Vale dos Lagos tem questões visadas na Câmara de Tatuí

Moradores vão ao plenário reivindicar melhorias para bairro

Moradores do Vale dos Lagos pedem melhorias para bairro (Foto: Juliana Jardim)
Da reportagem

Nesta segunda-feira, 18, na sessão ordinária da Câmara Municipal de Tatuí, os vereadores reivindicaram melhorias para o bairro Vale dos Lagos. No plenário, o presidente da Associação dos Proprietários e Moradores do local, Marcos Vinícius Fernandes Ávila, conhecido como “Carioca”, e alguns moradores acompanharam as reivindicações.

No dia 5 de junho do ano passado, Ávila subido à tribuna para solicitar melhorias no local. Entre elas, a manutenção e a conservação de ruas do bairro, iluminação pública, transporte e coleta de lixo.

No dia 31 de maio de 2023, o prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior visitou o local e, na ocasião, antecipou, entre outras medidas, a instalação de lajotas no bairro.

Fábio Villa Nova (Progressista) comentou sobre as obras de recapeamento que estão sendo executadas em cerca de 70 ruas da cidade. Entre elas, citou a José Aguiar Rost, no bairro Jardim Wanderley, onde as lajotas do tipo “ecológicas” estão sendo substituídas por asfalto.

De acordo com ele, os pisos não seriam adequados para o bairro, em razão do tráfego de caminhões, além de estarem instaladas em vias de declive. Desta forma, esclareceu que as lajotas retiradas do local serão remanejadas na pavimentação de ruas do Vale dos Lagos.

Renan Cortez (MDB) argumentou que o “desagrado dos moradores daquele bairro” está sendo em razão da demora na efetivação dos serviços. No entanto, salientou que o Executivo e as secretarias responsáveis estão “empenhados na busca por melhorias”.

“Claro que, às vezes, o tempo de execução não nos agrada, mas confesso que, de alguma forma, é muito eficiente a manifestação”, pontuou.

De acordo com o vereador, a demanda por outros serviços emergenciais do município tem atrapalhado a execução por completo de obras já iniciadas no local.

Cortez também pediu aumento na frequência da coleta de lixo. Para isso, disse que solicita às secretarias responsáveis um estudo para que a demanda seja atendida. Atualmente, o bairro conta com o serviço de coleta duas vezes por semana.

“O município tem que entregar um serviço de excelência, mas também temos de ter prudência com o serviço público”, observou.

O presidente da Câmara, Eduardo Dade Sallum (PT), disse “estar envergonhado com o descaso que o bairro vem sofrendo”, segundo ele, há 30 anos. Ele afirmou que, desde quando assumiu como vereador, em 2016, foram feitos sucessivos encontros com os moradores. Sallum sustentou que somente ele formalizara 50 requerimentos destinados a melhorias do bairro. “E em todos eles, a resposta é sempre que o bairro está no planejamento ou nos planos de estudo da prefeitura”, afirmou.

Segundo ele, o bairro é “tratado como um problema”. “Mas não enxergam que, na verdade, o Vale dos Lagos é uma solução para a cidade”, apontou. De acordo com ele, o bairro poderia ser explorado como ponto turístico, em razão das trilhas que dão acesso aos lagos.

Ele apontou como uma das possíveis soluções a abertura de uma entrada alternativa para a pista de acesso ao bairro. Desta forma, segundo ele, o local passaria a ser explorado economicamente.

O parlamentar também elencou diversas medidas a serem feitas no local. E citou o caso de um cadeirante que caíra por conta das ruas desniveladas, quando seguia a um ponto de ônibus. A informação foi confirmada pelos moradores.

Sallum concluiu dizendo que a solução seria solicitar ao governo federal recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). No entanto, afirmou que, em 2014, houve o envio de verbas do programa indicadas para o bairro, mas, segundo ele, “por politicagem”, os recursos foram utilizados em outros locais da cidade.

Leandro de Camargo Barros (Cidadania) concordou com os argumentos dos colegas e afirmou que, “se as reivindicações dos moradores do bairro não foram atendidas em 14 anos, não serão feitas nos próximos quatro anos”.

“Nós temos que parar de acreditar no pote de ouro no final do arco-íris e em sonhos que foram vendidos e não foram realizados. Já nesses dois anos de trabalho do professor Miguel não teve milagre, mas, sim, trabalho”, argumentou.

Ele concluiu o tempo dele na tribuna dizendo que, neste sábado, 23, deve estar com o gabinete móvel dele no Vale dos Lagos para ouvir as demandas dos moradores.

Paulo Sérgio de Almeida Martins (PRTB) argumentou que o bairro fora feito de “forma errada” e que, na época, a administração municipal deveria ter pensado em melhores condições de infraestrutura para o local.

De acordo com o parlamentar, o Vale dos Lagos surgiu por meio de uma contrapartida. No entanto, disse não saber como ele fora feita à época. “Nesse governo, todas as benfeitoras em contrapartidas com o setor privado têm beneficiado e ficado na cidade”, concluiu.

Extraordinária

Na sessão extraordinária, ocorrida logo após a ordinária, foi levado à votação o PL 51/2023, que declara como patrimônio cultural imaterial de Tatuí a procissão dos cavaleiros de São Jorge.

De acordo com a justificativa do projeto, de autoria de Antonio Marcos de Abreu (Republicanos), o reconhecimento da festa ressalta a importância do significado cultural que ela tem em Tatuí.

A festividade – que acontece sempre no final do mês de abril -, reúne centenas de cavaleiros da cidade e região, que percorrem as ruas com o andor de São Jorge.

A procissão termina no recinto de eventos do Lar Donato Flores, onde é realizada bênção aos cavaleiros e, após, acontece a festa com shows de música raiz, almoço caipira e provas equestres.

Conforme a justificativa, “o cortejo remonta tempos passados, sendo uma manifestação que atravessa gerações. Desta forma, mantém viva a memória coletiva e a identidade do povo de Tatuí”.

A procissão, segundo Abreu, também desempenha papel relevante no contexto religioso. “São Jorge é um santo padroeiro venerado por muitos fiéis e a procissão é uma grande manifestação de devoção e fé”, declara no texto.

Ainda segundo a justificativa, ao conceder o status de patrimônio cultural imaterial à procissão, a cidade passa a reconhecer, de forma efetiva, a importância da festa como parte integrante da cultura local, “além de garantir a preservação e respeito da tradição”.

Outro ponto citado no documento é o potencial econômico e turístico que a declaração trará ao município por meio do reconhecimento e visibilidade, tendo, por consequência, um atrativo para visitantes de outras regiões.

Desta forma, a “festa impulsionaria a economia e o desenvolvimento da cidade, gerando oportunidades para empreendedores locais, como artesãos, comerciantes e prestadores de serviços, estimulando o crescimento sustentável da economia”.