NAF promove exposição fotográfica sobre “mulheres heroínas negras”

Exposição terá entrada gratuita, e permanecerá aberta ao público até o dia 25 de agosto (divulgação NAF)

O NAF (Núcleo Afro Feminino) de Tatuí, em parceria com o Centro Cultural, equipamento de cultura da prefeitura, promove na terça-feira, 30, às 19h, a abertura da exposição de fotos figurativas “Mulheres Heroínas Negras”.

A exposição, produzida pelo NAF, encerra o mês de comemorações pelo Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra (25 de julho), e também celebra o Dia Mundial das Mulheres Latino-Americanas e Caribenhas, apresentando fotos figurativas, protagonizadas por mulheres negras.

Conforme ressaltado pelo Departamento de Cultura, a exposição vai mostrar mulheres que, “com suas distintas estratégias de resistência, se tornaram heroínas quilombolas e escritoras, ao vivenciarem contextos que marcaram suas histórias, tornando-se reconhecidas ao longo do tempo”.

De acordo com Marisa Silva, uma das integrantes do NAF, o objetivo principal da exposição é contar a história de mulheres que “foram reconhecidas ao longo dos anos e também acabaram sendo esquecidas”.

“Com a exposição, poderemos atingir o público. Ela vai ficar vários dias. Então, qualquer pessoa pode comparecer e conhecer um pouco da história. Também serve como um material educacional, é bom para os professores, alunos e pessoas que ainda não conhecem a história dessas mulheres”, argumentou a militante.

O Núcleo Afro Feminino de Tatuí é formado por mulheres negras que se uniram para formular ações que promovam o “empoderamento feminino, a identidade étnica e o respeito às diferenças”. O grupo ainda é integrado por Solange Pantaleão, Elaine Pires, Rafaele Breves, Rosângela Martins, Paula Silva e Michele Rolim.

Conforme Marisa, a exposição vai ao encontro do trabalho já realizado pelo NAF. Ela lembra que o núcleo tem uma série de trabalhos sociais e eventos voltados à raça negra. “Nossa militância é pelo combate da desigualdade social, temos diversos trabalhos neste sentido”, ressaltou.

A militante do núcleo ainda ressalta que o resultado esperado com a exposição é a “conscientização”.

“A gente quer que as pessoas vejam a história que não foi contada e, depois, continuem a se interessar pelo assunto. Acredito que, a partir da visita à exposição, as pessoas vão procurar pesquisar, se informar mais, e vão estar dentro do nosso propósito”, observou.

A exposição terá entrada gratuita e permanecerá aberta ao público até o dia 25 de agosto, de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 19h às 21h. O Centro Cultural de Tatuí está situado na praça Martinho Guedes, 12, centro.

A data

Marisa destaca que a escolha do mês para a exposição não é por acaso. Em julho, o país celebra três datas importantes para a história. Desde 1992, o dia 25 de julho é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha.

Em reforço à comemoração já instituída pela ONU e em apoio à luta das mulheres negras brasileiras, em 2014, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei 12.987, que instituiu o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Tereza de Benguela é uma líder quilombola que viveu no século 18. Ela comandou o quilombo do Piolho, ou Quariterê, em Mato Grosso, e ficou conhecida pelo “estrategismo” e por ter criado uma forma de organização no quilombo semelhante a um parlamento, com deputados, um conselheiro, reuniões e uma sede. Em 1770, a líder foi pega em uma emboscada e assassinada.