Secretária da Cultura do estado prestigia encenação em Boituva

Marília Marton reforçou compromisso de presença no interior

Autoridades de Boituva, produtores, elenco e, no centro, a secretária Marília Marton (Foto: Giorge de Santi)
Da reportagem

Em cumprimento a determinação do edital Proac de espetáculo teatral inédito, a peça “Até que A Morte nos Enlace” teve encenação na noite do domingo passado, 7, no IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo) em Boituva.

O Programa de Ação Cultural, do governo do estado de São Paulo, indica pelo menos uma apresentação no interior do estado, e Boituva foi escolhida por ser a cidade do produtor Francisco Pinto, responsável pela Kino School, proponente do projeto vencedor do Proac 2023.

Na plateia, além do produtor e do profissional de marketing da Kino School, Wilson de Cola, estiveram o autor do texto, Ivan Camargo, a vice-prefeita Ana Paula Sampaio Moura, o secretário municipal da Cultura, Marcos Reginaldo Caldeira, o diretor-geral do IFSP, Felipe Augusto Ferreira de Almeida, e a titular da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do estado de São Paulo, Marília Marton.

“A apresentação de ‘Até que A Morte nos Enlace’ em Boituva foi prevista no projeto proposto pela Kino School, e teve por objetivo secundário trazer a cultura, na forma de espetáculos de qualidade, para nossa cidade”, comentou o produtor.

Francisco Pinto frisou que a ação é parte de um objetivo principal, que é o de criar um polo de teatro e audiovisual na região.

“Boituva tem uma oficina de artes municipal que conta com 2.700 alunos. Numa cidade de 55 mil habitantes, isso significa que 5% da população está estudando algum tipo de arte”, salientou.

“Somado ao fato de termos na vizinha Tatuí o Conservatório Dramático Musical, que anualmente capacita dezenas de músicos, atores, cenógrafos, figurinistas e outros, isso confirma nossa aptidão de tornarmo-nos este polo de produção cultural de cinema e teatro”, acrescentou.

“O espetáculo apresentado tem elenco, diretores e equipe técnica muito experientes e oriundos da capital, São Paulo, mas as raízes dele são caipiras, nascido que foi da criatividade e habilidade de escrita do autor do texto, Ivan Camargo, legítimo tatuiano, e produzido por mim, caipira de Assis e boituvense de coração”, concluiu Francisco Pinto.

Sobre os investimentos do estado em cultura fora da capital, Marília Marton contou ser uma determinação de governo que as ações da secretaria gerida por ela estejam presentes em todos os 645 municípios paulistas.

“É um desafio posto pelo nosso governador, Tarcísio de Freitas, até porque faz sentido. A gente tem que lembrar que o estado de São Paulo tem o tamanho de um país”, comentou Marília.

“Por isso, é preciso criar essa dinâmica de circulação, e isso vem sendo trabalhado junto com os secretários municipais”, apontou, lembrando serem essas parcerias “importantes para se entender as demandas de todo o estado”.

Reforçando a necessidade de união entre os governos municipais, estaduais e federal, Marília apontou como exemplo o evento em Boituva.

“A gente está aqui no teatro, que é de uma instituição federal, articulado pela prefeitura, em um projeto que é do estado”, descreveu.

“Então, se não tiver essa conjuntura de entender que a presença da cultura no interior é fundamental para colaborar na transformação necessária de uma sociedade, a gente não consegue avançar”, argumentou a secretária.

Lembrando o começo da atual gestão estadual, há um ano e quatro meses, Marília disse: “Desde o primeiro dia, esse era o desafio. No ano passado, a gente conseguiu ter marcado 439 cidades com a secretaria presente. Mas, é claro que o desafio é chegar aos 645 municípios”.

Encenação

Sobre o espetáculo, a secretária da Cultura se manifestou de maneira muito positiva. “Adorei a peça. É um texto leve, mas como, no geral, o teatro tem esse lugar de tirar a gente do nosso conforto, a peça nos coloca para pensar no que a gente faz, na nossa gentileza”, observou.

Ela destacou alguns pontos em específico: “Às vezes, a gente acha que está certo, que tem atitudes certas, mas que são atitudes erradas. E como a gente lida com isso”.

“Claro, é quase que um julgamento – ‘divino’ -, mas acho que estamos também nesse lugar de nos olharmos e entendermos qual nosso papel nisso tudo”, concluiu a secretária da Cultura de São Paulo.

Para o diretor Jacques Lagôa, “o elenco foi o ponto alto”. “No Teatro Ruth Escobar, temos um cenário e uma movimentação mais correta”, explicou, apontando as diferenças de estrutura dos locais das apresentações.

“Mas, os atores se viraram brilhantemente e passaram a mensagem da peça de uma forma perfeita. O que valeu mesmo, hoje, além do talento dos atores, foi o texto do Ivan”, declarou o diretor.

Jaime Pinheiro, professor e cenógrafo do Conservatório de Tatuí, acompanhou a apresentação e acentuou o profissionalismo da produção.

“Eu esperava coisa boa desse espetáculo e do texto, mas foi muito além das expectativas. Fiquei surpreso e impressionado com a qualidade dessa peça, pela dramaturgia e, também, pela feliz escolha do elenco. Eles atuaram de uma maneira fantástica, com uma competência fabulosa”, comentou.

“Também gostei muito da postura do diretor Jacques Lagôa, que se propôs a percorrer as cidades do interior com esse espetáculo, que realmente tem uma importância muito grande, pelo conteúdo, pela mensagem que traz”, acrescentou.

Pinheiro destacou a fala da secretária Marília, reconhecendo o entusiasmo dela com a apresentação em Boituva. “Com certeza, isso abre um espaço maior para as cidades fora da capital, até porque, se ela se dispôs a assistir a uma peça distante de São Paulo, é porque ela quer ver a produção artística do interior”.

“O produtor, o diretor e os atores mostraram um trabalho fabuloso”, defendeu Pinheiro. E justificou: “Com apenas três apresentações (a partir da estreia no dia 4), chegaram em um grau de maturidade do espetáculo que surpreendeu, com personagens muito bem elaborados, com a postura em cena impecável”.

“E lógico que acredito que vai melhorar ainda mais, porque uma equipe dessas sempre busca o melhor. Foi um privilégio ter assistido a esse espetáculo”, concluiu Pinheiro, com experiencia e premiações em teatro desde a década de 1980.


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