Da reportagem
A Maternidade “Maria Odete Azevedo”, da Santa Casa de Misericórdia de Tatuí, aderiu, por mais um ano, à campanha “Junho Lilás”, sobre a importância da triagem neonatal, conhecida como “Teste do Pezinho”.
De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, como parte da campanha nacional, a Secretaria de Saúde promoverá, entre os dias 6 e 12, a Semana Municipal do Teste do Pezinho. A ação tem apoio do Rotary Club de Tatuí – Cidade Ternura.
“Quem for até a maternidade da Santa Casa verá um ambiente muito especial, repleto de bexigas lilases e roxas, além de todos os funcionários estarem usando fitinhas na cor da campanha”, informou a prefeitura.
Conforme levantamento da Secretaria de Saúde, na maternidade de Tatuí, são realizados, em média, 180 testes do pezinho por mês. A pasta destaca que o exame identifica precocemente doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, as quais são causadoras de alterações no desenvolvimento psicomotor do bebê.
“Gratuito e obrigatório, ele é o primeiro passo para definir o futuro do bebê, pois pode detectar doenças antes mesmo de elas se manifestarem”, acentua o órgão municipal.
Desde o final de 2013, Tatuí conseguiu levar a cobertura do Teste do Pezinho a 100% dos recém-nascidos na maternidade do município, por meio do projeto “Maternidade em Foco”. Antes dessa data, as mães precisavam levar os bebês, após a alta, até uma unidade de saúde para realizar o exame.
O projeto da maternidade tatuiana realiza a coleta do material para o teste básico de seis patologias, em todos os bebês nascidos vivos no hospital, após 48 horas de vida do recém-nascido, evitando o diagnóstico tardio de possíveis doenças ou deficiências sem tempo hábil para prevenção.
“No entanto, muitas mães não levavam as crianças para realizar o exame e, em consequência, muitas delas perdiam a vida ou, em virtude da coleta tardia, o exame apontava algumas alterações”, explica a coordenadora do teste em Tatuí e conselheira municipal de saúde, Maria do Carmo de Campos.
Ela acrescenta que, atualmente, as unidades de saúde realizam as coletas de prematuridade e alguns alterados, mas a coordenação geral do Teste do Pezinho concentra-se na maternidade municipal.
De acordo com a responsável pelo projeto, os sintomas de diversas doenças, na maioria das vezes, não se manifestam nos primeiros dias de vida, porém, isto não implica na inexistência de algo.
“Justamente por isso que o Teste do Pezinho deve ser realizado após as primeiras 48 horas do nascimento e até o quinto dia de vida da criança. Se os sintomas aparecerem sem a realização do diagnóstico precoce, talvez possa ser tarde demais”, comentou a coordenadora.
Ela ainda disse acreditar que a prevenção é a melhor forma de cuidar da saúde do bebê, e acrescenta: “Por isso, oferecemos, além do Teste do Pezinho básico, o teste ‘Mais’ e o teste ‘Super’, por meio do Instituto Jô Clemente, antiga Apae de São Paulo, que, juntos, identificam até 50 doenças”, completa Maria do Carmo.
Conforme o Ministério da Saúde, realizado a partir da coleta de gotas de sangue do calcanhar do bebê, o exame é fundamental na prevenção da deficiência intelectual e na melhoria da qualidade de vida da criança.
Em 26 de maio deste ano, foi sancionada a lei federal 14.154/2021, que altera a lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para aperfeiçoar o Programa Nacional de Triagem Neonatal, ampliando, na rede pública de saúde de todo o Brasil, a detecção de 50 para 53 patologias detectáveis no Teste do Pezinho, bem como a garantia de prevenção delas.