Sífilis (1ª parte)

A sífilis, outra doença sexualmente transmissível (DST), é também chamada de cancro duro ou Lues. É uma doença causada pela bactéria “Treponema pallidum”, que, na maior parte dos casos, é transmitida através do contato íntimo sem uso de preservativo

Os primeiros sintomas são feridas indolores no pênis, no ânus ou na vulva, que, se não forem tratadas, desaparecem espontaneamente e retornam depois de semanas, meses e anos nas suas formas secundária ou terciária, que são mais graves e muito perigosas.

Quando esta infecção surge durante a gravidez, ela pode infectar o feto, que contrai a sífilis congênita, uma doença que pode se tornar grave e causar má-formação, aborto ou, até mesmo, a morte do bebê.

A sífilis tem cura e o tratamento é feito através de injeções de penicilina, orientadas pelo médico de acordo com a fase da doença em que o paciente se encontra. A úlcera é causada pela infecção da bactéria “Treponema pallidum”.

A sífilis pode se apresentar através de variados sintomas, que, geralmente, estão de acordo com a fase em que a doença se encontra:

  1. Sífilis Primária

A sífilis primária é o primeiro estágio da doença, que surge cerca de três semanas após o contágio. O principal sintoma nesta fase é o surgimento do cancro duro, caracterizado por um pequeno caroço rosado que evolui para uma úlcera avermelhada, com bordas endurecidas e fundo liso, coberto por uma secreção transparente. Esta úlcera é indolor e costuma surgir no local da infecção, geralmente, nos órgãos genitais, mas também podem surgir na região anal, boca, língua, mamas ou dedos.

  1. Sífilis Secundária

Os sintomas da sífilis secundária surgem cerca de seis a oito semanas depois do desaparecimento das lesões causadas pela sífilis primária. Nesta fase, são comuns sintomas que afetam o corpo todo, como ínguas inflamadas, dor de cabeça, mal-estar geral, febre, perda de apetite e dores musculares e articulares, por exemplo.

Esta fase costuma persistir durante o primeiro e segundo ano da doença, ocorrendo novos surtos que regridem espontaneamente, intercalados por intervalos sem sintomas que costumam ser cada vez mais duradouros.

  1. Sífilis Terciária

Após a sífilis secundária, se o tratamento não for feito, algumas pessoas passam para o terceiro estágio da doença, que é caracterizado por lesões maiores na pele, boca e nariz, que são endurecidas e infiltrativas, além de sérios problemas cardíacos, no sistema nervoso, nos ossos, nos músculos e no fígado.

Alguns dos sintomas mais graves são: doenças psiquiátricas, como demência, paralisia geral progressiva ou alterações de personalidade; alterações neurológicas, como reflexos nervosos exagerados ou pupilas não responsivas à luz; insuficiência do coração ou aneurisma e regurgitação da aorta, principal vaso sanguíneo do corpo.

Esses sintomas podem surgir entre 10 até 30 anos após a infecção inicial e quando não é feito o tratamento da doença.

Diagnóstico e tratamento

Existem diversos métodos de diagnóstico da sífilis, sendo alguns mais simples, em que é necessária a observação e biópsia (raspagem das feridas) para avaliar a presença da bactéria, útil nas fases iniciais da sífilis primária ou secundária, período em que as bactérias estão em grande quantidade.

Já os exames de sangue que avaliam a presença de anticorpos contra a bactéria, como VDRL ou FTA-ABS, podem ser feitos após duas a três semanas da infecção, muito úteis para investigar suspeitas em pessoas que não apresentam lesões ativas.

A coleta de líquido cefalorraquidiano, presente na medula espinhal, pode ser necessária para identificar a infecção no sistema nervoso, em casos de suspeita de sífilis terciária, fase extremamente grave da doença.

O tratamento para a sífilis é feito com o uso de antibióticos como a Penicilina, e a dose e a duração dependendo da gravidade e do tempo de contaminação da doença. O mesmo tratamento com injeções de penicilina é feito para as mulheres grávidas, a fim de evitar o contágio do bebê com a sífilis.

Durante o primeiro ano de tratamento, o paciente deve realizar exames de sangue a cada três meses para identificar a eficácia do tratamento, e, no segundo ano, os exames são feitos a cada seis meses. Observação: não existe vacina contra a sífilis. Na próxima edição, continuaremos a falar sobre o assunto.

Fonte: https://www.tuasaude.com/sifilis – artigo original escrito por doutora Sheila Sedicias e adaptado para esta matéria.

* Médico com título de especialista em pediatria – pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Associação Médica Brasileira e diretor clínico da Alergoclin Cevac – Clínica de Vacinação de Tatuí.