A prefeita Maria José Vieira de Camargo inaugura, na noite deste sábado, 16, três obras de infraestrutura. O complexo viário a ser entregue é composto pela ponte do Jardim Junqueira (reconstruída) e duas duplicações.
Os projetos começaram a ser desenvolvidos em janeiro, quando o Executivo promoveu a intervenção parcial da via. Posteriormente, com a queda de uma das bases da ligação, a Prefeitura decidiu interromper totalmente o acesso.
As obras de infraestrutura incluem uma rotatória, para interligação com a avenida Domingos Bassi, no bairro Cecap. Por determinação da prefeita, a equipe da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura estendeu intervenções ao prédio que abrigou o primeiro matadouro do município, construído em 1856.
O imóvel em restauração não será entregue na mesma cerimônia. Maria José explicou que, por sugestão do professor e arquiteto Eduardo Salmar Nogueira e Taveira, o Executivo decidiu postergar a inauguração do espaço para 2018.
“Não vamos entregá-lo nesse momento por conta de contratempos que tivemos com relação ao tempo. Além disso, o prédio passa por um processo mais complexo e que exige mão de obra mais especializada”, argumentou Maria José.
De acordo com a prefeita, os planos de revitalização do imóvel seguem em duas etapas. Na primeira, a Prefeitura está promovendo a recuperação da fachada externa, com a reparação dos tijolos que revestem as paredes, além do telhado.
Na seguinte, a restauração será focada na parte interna do prédio histórico, com a implantação das redes hidráulica e elétrica, para permitir a ocupação.
A proposta da Prefeitura, com a conclusão da obra, é de transformar o imóvel em um futuro MIS (Museu da Imagem e do Som). Esse projeto deverá ser contemplado com recursos do MIT (Município de Interesse Turístico).
Como a restauração exige mais tempo, a prefeita explicou que o grupo de trabalho resolveu mudar a meta inicial de entrega da fachada externa do matadouro para janeiro. A intenção era apresentá-la ao público junto com as obras viárias. Devido aos contratempos, o prazo foi ampliado para mais 45 dias.
No evento programado para as 19h, Maria José vai liberar o acesso à ligação e as passagens pelos trechos duplicados, sendo o primeiro a rua Maria Aparecida Santi e o seguinte, a marginal do ribeirão do Manduca, na primeira etapa.
“Estamos fazendo o trabalho de duplicação da marginal em fases. A segunda será concluída junto com a ponte do Jardim Paulista”, contou a prefeita.
Segundo ela, entre as pontes do Marapé e do Junqueira e até o Mangueirão, a Prefeitura realizou obras complementares, como a construção de passarela para pedestres e paisagismo.
No entanto, duas intervenções são consideradas mais importantes. Elas consistem na contenção da erosão na rua Maria Aparecida Santi, por meio do bolsacreto, e na implantação de sistema de drenagem de águas pluviais.
Ao todo, a Prefeitura investiu mais de R$ 3 milhões, sendo que parte dos recursos veio do MIN (Ministério da Integração Nacional), do governo federal.
Maria José explicou que o montante permitiu à Prefeitura colocar em prática a intenção de modernização do tráfego. Isso porque as duplicações atendem ao projeto da ponte, com o dobro da capacidade de passagem que a anterior.
“Quando nós projetamos a nova ligação, ela contemplava vias de mão duplas nos dois sentidos. Então, automaticamente, precisamos aumentar tanto a rua como a marginal para que não houvesse um estrangulamento do fluxo”, contou.
A prefeita disse que a conclusão das obras marcará o fim do primeiro ciclo de atenção à infraestrutura. Além de garantir escoamento da produção, as duplicações e a ponte permitirão acesso mais rápido aos bairros da zona leste da cidade, cuja população é estimada, pela Prefeitura, em mais de 45 mil pessoas.
Maria José destacou que o trecho – envolvendo também a região do Marapé e do Morro Grande – merecia atenção especial por ser um dos principais pontos de entrada e saída do município. “Era uma necessidade”, acrescentou.
Conforme a prefeita, quando as pontes caíram (Marapé e Junqueira), a região ficou desguarnecida. Em função disso, a Prefeitura chegou a decretar situação de emergência, por meio de documento homologado pelo Estado e União.
Prevendo aumento do número de veículos, a partir da liberação da ponte do Junqueira, Maria José relatou que a Secretaria de Obras passou a estudar a mudança no traçado. “Foi aí que nós nos deparamos com o problema da erosão, que mereceu atenção especial. Ali foi o nosso maior problema”, contou.
De acordo com a prefeita, o desmoronamento no trecho entre o Marapé e a ponte do Junqueira avançou para a rua Maria Aparecida Santi, exigindo a adoção de um sistema inédito no município: o bolsacreto. Trata-se de um preenchimento por meio de concreto, aplicado em bolsas plásticas, como barreira.
“Ali, nossos engenheiros e funcionários realizaram um trabalho muito cuidadoso. Liderados pelo secretário Marco Luís Rezende, eles conseguiram resolver a erosão, sem falar no serviço de drenagem”, comentou.
Maria José afirmou que o trabalho de implantação de galerias pluviais é considerado um dos maiores já realizados naquela região. “Vai durar mais de 50 anos, sendo completado pelo bolsacreto e, agora, com o vetiver”, complementou.
O vetiver é um capim que atinge até dois metros de altura e tem raízes que podem penetrar até seis metros de profundidade. A aplicação da planta da família das gramíneas é indicada para regiões que estejam passando por controle de erosão.
A O Progresso, a prefeita ressaltou o empenho de toda a equipe da Prefeitura para a conclusão dos projetos. De acordo com ela, todos contribuíram para que as obras pudessem ser realizadas. “É um esforço conjunto, e eu fico muito feliz de ter pessoas que me dão suporte”, complementou.
Denominação
A ponte do Junqueira foi denominada, pelo vereador Ronaldo José da Mota (PPS), de “Dr. Celso Charuri”, por meio de projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal.
O homenageado faleceu em 1981, era médico cirurgião, psicanalista, cientista e filósofo, dedicando toda a vida ao “profundo estudo da mente humana”.
Charuri criou, em 1978, a “Pró-Vida”, entidade que, com cursos de desenvolvimento e treinamento mental, preparou mais de 200 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças.
Atualmente, a Pró-Vida existe também na Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai, Colômbia, México, Espanha, Portugal, Itália e Estados Unidos. Em Tatuí, a instituição colaborou com várias entidades locais, como Lar Donato Flores, Lar São Vicente de Paulo, Força para Viver e Casa Irmãos de Rua São José.