustamante)

Toda família gosta de comemorar o Dia das Crianças. Aquela fase tão encantadora logo no começo de nossas vidas e que dura tão pouco.

Porém, muito mais do que uma faixa etária, a infância é uma etapa de imensos aprendizados, especialmente para os pais.

Ser criança é ter o direito da autenticidade. Apesar de estar sob a responsabilidade dos pais, ser criança não significa aderir a uma total submissão e controle das vontades familiares.

Cada criança é única e tem o direito de se descobrir individualmente, sem o excesso das pressões alheias. Por mais que ela deva, sim, obediência, cabe aos pais entenderem se as regras são de fato para o seu bem-estar e desenvolvimento.

Ela deve aprender a partir do seu voto de confiança. Portanto, deve se sentir guiada e acompanhada, e não comandada por ninguém. Cada criança tem o direito a sua própria personalidade!

Acima de tudo, a criança tem o direito de ser criança. Ela deve poder estudar, brincar, fazer amigos e ter o amor e a proteção familiar.

Uma criança não deveria ter de se preocupar ou opinar sobre problemas conjugais de seus pais.

Da mesma maneira, não tem obrigação de acolher qualquer tipo de instabilidade emocional dos adultos ou mesmo assumir questões financeiras precoces. Esses problemas podem gerar traumas profundos para toda sua vida.

Por mais bem comportada e madura que seja, ela não deve assumir determinados pesos que cabem apenas aos adultos.

Ser criança também é assumir responsabilidades conforme sua idade e as circunstâncias. Para cada etapa da vida, elas devem ter a oportunidade de responder por suas escolhas e aceitar consequências.

Quando os pais assumem tudo por elas, há grandes chances de que diminuam sua capacidade de discernir com maturidade. No entanto, a responsabilidade deverá existir de maneira proporcional e justa.

Dentro desse senso, a criança descobre que também tem poder de ação e que pode ser proativa diante das situações e problemas que se apresentam.

Toda criança tem o direito à verdade. Afinal, nasceram em um mundo real e por mais que os pais tentem evitar, terão que encará-lo de frente cedo ou tarde.

Também respeitando o tempo e a idade de cada uma, é necessário que a família aprenda a conversar sobre os aspectos da vida com naturalidade. Sejam eles considerados positivos, sejam negativos. Quando os pais se sentem inibidos para falar de assuntos mais delicados e criam diversos tabus, perde-se a oportunidade do diálogo e do esclarecimento.

O que muda na verdade é a profundidade e a maneira de se comunicar sobre cada coisa.

Ser criança não é viver em um mundo de fantasias, e sim viver com base na realidade de acordo com seu nível de entendimento.

Mesmo considerando algumas responsabilidades e o diálogo aberto, a infância deve conservar a essência de sua leveza e alegria.

Para isso, uma criança precisa de muito mais do que apenas ser alimentada, vestida e protegida pelos pais.

Ela também precisa ter acesso a um lar feliz e harmonioso e se sentir à vontade para fazer escolhas. Poder se expressar de forma verdadeira, ter gostos e vontades até ser ela mesma. Já os pais deverão fazer o trabalho de direcioná-las em meio a tudo isso.

Nessa felicidade, também se incluem o respeito a todas as suas emoções e possíveis bloqueios. No final, ser criança é o ato de florescer a todo momento, com a proteção de que elas precisam, mas também com liberdade.