Vermelho e Preto em Tatuí acontece neste sábado no XI de Agosto

Evento pré-carnavalesco surgiu nos anos 80 e teve as cores do clube XI como inspiração

Baile pré-carnavalesco chega à 45ª edição neste sábado (Foto: Arquivo O Progresso)
Da reportagem

A Associação Atlética XI de Agosto recebe neste sábado, 3, a partir das 21h, o tradicional baile Vermelho e Preto em Tatuí, que apresenta o tema “Sonhar Não Custa Nada” em 2024.

Esta é a 44ª edição de um dos maiores eventos pré-carnavalescos do interior do estado. E, como já acontece tradicionalmente, o tema está presente na decoração do espaço e, também, deve inspirar a produção de fantasias – outra iniciativa que acompanha o baile desde o início.

De acordo com o produtor de eventos e idealizador da festa, Jorge Rizek, a ideia de criação do evento surgiu nos anos 80, quando ele ainda morava na cidade de São Paulo e vinha a Tatuí aos finais de semana.

Ele contou que, naquela época, os grandes bailes de Carnaval aconteciam apenas nas grandes cidades, e ele sentia falta de um evento em Tatuí para festejar a data.

“Morava em São Paulo e chegava em Tatuí na sexta-feira e não tinha nada aqui. Na década de 1980, os bailes aconteciam nas grandes cidades desde a quarta-feira da semana de Carnaval”, lembra ele.

A inspiração para o formato da festa, segundo Rizek, veio por meio do clube Flamengo, do Rio de Janeiro, o qual promovia, na época, o baile Vermelho e Preto na sede do clube, no bairro da Gávea.

As cores do time do rubro-negro chamaram a atenção de Rizek, que decidiu, então, organizar o evento com essas duas tonalidades – as quais, por coincidência, eram também as do XI de Agosto.

“Pensei: ‘Vou fazer o Vermelho e Preto em Tatuí’. Conversei com o presidente da época, Mingo Poles, e o diretor social, Hélio Portela, que deram o ‘ok’. E aí aconteceu o primeiro baile, que fiz com a colaboração de um grupo de modelos que tinha na época, a Troupe Models. E foi um sucesso”, relata.

A inspiração, segundo ele, não parou por aí. Ainda teve a lembrança da “Égua Vermelha”, a mascote do XI, e do álbum de figurinhas de times de futebol da então Liga Tatuiana de Futebol (Litafu), lançado quando o clube agostino foi campeão do Campeonato Amador.

“E aí continuou a festa”, emendou. A partir de então, o baile teve várias fases e temas, entre elas, mitologia grega, países, futebol, entre muitos outros.

Sobre o tema da noite deste sábado, Rizek esclarece que os foliões “podem ir fantasiados do que sonhariam em ser: uma pessoa, mito, ídolo”.

Nestas quatros décadas e meia de Vermelho e Preto, as edições do baile chegaram, segundo Rizek, a receber até 4.000 mil foliões, lotando três salões, camarotes e “frisas” (mesas laterais que ficam de cada lado do palco).

Apesar do sucesso de todos os anos, Rizek conta que nem todos os bailes deram lucro. Muitos, inclusive disse terem dado prejuízo. “Não temos patrocinadores. A festa tem que se pagar com a venda de ingressos e mesas. Por isso, às vezes, temos que enxugar os projetos”.

Quando a festa completou 35 anos e trouxe o tema “Brasil, País do Futebol na Copa!”, em comemoração ao ano da Copa do Mundo de 2014, Rizek havia decidido “pendurar as chuteiras”.

Naquela edição, todos os foliões já estavam cientes de que o baile da noite de 22 de fevereiro seria o último promovido por ele com o formato tradicional.

No ano seguinte, entretanto, a pedidos dos foliões, Rizek resolveu organizar o baile de forma reduzida, o “Vermelho e Preto Sunset” (evento que consiste em reunir pessoas para aproveitarem uma tarde e parte da noite).

Ele disse ter gostado muito da ideia, no entanto, “o grande público não compareceu em massa”. No ano seguinte, Rizek inovou mais uma vez, levando o baile para o então Bangalô. E, ao contrário do ano anterior, foi um sucesso.

“A verdade é que o baile, para ser sucesso, tem que ser por conta do público. Nós damos a estrutura, o cenário, e as pessoas são as intérpretes. É um espetáculo. Uma escola de samba”, salienta.

Rizek ainda sustenta ser um desafio descobrir as preferências do público a cada baile, inclusive, por ter passado por várias gerações.

“Temos que ter um equilíbrio por já termos um público que nos acompanha desde o início e que, por exemplo, gosta de marchinhas. Mas, nós tocamos funk também. Hoje, o Carnaval é um caldeirão de ritmos”, observa.

Para a edição deste sábado, Rizek traz mais uma novidade: o “esquenta”. O pequeno evento social no qual as pessoas se juntam para beber e comer antes do oficial acontece no jardim do clube, tendo o grupo Zuaê como a atração principal.

Já no baile, o público será animado ao som da banda Virada do Século, a qual, segundo Rizek, tem atuado várias edições, tendo sido, inclusive, a primeira festa da qual o vocalista André Barbieri participou.

O Vermelho e Preto também tem a presença da bateria do XI, sob a batuta do mestre “Lagartixa” e a presença de Nego Di. Nas picapes, o DJ Wagner Machado anima a festa até às 4h da manhã de domingo.

De acordo com Rizek, as mesas já estão esgotadas e os ingressos, à venda na secretaria do clube, a R$ 80. “Espero vocês para se divertirem com alegria, e tragam muitos sonhos, e que esses sonhos se tornem realidade”, conclui o produtor.