Solidariedade

Embora já existisse antes, o Fundo Social de Solidariedade de Tatuí ganhou notoriedade quando, de fato, passou a fazer parte da rotina de ações efetivas do município, isso na gestão do ex-prefeito Luiz Gonzaga Viera de Camargo, então sob a responsabilidade da então presidente da entidade e atual prefeita Maria José Vieira de Camargo.

Não por acaso, inclusive, a campanha eleitoral assumida por Maria José transcorreu com tamanho sucesso – em grande parte, certamente, também pela notoriedade do trabalho desenvolvido por ela à frente da entidade.

Somente esta observação já denota a relevância dessa entidade no dia a dia do município. Foi-se o tempo em que servia para, supostamente, dar ocupação – e evidência – à primeira-dama da vez.

Ao longo da administração Gonzaga, longe disto, pode-se concluir que o Fusstat se tornou um dos órgãos municipais mais presentes e atuantes. A então presidente, agora prefeita, está no atual cargo confirmando esta verdade.

Sucede daí, por sua vez, outra realidade: a grande responsabilidade de quem ocupa a função de líder dessa entidade, tanto quanto as ações delas derivadas sempre gerarem grande expectativa.

Sem dúvida, a população possui essa consciência e, no início da atual gestão, tinha atenção especial sobre a área social. Se o mesmo ímpeto de antes fosse correspondido,, com certeza, a resposta em solidariedade seria à altura.

Assim, já é possível perceber com muita clareza a quantas anda esta área tão sensível e fundamental ao município. Basta observar o resultado da campanha em favor da Santa Casa, cujo objetivo maior é renovar as acomodações do hospital por meio da doação de empresas e populares.

Praticamente, todos os leitos foram “adotados”. É justo que se trata do único hospital da cidade, porém, não menos correto é reconhecer que o franco apoio à campanha acontece em virtude do novo grupo de trabalho da entidade, agora presidido pela professora Sônia Maria Ribeiro da Silva.

No momento, a entidade atua em várias iniciativas, além da terceira fase de captação de recursos para a reforma da Santa Casa. Também passou a oferecer aulas de dança para alunas dos cursos de capacitação, trabalha nos preparativos da reedição do tradicional Bazar de Natal e programa uma ação inédita de doação de brinquedos para crianças carentes.

Os suportes principais continuam sendo os cursos de capacitação, oferecidos gratuitamente e cujas formaturas intensificaram-se neste mês, mas acontecem de maneira contínua no decorrer do ano.

Neste ano, os espaços situados na periferia continuarão a oferecer aulas até o início de novembro. A presidente explicou que os cursos serão encerrados mais cedo, para que as equipes tenham tempo de se dedicar ao Bazar de Natal.

“A partir de novembro, os centros vão se dedicar exclusivamente ao bazar. Estamos preparando, com muito carinho, muitas novidades. Faremos um bazar bem diferente”, antecipou.

Em paralelo, o Fundo Social trabalha no projeto de ocupação do barracão da antiga estação ferroviária. O município obteve a cessão do imóvel em 2015, por meio de autorização do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes), e pretende cedê-lo ao Fusstat.

Para a ocupação, o Fundo Social precisou modificar os planos iniciais. O órgão reviu o projeto e decidiu não mais implantar divisórias, como estava previsto originalmente.

O custo para a colocação e o processo, que necessitaria de aprovação de órgãos competentes, inviabilizaram a proposta. “Ia ficar muito caro. Por isso, optamos por transformar o barracão num salão, mas sem divisórias”, descreveu Sônia.

“Podemos moldar o espaço de acordo com os eventos que pretendemos fazer. Se for um grande, tiramos tudo; se for um menor, dividimos”, complementou.

A ocupação do prédio, no entanto, deve acontecer após a conclusão da reforma do projeto “Cozinha Solidária”. O espaço, situado na vila Esperança, será usado para capacitar pessoas a prepararem receitas diferenciadas.

Para implantá-lo, o Fundo Social reformou todos os ambientes. Dois cômodos do imóvel serão utilizados para as capacitações, também focando atendimento no setor hoteleiro.

Os planos do Fusstat, para este ano, continuam com a mobilização em prol da Santa Casa. Neste mês, o grupo de trabalho começou a buscar colaboradores para a reforma do terceiro e último piso do prédio, que atende a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

Ainda como novidade para este ano, o órgão programa a entrega de brinquedos para crianças carentes. Os atendidos ganharão bonecos feitos artesanalmente, a partir de meias doadas à instituição.

Durante todo o ano, o Fusstat recebe peças de roupas que acabam entregues a famílias carentes ou atendidas pela Assistência Social, a pedido do Cras (Centro de Referência de Assistência Social).

Grande parte das roupas e calçados é revertida à população. No entanto, alguns itens não são destinados, por não estarem em bom estado de conservação, ou por não atenderem aos requisitos das famílias e do serviço social.

Entre esses materiais, estão as meias. Sônia contou que uma parte delas chega ao Fundo com pequenos furos, ou sem o par. Para não as descartar totalmente, a presidente pediu às conselheiras que pensassem em um projeto específico.

A equipe teve a ideia de utilizar as meias sem pares para confecção de bonecos, os quais já começaram a ser produzidos e serão entregues às crianças a partir de 12 de outubro, Dia das Crianças.

Para tanto, a entidade pede a colaboração da população na doação de plumante, uma fibra sintética utilizada no enchimento de almofadas e bichos de pelúcia.

Com a realização da Campanha do Agasalho, encerrada em agosto, o Fundo Social ficou com grande estoque de meias. A entidade também dispõe de agulhas e outros itens necessários à fabricação dos brinquedos. Contudo, precisa de plumantes para finalizá-los.

O Fundo Social dispõe, aproximadamente, de 3.000 meias, que já passaram por triagem para serem transformadas em brinquedos. Uma parte delas beneficiará crianças atendidas pelas creches municipais. “Vamos priorizar as áreas nas quais haja maior carência”, enfatizou a presidente.

Conforme ela, a “primeira leva” já está garantida pela entidade, por haver todos os materiais necessários nas confecções. Para a produção da segunda em diante, a equipe precisa dos plumantes.

As montagens dos bonecos estão a cargo de alunos, voluntários e professores dos centros de capacitação.

O Fusstat deve concluir, nos próximos dias, o levantamento dos bairros com maior número de crianças a serem beneficiadas. As entregas, que começam em outubro, terminarão em dezembro, antes do Natal.

Quem não puder contribuir com o plumante pode doar o valor do material em dinheiro. A entrega deve ser feita na sede do Fundo Social, à praça Martinho Guedes, 12, no centro, de segunda a sexta, em horário comercial.

A entidade também aceita doação de mão de obra. “A colaboração de todos é sempre muito bem-vinda”, enfatizou a presidente. O telefone para contato é o 3305-3408.

Pelos resultados já consolidados, certamente, para mais essa iniciativa não faltarão colaboradores, assim garantindo-se um Natal muito mais alegre e, tão importante quanto, “solidário”, literalmente!