Envelhecer com Qualidade de Vida volta í s atividades no ‘Maria Tuca’

 

“O importante é manter o corpo em movimento, pois, se ficar parado em casa, não dá. Eu viajo, saio, faço de tudo. Quando a turma sai para passear, eu vou também”, contou a aposentada Eloíza Vieira Ramos.

Com 72 anos, a moradora da vila Santa Emília é uma das participantes do projeto Envelhecer com Qualidade de Vida. O programa do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí) voltou às atividades na terça-feira, 7, no Parque Ecológico Municipal “Maria Tuca”.

O projeto, cujas atividades se iniciaram há dez anos, oferece aulas de educação física, artesanato, ioga, caminhada, além de orientações nutricionais para 180 idosos de praticamente todos os bairros de Tatuí. Os participantes também recebem acompanhamento médico e fisioterapêutico.

Diariamente, ônibus circulam no início da manhã pelos bairros e vilas da cidade para recolher os idosos que participam do projeto. Entre as 8h30 e 11h15, eles conversam, jogam bingo, fazem atividades esportivas para “colocar o corpo e a mente em movimento”.

A moradora da vila Santa Emília coloca-se como exemplo do benefício que as atividades diárias garantem aos idosos. Graças aos exercícios físicos, ela se movimenta bem, e todos os finais de semana frequenta bailes dançantes no Clube Renascer da Terceira Idade e em salões de Cerquilho.

“Aqui é uma segunda casa que nós temos. Tem a hora do lanche, a da caminhada, a da ginástica, alongamento. Tem dia jogamos bingo e nos divertimos muito. O pessoal também faz baile para a gente dançar aqui”, contou Eloíza.

A aposentada conta que os maiores incentivos vêm da própria filha e das amigas que conquistou no projeto. Eloíza possui duas irmãs, uma de 66 anos e outra de 75 anos. Ela garante que tem mais vitalidade que as duas juntas.

“A mais nova estava aqui (no projeto) participando. Ela parou por conta de uma depressão e não sai mais de casa. Minha filha diz: ‘Mãe, você precisa sair de casa, se divertir’. E eu sigo o conselho dela”.

Outra frequentadora do Envelhecer com Qualidade de Vida, a dona de casa Otília Rodrigues Chaves, 68, começou a participar do projeto há três anos. Ela conta que, desde quando aderiu ao programa, ganhou disposição e vitalidade.

“Adoro as ginásticas e alongamentos. Conheci aqui por meio de uma amiga que vinha. Ela sempre me indicou, e eu resolvi conhecer. Estou aqui até hoje”, contou.

Segundo a coordenadora do Envelhecer, Luciana Vieira de Camargo Barros Picchi, a prática de atividades físicas frequentes tem resultados animadores na saúde emocional dos participantes. Os ganhos também acontecem no controle da pressão arterial, na glicemia e na memória dos idosos.

“Um pesquisador conhecido diz que um ambiente agradável e acolhedor proporciona ganhos à saúde dos idosos. Aqui, eles ficam sempre ativos, sempre ocupados. Creio que isso seja importante para a qualidade de vida na velhice”, explicou.

A presidente do Fusstat, Sônia Maria Ribeiro da Silva, tem opinião semelhante à da coordenadora. Para ela, é importante que os idosos tenham aulas de ginástica, alongamento e acompanhamento médico. Neste ano, a novidade ficou por conta das aulas de ioga e do curso de artesanato.

“Queremos sempre dar novidades aos frequentadores. O Envelhecer com Qualidade de Vida é um dos principais projetos do Fusstat e, por isso, foi o primeiro a ser reiniciado na nova gestão”, afirmou.

Segundo a presidente, o projeto é uma parceria bem-sucedida firmada entre o Fusstat e a Prefeitura. A administração local arca com custos de transporte, médico geriatra, fisioterapeuta, professores e funcionários que trabalham no parque. Ao fundo, cabe a coordenação e a mão de obra de voluntários.

“Temos o voluntariado, que são pessoas que doam o próprio tempo para fazerem o bem. O Envelhecer é a ‘menina dos olhos’ do Fusstat. Ele foi criado pela prefeita Maria José (Vieira de Camargo) quando estava à frente do Fundo Social”, lembrou Sônia.

A presidente do Fusstat revelou que tem planos de buscar verbas estaduais para a construção de um novo centro para idosos. O local receberia o projeto voltado à terceira idade.

“A prefeitura tem um terreno no Jardim Mantovani e seria um ótimo local para abrigar. É um lugar amplo e bonito, mas nos falta verba para isso”, declarou.

Para Sônia, o principal benefício do novo local seria a proximidade com a zona urbana, o que geraria economia no transporte e mais conforto aos idosos participantes.

“Tem o Fundo Estadual do Idoso, do governo estadual. É uma fonte de recursos que poderíamos solicitar. Ainda é uma ideia, e torcemos para que dê certo”, disse.

A prefeita Maria José classificou como “dia especial” a reabertura das atividades do projeto Envelhecer. Durante o discurso, ela chegou a ficar emocionada ao relembrar da implantação do centro.

“Começamos com um projeto pequeno, com 30 idosos, na vila Esperança. Foi lá que nasceu o Envelhecer com Qualidade de Vida. Depois, trouxemos para o Parque ‘Maria Tuca’, por ter maior espaço e aproveitar um local público lindo como esse”, comentou.

A prefeita aproveitou a ocasião para homenagear todos os idosos participantes, em especial, uma aposentada de 93 anos, frequentadora do projeto.