Tenda Caipira é destaque na Etec de Portas Abertas 2014





Divulgação

Orquestra de Viola de Cesário Lange fez apresentação dentro da EPA

 

A cultura caipira esteve entre os destaques da edição 2014 da EPA (Etec de Portas Abertas). Promovido pela Etec (Escola Técnica) “Sales Gomes” nos dias 7, 8 e 9 deste mês, o evento teve como objetivo mostrar projetos dos alunos do ensino médio e dos cursos técnicos para toda a comunidade da cidade e região.

Sob a coordenação do professor Fernando Costa, os alunos do médio produziram projetos de biologia, física, sociologia e história, apresentados na “feira”. A “Tenda Caipira” chamou a atenção do público que visitou a unidade de ensino.

Nela, alunos do 3º “A” mostraram “um pouco da cultura caipira”. Eles produziram trabalhos baseados em pesquisas sobre autores clássicos dessa cultura. Entre eles, Darci Ribeiro, Antônio Cândido e o imortal Monteiro Lobato.

O coordenador informou que os estudantes ficaram divididos em grupos e ocupando determinadas partes da tenda. Em seus respectivos grupos, os alunos explicaram a origem do caipira, a música e as danças, a literatura e o “estilo de vida”.

“Historicamente, a vida caipira teve início com o Bandeirismo, um movimento de desbravamento do interior do Estado de São Paulo dos colonizadores portugueses, no século XVI”, disse o professor em nota à imprensa.

Também conforme Costa, as sucessivas adaptações pelas quais passaram os colonizadores durante o bandeirismo fizeram com que a vida do caipira primitivo assimilasse e conservasse suas origens nômades e aventureiras. Desta forma, houve “uma fusão entre a herança portuguesa e a herança dos nativos da terra”.

O coordenador do projeto citou que a característica de economia seminômade marcou a habitação, a dieta e o caráter do caipira paulista. “Durante muito tempo, esse estilo de vida predominantemente marcado pela segregação e rusticidade da vida rural representava uma economia fechada”, disse.

Ainda de acordo com o professor, o modo caipira voltava-se para a autossuficiência, sendo respaldada pelos agrupamentos de vizinhança, dispensando o acúmulo de capital. Deste modo, tirando o sentido desse acúmulo.

Costa relatou que a chegada do século 20 e os moldes capitalistas e tecnológicos fizeram com que a vida caipira fosse “entrando em extinção”. Entretanto, o professor destacou que o estilo deixou “traços irreversíveis na vida dos paulistas”.

Ainda durante a EPA, apresentação de grupos ligados à cultura caipira complementaram as pesquisas realizadas a respeito do tema. Os “Tropeirinhos do Rancho”, grupo composto por 15 crianças e adolescentes que dançam catira e fandango, e a Orquestra de Viola de Cesário Lange, regida pelo professor Ricardo Anastácio, subiram em palco montado ao lado da tenda.

Os músicos que formam a Orquestra de Viola de Cesário Lange já se apresentaram em programas de televisão e no “Revelando São Paulo”, nas cidades de Bauru e São Paulo. Também estiveram em Votorantim e mais 20 municípios.

Formada por pessoas de idades variadas (entre 10 e 60 anos), a orquestra da cidade vizinha apresentou repertório variado. O programa incluiu a música “Trenzinho Caipira”, de Heitor Villa-Lobos, o “modão” de Teddy Vieira denominado “Relógio Quebrado”, e canções como “Índia”, “Escolta de Vagalumos”, entre outras.

O professor disse que a EPA vai “além dos estudos”, necessários para produção dos trabalhos. Conforme ele, a Etec de Portas Abertas envolve trabalho de organização, dedicação, responsabilidade e união entre os estudantes.