Pontos de internet gratuita são ampliados





Amanda Mageste

Juliano Crispim, diretor de TI, afirma que 800 pessoas utilizam o serviço de internet por dia

 

A internet gratuita será ampliada e o número de usuários que utilizam o serviço deve somar 30 mil em oito meses. A “Praça do Carroção”, no bairro Valinho, a praça Paulo Setúbal (do “Barão”) e a praça Ayrton Senna, na vila Doutor Laurindo, já estão recebendo sinal.

Desde novembro do ano passado, a Prefeitura disponibiliza estações de internet em alguns pontos da cidade, como Praça da Matriz, arredores da Prefeitura, praça Martinho Guedes e Praça de Alimentação.

De acordo com o diretor do Departamento Municipal de TI (Tecnologia da Informação), Juliano Crispim, por dia, há aproximadamente 600 acessos de usuários em estações de internet.

Conforme o diretor de TI, a intenção da Prefeitura, junto ao departamento, é aumentar, ainda neste ano, o número de locais que oferecem internet gratuita à população. “Como próxima etapa, a gente quer levar para bairros mais distantes do centro da cidade”, ressaltou.

Segundo Crispim, o próximo bairro a oferecer internet gratuita será o Santa Rita de Cássia. Ele acredita que o serviço deve estar disponível num prazo de dois a três meses.

A ideia inicial será formar uma parceria com o Acessa SP, que será inaugurado no bairro. De acordo com Crispim, apesar de o local não ser uma praça, o departamento pretende disponibilizar sinal naquela área.

O diretor afirmou que, se o Acessa SP disponibilizar internet de graça aos moradores dos arredores do local, a Prefeitura disponibilizará sinal em uma praça de esportes no bairro. Se não conseguir parceria com o Acessa SP, o único ponto deverá ser a sede do programa.

A praça Santa Cruz também seria um novo local que disponibilizaria internet gratuita. Porém, segundo o diretor, a equipe de TI está encontrando dificuldades para encontrar local para instalar equipamento.

A praça Manoel Guedes (do “Museu”) também deverá receber internet. De acordo com o diretor, a ideia de fornecer sinal surgiu da coordenadora do Museu Histórico “Paulo Setúbal”, Raquel Fayad, devido ao grande número de visitação de moradores e turistas.

Porém, o departamento de TI encontra dificuldade para instalar a antena. Por a internet ser via rádio, as árvores da praça atrapalhariam o recebimento de sinal. Conforme Crispim, ele ainda está estudando qual o melhor lugar para instalar o equipamento.

De acordo com o diretor, há intenção de contemplar outros bairros, mas em projetos futuros. Por hora, o objetivo é oferecer o serviço aos moradores do Santa Rita e encontrar um ponto para equipamento na praça Santa Cruz.

Além da ideia de levar o projeto para bairros mais periféricos, Crispim adiantou que pretende integrar a internet com áreas da Saúde, como postos de saúde, UBSs e pronto-socorro. De acordo com o diretor, essa integração deve acontecer somente no ano que vem.

Como funciona

A ideia de oferecer internet gratuita à população surgiu devido a uma “sobra de link” que a Prefeitura possui. De acordo com Crispim, a equipe de TI aproveitou um domínio de internet disponível que o Executivo não usava.

“A gente tem um link de 50 megas de internet. No dia, usamos, aproximadamente, 20. Então, sobra bastante. A gente pegou e transferiu para as praças. Não teve nenhum investimento em cima de link de internet. A única despesa que a gente teria era de comprar alguns equipamentos para enviar sinal”, ressaltou Crispim.

Mesmo com a expansão dos locais de sinal gratuito, o diretor afirmou que não foi necessário aumentar o plano de internet. Segundo ele, o maior número de acessos é a partir das 17h, quando a Prefeitura já não está mais usando, o que faz com que o link inteiro esteja disponível nas estações.

Conforme Crispim, o custo de cada equipamento instalado é de cerca de R$ 1.000 e a manutenção, feita pela própria equipe de TI.

“O custo é quase zero. A gente mesmo que faz tudo, a manutenção de servidor fica aqui. Então, com pouco investimento, conseguimos fazer um negócio que alcança bastante”, salientou o diretor.

Para acessar a internet gratuita nos locais disponíveis, basta conectar um aparelho à rede, sem senha. No primeiro acesso, ao abrir o navegador do celular, computador ou tablet, o usuário é direcionado a uma página em que deve aceitar termos de uso. Após isso, a conexão é liberada.

A partir do próximo mês, por conta do aumento de usuários, as pessoas deverão preencher um cadastro. Haverá um sistema em que deverão colocar nome, senha e enviar dados pessoais.

O serviço de internet gratuita funciona das 6h às 22h. De acordo com Crispim, quando o acesso gratuito foi inaugurado na cidade, o sinal ficava disponível 24 horas por dia, porém, por segurança, a Prefeitura decidiu diminuir o horário.

“O pessoal estava ficando até tarde nas praças. De dois meses para cá, limitamos o acesso, porque chegava de sábado e domingo, você passava de madrugada e tinha gente usando. Então, por segurança pública, seguramos até 22h, para evitar transtorno”, explicou Crispim.

Conforme ele, não adiantaria a Prefeitura oferecer um serviço “legal” de internet e, com isso, aumentar o índice de roubos e crimes nas áreas em que estão disponíveis os sinais.

A sessão da internet expira a cada 30 minutos, mas isso não bloqueia o uso. Esse tempo limite foi definido para evitar o consumo alto da banda.

Segundo o diretor, muitas pessoas deixavam a internet conectada nos aparelhos para baixar filmes ou documentos muito pesados, e isso atrapalhava a conexão de outros usuários.

De acordo com o diretor, após a sessão expirar, é possível utilizar novamente, basta entrar no navegador e autenticar mais uma vez. Portanto, não há limite de dados ou tempo de uso.

A velocidade da internet disponível é de 128 kbps. De acordo com Crispim, não é possível oferecer mais agilidade no sinal porque esse número é determinado por lei.

Para redes sociais, a Prefeitura disponibilizou uma velocidade um pouco maior, pois “não seria possível acessar o Facebook, por exemplo, com 128 (kbps), não carregariam as imagens”, salientou Crispim.

De acordo com o diretor, para sites comuns, não é possível aumentar a velocidade, mas, para sites mais utilizados pelos usuários, a equipe de TI liberou velocidade de um mega.

Os equipamentos que disponibilizam internet nas praças possuem limitação de estrutura. Cada antena consegue abranger 300 aparelhos conectados. Mais do que isso não é possível.

Na Praça da Matriz, por sempre ter eventos e ser a mais movimentada, há dois pontos de internet. Na Ayrton Senna, também existem dois equipamentos. Por ser uma área grande, foram necessárias mais estações para abranger todo o local.

Cada antena abrange, aproximadamente, 300 metros de raio. No caso da Praça da Matriz, o sinal de internet chega um pouco mais longe, por ter dois pontos em locais diferentes.

O diretor de TI consegue ver em tempo real quantas pessoas estão conectadas em cada estação de internet e se o sinal está bom. “Se uma antena cai, eu já estou sabendo, mesmo se for de final de semana. Em casa mesmo, pego o tablet e vejo se está tudo em ordem”, contou.

Quinta-feira a domingo são os dias em que Crispim observa mais pessoas conectadas nas redes públicas. De todos os acessos, os celulares são os aparelhos mais utilizados.

O diretor afirmou que consegue visualizar quais sites são os mais acessados, sendo que as redes sociais estão sempre entre os primeiros.

Segundo Crispim, todos os sites de pornografia e invasão são bloqueados, e nenhum aparelho consegue abri-los. “Estão todos muito bem travados, principalmente a parte de pornografia”, garantiu.

De acordo com o diretor, há um servidor atualizado que bloqueia todos os sites que possuem “qualquer ligação” com pornografia.

A internet nas praças e espaços públicos faz parte do programa “Cidades Digitais”, do governo federal.

Cidades Digitais

De acordo com Crispim, há projeto de aumentar o “Cidades Digitais”. O programa, segundo o Ministério das Comunicações, tem o objetivo de modernizar a gestão, ampliar o acesso aos serviços públicos e promover o desenvolvimento dos municípios por meio da tecnologia.

O diretor explicou que há um plano do governo federal de implantar fibra ótica em torno da cidade. Conforme Crispim, o município já foi inscrito no programa e aguarda, somente, verba para integrar a cidade em vias de fibra, disponibilizando internet às residências.

“A gente vai poder utilizar a mesma estrutura da internet nas praças. A ideia é a seguinte: a pessoa tem o IPTU em dia, vem na Prefeitura, faz um cadastro e pode colocar internet gratuita na casa dela”, explicou Crispim.

Conforme o diretor, o programa é interessante para a população e para o Executivo, porque as pessoas deverão manter os pagamentos de IPTU em ordem, para que consigam utilizar o benefício de internet gratuita.

Ainda segundo Crispim, há várias cidades que estão fazendo isso. “A gente fez algumas visitas. Ribeirão Preto foi a última que fomos visitar. Lá, funciona muito bem isso. A procura das pessoas para acertarem o que devem à Prefeitura foi gigante”.

Não haverá limites de dados por aparelho conectado. Porém, por lei, a velocidade não poderá ultrapassar 128 kbps.

Conforme Crispim, não há prazo para início do programa, porque a cidade depende de estrutura do governo federal, o que pode resultar na demora em colocar a fibra em torno de 80 quilômetros do município.