O IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal) colocou Tatuí entre as 200 cidades com melhor qualidade de vida no país. Números atualizados pelo estudo neste mês indicam que, nos anos de 2014, 2015 e 2016, a cidade se desenvolveu nas áreas de educação, saúde, empregos e renda.
O índice do sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) é um levantamento que acompanha anualmente o desenvolvimento socioeconômico de todos os municípios brasileiros.
São abordadas as áreas de emprego e renda, saúde e educação e avaliadas conquistas e desafios socioeconômicos de competência municipal: manutenção de ambiente de negócios propício à geração local de emprego e renda, educação infantil e fundamental, e atenção básica em saúde.
No mais recente ano avaliado, 2016, o município registrou índice de 0,9185 na educação, 0,9034 na área de saúde e 0,6550 no setor de emprego e renda.
A avaliação varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento. Cada graduação é classificada em uma das quatro categorias do estudo: baixo desenvolvimento (0 a 0,4), desenvolvimento regular (0,4 a 0,6), desenvolvimento moderado (0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1).
Na lista divulgada agora, a cidade de Tatuí está entre as quatro mais desenvolvidas da RMS (Região Metropolitana de Sorocaba). A atualização da Firjan indica que a cidade ocupa a 200o posição nacional e a 101ª estadual, com IFCM geral de 0,8257.
A melhor colocada da RMS é Porto Feliz, com índice de 0,8632. O município ocupa a 34ª posição do ranking nacional e a 23ª no estadual. Cerquilho é a segunda melhor da RMS, com 0,8426, na 119ª posição da lista nacional e 68ª no Estado de São Paulo. Na sequência, aparece Itapetininga, com índice de 0,8330, ocupando a 163ª posição nacional e é a 87ª entre os municípios paulistas mais desenvolvidos.
O Firjan iniciou a publicação das pesquisas em 2014. O primeiro levantamento levou em consideração os anos de 2005 a 2010. Em 2015, os dados foram referentes aos anos de 2012 e 2013 e o deste ano mostra os estudos dos três últimos: 2014, 2015 e 2016.
No primeiro levantamento publicado, em 2008, Tatuí obteve 0,8367 pontos, e em 2009, 0,8060. O índice alcançou 0,8531, em 2010, e 0,8538, em 2011.
Em 2012, o município obteve a melhor colocação, com IFM de 0,882. Naquele ano, a cidade ocupou a 42a posição no ranking nacional e a 33a no estadual.
Em 2014, o IFDM de Tatuí foi 0,8487. No mesmo ano, o índice de educação ficou em 0,8870; o de saúde chegou a 0,8975; e o de emprego e renda, em 0,7615. No ano seguinte (2015), Tatuí obteve índices de 0,8065 (IFDM), com 0,9129 (educação), 0,8982 (saúde) e 0,6084 (emprego e renda).
Tatuí aparece no grupo de municípios de alto desenvolvimento desde 2005, quando o Firjan começou a publicar as pesquisas.
Ainda segundo os dados publicados pelo órgão, a crise econômica, que teve início em 2014 e causou forte recessão no país, fez com que o nível socioeconômico das cidades brasileiras retrocedesse três anos.
Apesar de ser o Estado com maior proporção de cidades com alto desenvolvimento de forma geral (27,5%), a crise se manifestou fortemente em São Paulo na vertente emprego e renda, avaliada pelo IFDM: 29,3% dos municípios paulistas regrediram e nenhum alcançou o conceito máximo.
O IFDM avaliou 5.471 cidades. As novas, para as quais ainda não há dados, e aquelas com ausência, insuficiência ou inconsistência de informações, não foram analisadas. Louveira foi a cidade melhor avaliada de todo o país (0,9006), com alto desenvolvimento em saúde e educação e moderado em emprego e renda.
Entre as 15 com melhor avaliação do país, dez são paulistas. As demais são: Olímpia, Estrela do Norte, Itatiba, Itupeva, São Caetano do Sul, Jundiaí, Jaguariúna, São José do Rio Preto e Paraguaçu Paulista. Todas apresentaram alto desenvolvimento no índice geral do IFDM.
O segundo e terceiro lugares no ranking nacional ficaram também com Olímpia e Estrela do Norte, que avançaram no IFDM emprego e renda, graças à abertura de novos postos de trabalho.
Das 643 cidades paulistas analisadas, mais da metade, 343, alcançou desenvolvimento apenas regular em emprego e renda; 122 (17,4%) apresentaram baixo desenvolvimento e 188 (29,2%) avançaram moderadamente.
Educação é o quesito em que as cidades paulistas tiveram mais destaque: 99,4% apresentam alto desenvolvimento, sendo que 58,8% avançaram nesta categoria em 2016, na comparação com 2015. No IFDM saúde, quase 70% dos municípios do estado conseguiram alto desenvolvimento, e 29,1% avançaram de forma moderada. Mais de 60% progrediram em saúde graças à melhor identificação das causas das mortes e redução das mortes de crianças menores de cinco anos por causas evitáveis.
Em relação à totalidade das cidades brasileiras, o estudo mostra que, na comparação com 2015, educação e saúde tiveram o menor avanço da última década.
Nesta edição, o IFDM Brasil atingiu 0,6678 pontos – abaixo do nível observado em 2013. No resultado geral, que inclui a média das notas dos três indicadores (emprego e renda, saúde e educação) só 431 municípios (7,9%) tiveram alto desenvolvimento.
Em emprego e renda, o IFDM destaca que, entre 2015 e 2016, foram fechados quase 3 milhões de postos de trabalho formais no país. Em 2016, quase 60% das cidades fecharam postos de trabalho.
Com isso, o indicador de emprego e renda do estudo registrou 0,4664 ponto, com pequena recuperação com relação a 2015 (0,4336). O movimento é explicado pelo aumento no rendimento real do trabalhador formal, em parte por conta da política de reajuste do salário mínimo.
Só cinco cidades alcançaram alto desenvolvimento nesse indicador: São Bento do Norte (RN), Capanema (PR), Telêmaco Borba (PR), Selvíria (MS) e Cristalina (GO).
Foi o pior resultado da série histórica. O estudo destaca que a crise foi tão severa que, mesmo que o IFDM emprego e renda cresça nos próximos anos com variação média de 1,5%, o país só alcançará o nível de 2013 em 2027. A recessão custou mais de uma década de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal dos municípios.
O estudo revela que o país mantém enormes disparidades regionais: o Sul é a região mais desenvolvida, tendo 98,8% de cidades com desenvolvimento alto ou moderado.
O Sudeste e o Centro-Oeste têm perfil semelhante. Já Norte e Nordeste têm, respectivamente, 60,2% e 50,1% dos municípios com desenvolvimento regular ou baixo. Florianópolis, com 0,8584, ocupa o primeiro lugar entre as capitais. No último lugar do ranking, com 0,3214, está Ipixuna, no Amazonas.
Nesta edição, o IFDM Saúde teve o menor avanço da última década (1,6%). Entre as variáveis que compõem esse indicador, a que mais precisa se desenvolver é a de percentual de gestantes com sete ou mais consultas pré-natal, o recomendado pelo Ministério da Saúde.
Em 2016, um terço (32,2%) delas não tiveram a quantidade mínima de consultas. A perspectiva não é positiva: caso a cobertura evolua na taxa média dos últimos três anos, a universalização só será atingida em 2029.
O IFDM educação também progrediu lentamente: foi o menor avanço da última década (0,6%): os indicadores que compõem esse quesito continuam longe das metas definidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE).
A meta de universalizar a educação infantil na pré-escola, por exemplo, que deveria ter sido atingida em 2016, só deve ser alcançada em 2035, caso a taxa de crescimento permaneça em 1,2%.
Para o Sistema Firjan, políticas macroeconômicas para o equilíbrio fiscal e gestão eficiente dos recursos públicos são essenciais para que as cidades se recuperem e atinjam o nível de desenvolvimento que atenda às necessidades dos brasileiros.
O resultado do levantamento é obtido por meio de estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde. Os níveis de desenvolvimento das cidades estão disponíveis no site www.firjan.org.br.
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