Da reportagem
Em 1973, o Brasil deu grande passo no âmbito da saúde pública. Por determinação do Ministério da Saúde, foi criado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), visando coordenar, padronizar e sistematizar as ações em vacinação em todo país. Aos chegar aos 50 anos em 2023, o PNI impõe um novo desafio para a Saúde de Tatuí e de todo o país: a queda no alcance do programa.
Segundo a diretora da Vigilância em Saúde local, Rosana Oliveira, o grande desafio, atualmente, é aumentar a adesão ao PNI. “Desde 2017, houve uma baixa na procura dos imunizantes. A população talvez ignore que a grande maioria das doenças contagiosas é ‘imunoprevenível’, ou seja, podem ser evitadas através das vacinas que o SUS oferece gratuitamente e em muitos locais de fácil acesso à população”, afirma.
De acordo com ela, o cenário tatuiano do momento “visa envolver a população numa intensa conscientização da necessidade da vacinação não só para as crianças, assim como adolescentes, adultos, idosos, gestantes e profissionais de diversos segmentos”.
História
Rosana conta que, na época do lançamento do PNI, o Brasil recebeu a certificação internacional de erradicação da varíola. E, há 50 anos, o PNI cumpre a ambiciosa missão de vacinar uma enorme população dispersa em um território continental como o do Brasil, profundamente marcado pela diversidade de culturas e cenários, e, também, pela desigualdade de condições de vida.
Apesar de ser considerado o maior programa de vacinação público e gratuito do mundo, com 20 vacinas que eliminaram doenças importantes como a poliomielite, o tétano neonatal e a rubéola congênita, o programa completa meio século de vida lutando para reverter retrocessos que levaram as coberturas vacinais de volta aos níveis dos anos de 1980.
Pesquisadores veem com otimismo o novo momento vivido pelo programa, mas apontam que há um longo caminho a ser percorrido.
“O PNI é uma das únicas políticas governamentais que nunca foi mudada ou tiradas as suas funções, pelo excelente funcionamento e desempenho. É parte fundamental do SUS e estabelecido pela Constituição de 1988”, informa a diretora.
Além da prevenção de doenças, o PNI contribuiu fortemente para o avanço do sistema de vigilância epidemiológica, exigindo, assim, um controle de qualidade das vacinas oferecidas pelo SUS.
De acordo com Rosana, Tatuí sempre esteve ativa, junto ao PNI, tanto na vacinação de rotina oferecida pelas unidades básicas como em outras ações.
Ela cita, como exemplos, campanhas periódicas de multivacinação para crianças e adolescentes, campanhas de sarampo com mobilização geral e vacinação nas residências, verificação de carteirinhas das crianças de todas as creches, assim como a vacinação contra a pólio para crianças em atraso na própria creche.
A diretora ainda lista a vacinação contra o vírus Influenza nas unidades, domicílios, praças e pontos estratégicos, a vacinação contra a meningite para trabalhadores da Educação e da Saúde e a vacina Influenza para empresas.
“No caso específico da vacina Influenza, no início da pandemia de Covid, ela foi administrada casa a casa por um grande mutirão de profissionais da Saúde”, lembra.
“Nessa mesma época, Tatuí recebeu a primeira remessa da vacina contra o novo coronavírus. Começamos com os grupos de risco e, depois, fomos para a população em geral, nos polos montados, atendendo a população em horários estendidos”, enumera.
“Essa batalha continua, pois a vacinação contra a Covid nunca parou; está disponível em todas as unidades de saúde urbanas e nas duas unidades rurais em nosso município”, informa.
“A Secretaria de Saúde, em parceria com a Vigilância Epidemiológica, mantém intensa atividade junto às unidades básicas e salas de vacina para o seguro atendimento de nossa população”, reforça a profissional.
“Aguardamos, num futuro bem próximo, novas ações que estão propostas pelo Ministério da Saúde, dando continuidade nas atividades de vacinação de alta qualidade”, finaliza.