Árvore cai e danifica parte do muro do Casarão dos Guedes

Parte do muro frontal destruída com a queda da árvore
Da reportagem

A queda de uma árvore antiga e de grande porte causou estragos em parte do muro frontal do “Casarão dos Guedes”, no tradicional complexo fabril São Martinho.

O acidente ocorreu na tarde de quinta-feira, 10, e também danificou postes de iluminação, causando a interrupção da transmissão de energia para a região central.

De acordo com Rogério Vianna, presidente do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico de Tatuí) e diretor do Departamento Municipal de Cultura, a árvore acabou caindo naturalmente, devido ao desgaste do tempo.

Equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e do Departamento Municipal de Trânsito estiveram no local para realizar a retirada da árvore e liberar o espaço à atuação da Elektro, no reestabelecimento da energia.

Vianna disse que o Condephat foi notificado do ocorrido no entardecer de quinta-feira, e alguns membros estiveram no local para acompanhar o ocorrido, visto que o complexo São Martinho pertence ao conjunto de bens tombados pelo estado de São Paulo.

Segundo o presidente do Condephat, a equipe está elaborando um relatório da ocorrência, que, posteriormente, será encaminhado ao proprietário do imóvel “para que tome as devidas providências”.

O “Casarão dos Guedes” faz parte do complexo da Fábrica São Martinho tombado pelo estado desde dezembro de 2007, por meio do processo 31.877/94, do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) de São Paulo e que poderá ser reconhecido como patrimônio histórico nacional.

O processo, para um possível tombamento federal do conjunto arquitetônico, está em andamento no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O órgão aceitou dar início à análise do procedimento, em janeiro do ano passado.

A Companhia de Fiação e Tecelagem São Martinho foi inaugurada em 1881, tendo como fundador Manoel Guedes Pinto de Mello, em sociedade com a mãe, Maria Alves de Lima, e o irmão, João Guedes.

A fábrica, instalada à rua Coronel Aureliano de Camargo, na área central, é pioneira entre as indústrias têxteis no estado de São Paulo e ganhou destaque nacional na fabricação de tecidos, cuja manufatura incluía cobertores e toalhas.

O conjunto fabril soma 10 mil metros quadrados. O complexo era composto por fábrica, casarão de morada dos antigos proprietários (atualmente pertencente a um empresário), 25 casas para moradia dos operários, armazém e farmácia, além de quadra e área livre.