Projeto ‘Protetor Público de Animais’ pode ser iniciado até o final de maio





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Franson acredita que o abandono de cães e gatos em Tatuí será extinto em ‘poucos anos’

 

O projeto “Protetor Público de Animais”, de autoria do vereador José Márcio Franson (PT), deve começar a funcionar na cidade ainda neste mês, segundo informações do próprio parlamentar.

Ele informa que, no dia 21 de maio, será aberto o edital de licitação para as castrações gratuitas de fêmeas, tanto gatas quanto cachorras. O projeto, segundo Franson, tem como principal objetivo “acabar com os maus-tratos e o abandono animal”.

“A ideia é solucionar definitivamente e eticamente o sofrimento dos animais abandonados. E, se o projeto for implantado como previsto, em poucos anos, não haverá mais animais em situação de abandono. As raras exceções poderão ser facilmente absorvidas pelos protetores voluntários”, disse ele.

O vereador explica que não é necessária a criação de uma lei para desenvolver ações como as previstas pelo “Protetor Público de Animais”, pois se trata de uma mudança de gestão.

“Ao invés de a Prefeitura pagar funcionários para manter um canil municipal, por exemplo – modelo que já está superado e que onera os cofres públicos -, ela vai gastar menos com pessoas que vão proteger os animais”, afirma Franson.

Segundo informações do autor do projeto, o município terá, ao todo, 12 protetores públicos, os quais já são funcionários da Prefeitura e demonstraram, voluntariamente, o desejo de atuar em prol dos animais.

Até o momento, cerca de 30 servidores públicos candidataram-se a fazer parte do projeto – a maioria é mulher e monitora de creche. “Por já trabalharem na Prefeitura, não haverá gastos com salários extras, por exemplo”, frisa o parlamentar.

Para o funcionamento do “Protetor Público de Animais”, a cidade será dividida em áreas, sendo que cada protetor ficará responsável por dois ou três bairros. Eles, obrigatoriamente, precisam morar em um dos locais para facilitar a ação.

De acordo com o vereador, os mais de 200 voluntários também vão agir em parceria com os protetores públicos, “para somar esforços às atividades desenvolvidas pela Prefeitura, a fim de solucionar o problema do animal abandonado e dos maus-tratos”.

“Só o poder público sozinho não consegue enfrentar essa problemática. Em nenhuma cidade do Brasil foi possível acabar com o abandono animal até hoje. Gastam-se rios de dinheiro, fazem castrações gratuitas e canis enormes, mas não solucionam”.

Para Franson, o projeto terá sucesso, pois “une os esforços dos protetores públicos, da comunidade e do poder público, além de gastar pouco”. A primeira etapa da ação, que trata das castrações gratuitas, representará o maior custo para a Prefeitura.

“O projeto é simples, efetivo, barato e sem grandes estruturas. As esterilizações são o custo maior. Calculo que serão necessários cerca de R$ 400 mil para fazer as 6.000 castrações previstas”.

O vereador informa que existem, aproximadamente, 60 abrigos particulares que atendem mais de 3.500 animais resgatados das ruas ou de casas onde sofriam maus-tratos.

Além disso, calcula-se que existam mais 3.000 animais abandonados no município, tanto na área urbana quanto na rural.

“Existe abandono porque tem muito nascimento. Ou seja, está sobrando cães e gatos. Esses animais não conseguem ser adotados, pois não há pessoas suficientes para absorver essa quantidade”, explica Franson.

Como funcionará

Segundo o autor do projeto, o nascimento descontrolado de animais é o que gera o abandono e, por essa razão, a primeira etapa terá como meta castrar todas as fêmeas, a fim de controlar a taxa de natalidade.

Em um primeiro momento, os protetores públicos farão levantamento de cada residência para identificar o número de animais e onde estão as fêmeas não castradas, uma espécie de censo, para se verificar a quantidade exata de cães e gatos de Tatuí.

Essa etapa inicial é chamada, pelo vereador, de “fase de ajuste”, quando acontecerão os mutirões de castração gratuita, durante cerca de seis meses. O objetivo, segundo ele, é esterilizar 80% de todas as fêmeas.

Após o término das castrações, os protetores públicos terão como função principal “ficarem atentos” aos casos de maus-tratos contra animais, independentemente da espécie.

“Eles receberão denúncias e terão que descobrir os locais onde há maus-tratos, além de combaterem as rinhas de galos e canários e tráfico de animais silvestres, que ainda existem na cidade”.

Franson destaca que a ação é necessária para que esse tipo de comportamento contra os animais seja punido. “Já existe lei que enquadra os maus-tratos de animais como crime, mas ela não está sendo efetivamente cumprida”, afirma.

Outra função desempenhada pelos protetores públicos seria dar apoio às pessoas que resgatam algum animal abandonado.

Também existe a possibilidade de os protetores públicos irem até as escolas para fazer palestras, a fim de conscientizar os alunos sobre questões como maus-tratos e abandono de animais.

À medida que o projeto for se desenvolvendo, a cada seis meses, de acordo com o parlamentar, será feito levantamento para verificar se o abandono está diminuindo em Tatuí.

Segundo ele, a tendência é que os abrigos deixem de existir em dez ou 15 anos, pois não haveria mais animais abandonados. O vereador destaca que, até o final do atual governo, aconteceria uma diminuição considerável.

“Será feito um monitoramento para sempre, para que, caso haja algum aumento, a Prefeitura possa fazer um programa de intensivo de castração, para conter o abandono”, afirma Franson.

Ele ainda lembra que o projeto não é revolucionário, pois “todo mundo sabe que a castração é o caminho para acabar com o abandono”.

O vereador reforça que, a partir de agora, a coordenação do “Protetor Público de Animais” fica sob a responsabilidade da Prefeitura e que ele terá como função acompanhar os trabalhos.

Por fim, Franson explica que o modelo do projeto em ação, atualmente, é um “aperfeiçoamento” da ideia elaborada por ele há cerca de seis anos, que envolvia a implantação de postos veterinários.

“Ele é mais barato e, melhor ainda, pode ser aplicado em qualquer outra cidade do Brasil. Meu objetivo era justamente que outros municípios também pudessem trabalhar com esse projeto”, finaliza.

Pré-candidatura

O vereador Jose Márcio Franson confirmou pré-candidatura a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). “Já é 100% certeza que eu serei o candidato pelo PT, mas a candidatura só será oficializada em junho”.

Segundo ele, toda a campanha como candidato a deputado será voltada, exclusivamente, para o projeto “Protetor Público de Animais” e para “a proteção animal como um todo”.

“Vou dar meu sangue para que as ações do projeto sejam implantadas em todo o Estado de São Paulo”, declarou o parlamentar.

O pré-candidato ressalta que trabalhará apenas com e-mail e redes sociais, pois não tem dinheiro para grandes campanhas. “Sei que vai ser difícil eu ser eleito, não tenho ilusões quanto a isso, mas vou batalhar para ter um resultado positivo”.

Uma das ideias de Franson é criar uma linha de financiamento para que as prefeituras possam ter ajuda de custo do Estado para elaborar e colocar em prática o projeto.

“A proteção animal como um todo é o meu foco. Já tem bastante gente que luta pelos idosos, pelas mulheres e pelas crianças, então, vou atuar em prol dos animais”, ressaltou.