Queda de árvore em complexo fabril gera questionamentos no Legislativo

Acidente danificou parte do muro frontal e gradil do ‘Casarão dos Guedes’

Queda de árvore do Casarão dos Guedes aconteceu na quinta-feira
Da reportagem

A queda de uma árvore antiga e de grande porte causou estragos em parte do muro frontal do “Casarão dos Guedes”, no tradicional complexo fabril São Martinho, na tarde de quinta-feira, 10, foi um dos temas abordados na sessão ordinária da Câmara Municipal na noite de segunda-feira, 14.

O requerimento 229/22, de autoria de Eduardo Dade Sallum (PT), aprovado por unanimidade, apresentou diversos questionamentos ao Poder Executivo sobre o acidente, que também danificou postes de iluminação, causando a interrupção da transmissão de energia na região central.

A matéria pede para que a prefeitura informe quais ações estão sendo realizadas para a preservação da estrutura do complexo da Fábrica São Martinho, especialmente após o acidente.

Pelo requerimento, o vereador indaga se a prefeitura pretende realizar poda do restante da árvore “para que não haja novo desabamento com a consequente destruição de parte do Casarão dos Guedes”.

O documento ainda questiona quais as medidas judiciais de responsabilização dos proprietários podem ser tomadas pela prefeitura para evitar outros acidentes, “decorrentes da deterioração do complexo”, e se há algum projeto para revitalizar e dar uma destinação ao local.

“Mais um acidente ocasionado pelo abandono do conjunto que, infelizmente, segue em estado avançado de deterioração”, completa a justificativa do requerimento.

Na tribuna, Sallum destacou o fato de o “Casarão dos Guedes” poder ser reconhecido como patrimônio histórico nacional. O complexo da Fábrica São Martinho já é tombado pelo estado desde dezembro de 2007, por meio do processo 31.877/94, do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) de São Paulo.

O processo para possível tombamento federal do conjunto arquitetônico está em andamento no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O órgão aceitou dar início à análise do procedimento em janeiro do ano passado.

“Coincidentemente, no momento que se inicia o tombamento pelo Iphan para tornar-se um patrimônio do Brasil, começa-se a depredação deste patrimônio”, afirmou o parlamentar.

Ele sustentou ser de responsabilidade do poder público local a preservação de todos os patrimônios tombados, sejam de origem privada ou pública.

“O poder público tem de investir e se colocar à disposição e ir atrás para entender, por exemplo, como uma árvore caiu ‘do nada’, quebrando parte do muro da fachada do Casarão”, declarou Sallum.

De acordo com Rogério Vianna, presidente do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico de Tatuí) e diretor do Departamento Municipal de Cultura, a árvore acabou caindo naturalmente, devido ao desgaste do tempo.

Segundo o presidente, está sendo elaborado um relatório da ocorrência, que, posteriormente, será encaminhado ao proprietário do imóvel para que tome as “devidas providências”.