Santa Casa local recebe autorização para realizar diálise desde a segunda





Arquivo O Progresso

Equipamento instalado na UTI já pode atender a pacientes crônicos

 

Desde a segunda-feira, 20, a Santa Casa está autorizada a oferecer atendimento de diálise para pacientes da UTI (unidade de terapia intensiva).

O hospital recebeu autorização da Vigilância Sanitária após assinatura de contrato entre a empresa especializada e a Prefeitura, além do cumprimento de uma série de exigências que permitiram a instalação de maquinários.

A expectativa era de que o primeiro atendimento fosse realizado ainda na segunda. “Tudo está pronto, mas, graças a Deus, nenhum paciente havia evoluído para a hemodiálise”, declarou a provedora do hospital, Nanete Walti de Lima.

O serviço será oferecido para pacientes renais crônicos internados na UTI e que venham a precisar da hemodiálise. Conforme o hospital, os custos dos tratamentos ficarão a cargo do SUS (Sistema Único de Saúde).

O serviço, de alta complexidade, começou a ser oferecido mediante convênio com a empresa Nefro Lins Clínica Apoio Dialítico Ltda., de Lins, o hospital e o Executivo.

As três partes assinaram documentação no dia 17 deste mês, sexta-feira da semana passada. Na ocasião, a provedora da Santa Casa explicou que o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, havia enviado o documento ao hospital já assinado.

Segundo ela, o Executivo assinou termo aditivo no contrato já estabelecido com o hospital. Por meio dele, a Prefeitura fará o pagamento dos profissionais que atuam no serviço.

São médicos e enfermeiros que atuam em escala diferenciada do plantão normal, uma vez que não é possível prever quando haverá necessidade de o atendimento começar a ser oferecido.

Ainda na segunda-feira, Nanete disse que o prefeito esteve no hospital. De acordo com ela, “existia a expectativa de que, na ocasião, houvesse o primeiro atendimento. Ele “simbolizaria uma inauguração”. “Acontece que não houve necessidade. Por isso, nós continuamos na expectativa”, declarou.

A provedora explicou que a equipe da Santa Casa está “na retaguarda” para que aconteça o primeiro atendimento de hemodiálise. Os profissionais receberam treinamento de dois dias no mês de novembro. As instruções englobaram médicos e enfermeiros que atenderão pacientes por meio de maquinários.

A hemodiálise da Santa Casa é realizada com duas máquinas, instaladas na UTI desde o início de novembro do ano passado. Segundo Nanete, elas foram adquiridas a partir de entendimento entre o hospital e a Prefeitura, “fruto de trabalho da Secretaria Municipal da Saúde”.

O projeto de implantação do atendimento de hemodiálise na cidade havia sido iniciado pelo ex-secretário da pasta, o médico anestesiologista José Luiz Barusso.

Depois de conversar com a direção do hospital, Barusso costurou, por meio da Prefeitura, termo aditivo no convênio que a Santa Casa já possui com o Executivo para que os equipamentos pudessem ser adquiridos.

Conforme a provedora, a empresa de Lins implementou o serviço no hospital sem onerá-lo. Com isso, a Santa Casa recebeu as máquinas, sendo que uma delas será usada como “reserva”. O objetivo é manter o atendimento sem interrupções, no caso de o equipamento principal precisar de manutenção.

Atuam na diálise os médicos nefrologistas Antonio de Pádua Prestes Miramontes e Alcir Ferrari. De acordo com este último, a implantação do serviço de hemodiálise é decorrente de um projeto anterior: o da criação de uma clínica de atendimento ambulatorial. “Ele começou com a ideia de atender a pacientes renais agudos e críticos da Santa Casa”, declarou.

A intenção, porém, era prestar o serviço de hemodiálise fora do hospital, razão que trouxe Ferrari ao município. O médico recebeu o convite para atuar em Tatuí por meio do ex-secretário da Saúde e do prefeito Manu.

Conforme ele, o município já possui terreno para abrigar a clínica ambulatorial. O nefrologista não informou, porém, onde ela deverá ser montada.

Ferrari, no entanto, disse que a clínica não “anulará” a hemodiálise oferecida pela Santa Casa a pacientes da UTI.

Conforme ele, a implantação do serviço no hospital acontece “exatamente para que a cidade seja atendida de maneira mais breve”, uma vez que contará com a clínica ambulatorial.

De acordo com o médico, o serviço de hemodiálise na Santa Casa só tornou-se possível porque a provedoria do hospital “concordou com as bases propostas pela Prefeitura” e porque o Executivo decidiu, “no meio do caminho”, antecipar o atendimento, mas oferecendo, inicialmente, a pacientes crônicos.

“São pessoas que correm risco de vida, aqui, na Santa Casa, especialmente na UTI, nas enfermarias. Então, nós adiantamos um ponto”, declarou o nefrologista.

Para ele, o serviço em Tatuí representará chances de redução do risco de morte a pacientes com problemas renais crônicos. Ferrari afirmou que, no Estado de São Paulo, são poucas as unidades de terapia intensiva que oferecem esse tipo de atendimento.

Deste modo, o hospital iniciou, em julho, reformas na estrutura da unidade de terapia intensiva. Segundo o nefrologista, o hospital teve de refazer as partes elétrica e hidráulica do setor.

O hospital recebeu as máquinas ao final das reformas. A empresa que forneceu os equipamentos também franqueou o treinamento. Todo o processo esteve a cargo da empresa de Lins, que será a responsável pela implantação do serviço dialítico a ser oferecido na futura clínica ambulatorial.