Parlamentares aprovam alteração em artigo do Plano Diretor de Tatuí

Da reportagem

Sancionado pela prefeita Maria José Vieira de Camargo, por meio da lei municipal 5.385, de 10 de setembro de 2019, o Plano Diretor de Tatuí, instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, será alterado.

Na noite de segunda-feira, 22, em sessão extraordinária realizada pelo SDR (sistema de deliberação remota), os parlamentares aprovaram o projeto de lei 48/19, de autoria do Poder Executivo.

A matéria altera um artigo que determina os recuos mínimos em edificações no município. O PDT foi aprovado com um recuo mínimo de frente de cinco metros e o PL solicita a mudança para quatro metros. Segundo a justificativa, a prefeitura já aplicava a regra de quatro metros antes da aprovação do PDT.

A discussão entre os vereadores a respeito do PL se estendeu por cerca de uma hora. O vereador Eduardo Dade Sallum (PT) questionava a mudança e solicitava um respaldo técnico que a justificasse, enquanto diversos parlamentares se manifestavam a favor do documento.

Posteriormente, os pareceres de comissões permanentes, assim como as votações em primeiro e segundo turno do PL 48/19, receberam aprovação, com 14 votos favoráveis e uma abstenção, a de Sallum.

Anteriormente, durante a sessão ordinária, os parlamentares apreciaram, debateram e acataram 72 documentos, sendo 20 indicações, 49 requerimentos e 3 moções de aplausos e congratulações.

Alguns dos requerimentos apresentados pelos vereadores são relacionados ao coronavírus. João Éder Alves Miguel (MDB) protocolou o documento 594/20, questionando a prefeitura sobre a possibilidade de realização de testes em massa.

Alves Miguel apontou que, a princípio, os testes deveriam ser feitos em comerciantes. “Com a retomada do comércio, temos um movimento muito grande nas ruas. Infelizmente, algumas pessoas ainda insistem em não utilizar as máscaras de proteção, um cuidado básico contra a infecção”, declarou.

O requerimento 596/20, de Alexandre de Jesus Bossolan (PSDB), pergunta sobre o monitoramento de pessoas que testaram positivo e estão em isolamento domiciliar.

Conforme Bossolan, os vereadores têm sido questionados pela população se essas pessoas estão respeitando o isolamento e se a prefeitura as fiscaliza. “Quando o caso de Covid-19 é confirmado, o isolamento tem de ser intensificado. Peço a essas pessoas para que, realmente, levem a doença a sério e permaneçam em isolamento”, apelou o vereador.

Sallum, pelo requerimento 617/20, solicita que a prefeitura direcione uma equipe permanente de fiscalização ao Mercado Municipal “Nilzo Vanni” durante o período da pandemia. Ele cobra mais fiscalização sobre as medidas de higiene e distanciamento social no espaço.

“É preciso que a prefeitura fiscalize, pois o ‘Mercadão’ recebe um grande volume de pessoas diariamente, podendo ser um vetor do desenvolvimento e contágio do coronavírus em Tatuí”, reforçou.

O vereador ainda é o autor do requerimento 613/20. A matéria pede informações à prefeitura sobre a possibilidade de complementar-se o auxílio emergencial aos tatuianos, caso o governo federal reduza o valor de R$ 600 no pagamento da quarta e da quinta parcela.

O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, reafirmou na segunda-feira, 22, que o governo não tem condições de manter o auxílio emergencial em R$ 600. O benefício gera uma despesa mensal de 50 bilhões à União.

Sallum ainda convidou os vereadores “que têm responsabilidade com os tatuianos” a protocolarem uma moção de apelo, na próxima sessão, para que o presidente da República não reduza o valor do auxílio emergencial.

Alves Miguel ainda ressaltou o requerimento dele, 595/20, no qual pede que a prefeitura crie uma política pública para garantir a distribuição de absorventes às mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

“Existem diversas pesquisas que apontam a necessidade de as mulheres trocarem os absorventes a cada seis horas, durante o período menstrual. Diversas mulheres, infelizmente, não têm condições financeiras para isso. É uma questão de saúde pública”, concluiu Alves Miguel.