De maneira contínua e crescente, o turismo tem sido apontado como possível fonte de recursos e atividade capaz de resgatar e valorizar as raízes culturais do município – e isso simultaneamente. Em que pese o fato de ainda haver quem não creia no turismo local, essa atividade tem ganhado espaço e reconhecimento. Isto é fato.
Entre as virtudes tatuianas, claro, destaca-se a música como tradição maior, carregando potencial incalculável de apelo turístico, desde que efetiva e criativamente trabalhada.
E uma das melhores formas de se trabalhar uma virtude intrínseca é reposicioná-la em novas ações, em empreendimentos inovadores, concebidos para atrair a atenção de novos públicos. O chamado turismo de eventos representa uma das iniciativas desta natureza.
Tatuí, neste momento, vivencia o maior exemplo prático e concreto de que a união de um potencial peculiar, exclusivo, com o empenho e a criatividade podem gerar resultados positivos. Mais que isto, pode resultar em muito sucesso.
Nesta sexta-feira, teve início a sexta edição da Feira do Doce, o maior exemplo municipal, efetivado nos anos recentes, de como se explorar bem uma tradição.
O evento impulsiona a comercialização dos doces locais, claro, contribuindo mais que oportunamente com os produtores, mas, além disto, acabou por tornar-se uma real atração turística na Cidade Ternura.
Esse evento partiu de uma tradição essencialmente local – inerente à nossa identidade, portanto – e, dela, estruturou-se de maneira organizada e profissional, buscando, justa e corretamente, somar os interesses do comércio local com um apelo turístico e gosto popular, o qual não resiste às delícias adocicadas.
Aquilo que, até então, resumia-se ao visitante levar da cidade uma caixinha de doces ABC ganhou dimensão muito maior, por meio da feira, levando Tatuí a ganhar outra saborosa alcunha: a Terra dos Doces Caseiros.
Ocorre que, justamente, o “caseiro” é o melhor a ser explorado, por representar a essência da identidade de um povo, de uma comunidade.
Essa peculiaridade, por sua vez, sustenta o apelo turístico, aquilo que atrai o visitante à cidade e leva-o a consumir e, além disso, conhecer e, posteriormente, divulgar os destinos positivamente – claro, desde que dele leve boas lembranças.
Por essa feliz iniciativa, portanto, é de se reconhecer e prestigiar a feira tatuiana, realizada pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, da Prefeitura, e da Associação de Produtores de Doces de Tatuí, a Aprodoce.
A Feira do Doce, que ganha um dia a mais neste ano, já é tida como o maior evento do segmento no interior paulista, com público estimado de cerca de 100 mil pessoas.
Estão sendo comercializados centenas de tipos de doces caseiros, divididos em alas temáticas: finos e brigadeiros “gourmet”, tradicionais e artesanais, chocolates, bolos e tortas, de festa e sobremesas, churros, crepes e pastéis, produtos de milho e bebidas.
Junto à Feira do Doce, também na Praça da Matriz, é promovido o Festival Capital da Música “Maestro Antônio Carlos Neves Campos”, com MPB, jazz, clássico e rock.
A organização da Feira do Doce reforça que o evento tem como objetivo “fomentar o empreendedorismo dos produtores, promover turisticamente o município como a ‘Terra dos Doces’ e dar a oportunidade aos visitantes de encontrarem todas as variedades de doces da cidade em um único evento, movimentando o fluxo turístico e trazendo mais divisas a Tatuí”.
Ainda conforme a organização, a feira ganhou visibilidade já na primeira edição, sendo reconhecida nacionalmente pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e incluída no Calendário Turístico do Estado de São Paulo, por meio da lei 15.844/2015.
Como se observa, os objetivos do evento respondem perfeitamente aos interesses tanto comerciais quanto turísticos do município.
Esse sucesso da feira, finalmente, pode e deve servir de exemplo e estímulo a novas iniciativas em Tatuí, município não apenas reconhecido como Terra dos Doces Caseiros, mas como Cidade Ternura e Capital da Música!