Da reportagem
Tatuí fechou o ano de 2020 com a geração de 551 novos postos de trabalho. Dados divulgados pelo Caged (Cadastro Gerald e Empregados e Desempregados), na quinta-feira, 28, mostram aumento de 85,52% no saldo positivo em comparação a 2019, quando o total foi de 297 novas vagas.
O resultado, decorrente de 9.389 admissões e 8.988 demissões, geradas entre os meses de janeiro e dezembro, é o melhor desde 2012, quando a cidade terminou o ano com saldo positivo de 714 novas vagas de trabalho formal.
Ainda segundo o levantamento, comparadas aos primeiros 12 meses de 2019, as admissões em 2020 cresceram 4,44% e as demissões subiram 1,67%. O levantamento não leva em consideração funcionários públicos estatutários e trabalhadores na informalidade.
De acordo com Gustavo Grando (nomeado diretor do trabalho e desenvolvimento econômico neste mês de janeiro), o município passou por um processo de recuperação nos últimos meses.
“Foi uma grande luta, pois, no início da pandemia, tivemos meses em que o saldo negativo passou de 500. Vivemos o segundo semestre do ano buscando reverter e recuperar os empregos perdidos, e conseguimos”, frisou Grando.
Nos 12 meses do ano passado, três dos cinco setores pesquisados criaram empregos formais. A estatística foi liderada pelo comércio, com a abertura de 242 vagas, advindas de 3.197 admissões e 2.955 desligamentos.
A atividade comercial é a terceira maior empregadora do município, com o estoque de 6.816 funcionários, 26,02% do total. O Caged aponta ter fechado o ano com 26.193 trabalhadores no mercado formal, com carteira assinada.
Entre os subsetores da atividade econômica, o comércio de atacado (exceto recuperação de veículos automotores)aparece no topo da lista dos que geraram empregos, com mais 296 vagas, advindas de 864 contratações para 568 demissões.
O setor varejista fechou o ano com saldo no vermelho, perdendo 39 vagas – resultado de 2.073 contratações para 2.112 desligamentos. Já o comércio de recuperação de veículos automotores e motocicletas fechou 15 postos (260 contratações para 275 demissões).
Em segundo lugar, está o setor de serviços, com 197 postos de trabalho gerados em 2020 – resultado de 3.058 admissões para 2.861 demissões. A atividade econômica é a maior empregadora da cidade e concentra 33,02% do estoque de empregos, com 8.651 trabalhadores.
Na análise entre os subsetores, o relatório mostra os serviços de transportes, armazenagem e correio em primeiro lugar na lista dos que mais abriram postos de trabalho. Foram 206 vagas, advindas de 1.143 contratações e 937 desligamentos.
Em seguida, aparecem os serviços de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com mais 77 postos; informação, comunicação e atividades financeiras (imobiliárias e administrativas), com mais 14; e outros tipos de serviços (mais oito).
O setor industrial aparece em terceiro lugar, com 195 novos postos de trabalho, advindos de 2.626 admissões e 2.431 demissões. A atividade é a segunda maior do município, contando com 8.510 funcionários formalizados. O número representa 32,48% do total do estoque de 2020.
A indústria de transformação foi responsável por 2.537 contratações e 2.368 desligamentos, resultando em 169 novas vagas, enquanto a indústria de extrativas abriu 39 novas vagas, advindas de 82 admissões para 43 demissões.
Já o setor da construção civil fechou o ano com saldo negativo. A atividade encerrou 80 postos de trabalho formal – resultado de 331 contratações e 411 desligamentos. A atividade concentra 3,01% da mão de obra contratada, com 789 trabalhadores formalizados.
Na área de construção de edifícios, foram 101 vagas fechadas. Já o setor de construção de obras e infraestrutura fechou oito postos e a atividade de serviços especializados da construção civil abriu 29.
Completa a lista dos setores a atividade agropecuária, que fechou três vagas. O grupo, que abrange agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, registrou 177 admissões e 180 desligamentos.
A atividade econômica é a quarta maior contratadora do município e concentrou 5,44% do estoque de empregos do ano de 2020, com 1.427 funcionários formalizados.
O município começou o ano com saldo de empregos no vermelho. Conforme a tabela, consultada às 15h, de sexta-feira, 29, em janeiro de 2020, 17 postos de trabalho acabaram fechados na cidade, com 948 contratações e 965 desligamentos.
Em fevereiro, os números subiram, e 244 novas vagas foram geradas, advindas de 1.060 admissões e 816 demissões.A tendência de saldo positivo foi mantida em março, com mais 11 postos de trabalho.
Houve queda no número de contratações e alta das demissões entre os meses de abril (menos 590 vagas) e maio (menos 692) – os primeiros da quarentena, imposta devido à pandemia do novo coronavírus.
Nos meses seguintes, os saldos mensais voltaram a ficar no azul: em junho, com mais 91 vagas, advindas de 552 admissões para 451 demissões; em julho (mais 97 novas contratações); em agosto (mais 437 postos); e setembro (mais 359).
Até o nono mês,a totalização das vagas abertas ainda não era maior que as demissões ocorridas nos meses anteriores. O saldo no acumulado do ano só voltou a ficar no azul, com 494 novas vagas geradas, no mês de outubro.
Em novembro, outras 272 vagas de trabalho formal foram abertas – resultado de 938 contratações para 666 demissões. Até então, o saldo no acumulado entre janeiro e novembro totalizava a abertura de 706 postos de trabalho.
Ainda conforme os dados do Caged, em dezembro, o município perdeu 155 postos de trabalho, número que refletiu na totalização do acumulado do ano, baixando-o para 551 novas vagas geradas.
Apesar de negativo, o resultado do mês é o melhor dos últimos 11 anos. Segundo as estatísticas do órgão, desde o início da série histórica, o último mês do ano soma mais demissões que contratações, fechando no vermelho.
No primeiro ano do levantamento, em 2007, dezembro amargou o fechamento de 69 postos (menor saldo negativo para o mês); em 2008, o saldo foi de 443 vagas a menos; e, em 2009, a cidade perdeu 87 postos (segundo menor saldo negativo).
Os números seguiram piores em 2010 (menos 261), 2011 (menos 499), 2012 (menos 332), 2013 (menos 393), 2014 (manos 372), 2015 (menos 497), 2016 (menos 431), 2017 (menos 445), 2018 (menos 219) e 2019 (182).
Conforme Grando, o mês de dezembro foi negativo de uma forma geral. O estado e a grande maioria dos municípios da região tiveram vagas de emprego perdidas. “Mesmo assim, estamos felizes em terminar o ano com o saldo positivo de empregos”, observou o diretor.
“Tatuí é um polo atrativo pela sua característica logística, o que constitui um diferencial nos dias atuais. Sofremos, assim como todo o país, o impacto negativo da crise do coronavírus. No entanto, a cidade vem se recuperando, gradativamente”, apontou o diretor.
Segundo ele, “a administração está trabalhando para desburocratizar os procedimentos de alvará”. O diretor não deu mais detalhes sobre o assunto, mas garantiu que a intenção é “tornar o ambiente de negócios mais favorável no município”.
Ele ainda disse estar muito confiante com o resultado dos próximos meses.“Agora, com a vacina e a volta da fase laranja na região e no município, muitas novas vagas podem surgir. Inclusive, precisamos destacar que o comércio de Tatuí continua forte, sendo um dos maiores empregadores”, destacou Grando.
O diretor informou que, somente no mês de janeiro, cerca de 350 pessoas foram entrevistadas no PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) e que, dessas entrevistas, ocorreram aproximadamente 200 novos contratos(70 para a Yazaki).
“Para 2021, temos uma agenda voltada ao empreendedorismo, e, além disso, na medida em que o cenário nacional melhorar, Tatuí irá incrementar seus índices de forma progressiva”, concluiu o diretor.
O resultado positivo também ocorreu no país. De janeiro a dezembro do ano passado, foram 15.166.221 admissões e 15.023.531 desligamentos.
O estoque de empregos formais no país – que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos – chegou a 38.952.313 vínculos, o que representa variação de 0,37% em relação ao estoque de 1º de janeiro de 2020.