Vereador garante verba para custeio de casa a tatuianos tratados em Jaú

Abreu assegura doação no fim do ano em auxílio a pacientes com câncer

Hospital em Jaú recebe pacientes tatuianos para tratamento de câncer (foto: reprodução/site do Hospital Amaral Carvalho)
Da reportagem

A partir do próximo ano, os pacientes tatuianos que realizam tratamento de câncer no HAC (Hospital “Amaral Carvalho”) devem ter uma residência de apoio em Jaú (SP).

Essa é a intenção anunciada por Antonio Marcos de Abreu (PSDB), que antecipou o custeio de uma Capec (Casa de Apoio aos Pacientes com Câncer).

A declaração do presidente da Casa de Leis foi dada na noite de segunda-feira, 18, durante a palavra livre, ao término da ordem do dia, em sessão ordinária no plenário da Câmara Municipal.

Na atual legislatura, os vereadores já solicitaram três vezes à prefeitura a disponibilização de uma Capec aos tatuianos que se tratam em Jaú. Os pedidos foram assinados, além de Abreu, por João Éder Alves Miguel (MDB), Paulo Sérgio de Almeida Martins (PRTB), Fábio Antônio Villa Nova (PP) e Márcio Antônio de Camargo (PSDB).

Conforme os documentos, a casa de apoio permitiria aos tatuianos descansar após receberem a medicação e aguardar, nesse local, até que outros pacientes que viajam no mesmo veículo que eles terminassem o tratamento ou as consultas.

Ainda segundo os requerimentos, a iniciativa deve evitar que os pacientes e os respectivos acompanhantes que precisam passar o dia em Jaú tenham de ficar aguardando no hospital, dentro da van ou caminhando pela cidade, além de acolher as pessoas que necessitam pernoitar na cidade para continuarem o tratamento no dia seguinte.

O HAC está a 193 quilômetros de Tatuí. Desta forma, para irem ao hospital e, posteriormente, retornarem ao município, os pacientes tatuianos têm de percorrer, no mínimo, 390 quilômetros.

Abreu argumentou que há pacientes que fazem tratamento pela manhã e, em outro, os que são atendidos após o meio-dia, porém, aponta nem sempre isso ser possível.

“Há pacientes que realizam a quimioterapia ou passam por consultas no período da manhã e têm de aguardar os outros pacientes que realizam os procedimentos à tarde. Eles ficam o dia todo em Jaú”, apontou.

O presidente da Câmara exemplificou que os pacientes que realizam tratamentos das 7h às 10h poderão permanecer na casa de apoio, descansando ou para tomar café e almoçar, até que possam voltar a Tatuí com os moradores que vierem a receber atendimentos mais tarde.

“Pacientes que passam por quimioterapia podem estar se recuperando na casa de apoio. A sessão de quimioterapia é muito agressiva ao organismo da pessoa. Ela acaba tendo náuseas, vômitos, ficando bastante debilitada”, justificou.

Na resposta ao primeiro requerimento, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o assunto seria analisado sobre a possível viabilidade. Já nas respostas ao segundo e ao terceiro pedido, a pasta afirmou que a situação inexiste nas diretrizes estabelecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A pasta informou, ainda, que os pacientes em tratamento fora do município têm direito ao reembolso às despesas, mediante apresentação dos documentos preconizados, como locomoção, alimentação e estadia.

“A prefeitura ainda fornece o transporte, com kit lanche, para pacientes e acompanhantes que necessitam do deslocamento para realizar o tratamento fora do domicílio”, completa a resposta.

Ainda segundo a manifestação da secretaria, o custeio de uma casa de apoio é responsabilidade do hospital para o qual o paciente é referenciado, sendo as custeadas através de parcerias junto à Secretaria Estadual da Saúde.

Contudo, de acordo com Abreu, Simone Marquetto, prefeita de Itapetininga, alugou casas em Jaú e Barretos aos pacientes itapetininganos em tratamento de câncer. Ele disse ter questionado sobre os valores pagos nos aluguéis e servidores para tomar conta dos imóveis.

“É muito irrisório o valor pago para um paciente que precisa deste atendimento. É o aluguel de uma casa e uma pessoa para tomar conta, o que,para uma prefeitura, é muito pouco”, declarou Abreu.

Revelando já ter tido parentes com câncer na família, Abreu afirmou que, se o custo for alto ao Executivo, o Legislativo poderá custear uma Cacep. Para isso, segundo Abreu, a verba seria oriunda da devolução do duodécimo dos parlamentares.

“Tenho absoluta certeza de que os vereadores irão colaborar, para fazermos uma devolução do duodécimo da Casa de Leis para custear o aluguel e esta pessoa que fará o atendimento aos pacientes”, destacou.

Ele ainda antecipou que, além de realizar a devolução da verba à prefeitura para a destinação da Cacep no final deste ano, repetirá a ação em 2022. “No ano que vem, eu me proponho, como presidente da Câmara, a fazer essa devolução de custeio para esta casa de apoio em Jaú”, finalizou Abreu.