‘Risco em potencial Existe’, alerta major sobre acampamento





A combinação lona, madeira e fogo gera risco iminente de incêndio, conforme analisou o comandante do 15º Grupamento Regional de Bombeiros de Sorocaba, major Miguel Ângelo de Campos. O oficial disse que essas condições são verificadas em ocupações como a ocorrida em Tatuí.

Conforme o oficial, como os barracos são montados de maneira improvisada e com uso de material altamente inflamável, há “grande possibilidade de incêndio”. O mais preocupante é que, com isso, “alguém venha a se machucar”.

“É uma situação que preocupa, e muito, porque o pessoal faz uso de fogo não só para aquecer, mas para iluminar e cozinhar. Existe risco em potencial, e, infelizmente, essa é uma realidade”, comentou, por telefone.

Como a área já está ocupada, o major explicou que o Corpo de Bombeiros não pode realizar nenhum tipo de intervenção. O motivo é que, a partir da consolidação da invasão, toda ação precisa, em geral, ser feita por ordem judicial. Neste caso, os bombeiros apenas dão suporte para a ação de reintegração, quando solicitados pelo Judiciário.

“Quando o pessoal está montando acampamento, as polícias podem usar de força para impedir que a situação prossiga. A partir do momento em que a ocupação existe, não é mais possível intervir sem ordem judicial”, argumentou.

Mesmo avaliando que há risco iminente, os bombeiros não têm autorização para desenvolver qualquer tipo de ação no local. No caso da ocupação na vila Angélica (reportagem nesta edição), o major disse que os riscos podem aumentar por conta do uso de velas, como mencionado por Rosineide Maria dos Santos, 39.

A desempregada contou à reportagem que improvisa a iluminação, no período da noite, com uma vela. “Não tem problema, não. Nós usamos enquanto estamos dormindo”, disse ela, referindo-se ao risco de incêndio.

Qualquer intervenção dos bombeiros no local pode ser considerada arbitrariedade e questionada. “É por isso que as forças policiais aguardam determinação judicial para realizarem qualquer tipo de ação”, ressaltou o major.

O mesmo ocorreu em Quadra, quando os bombeiros estiveram na fazenda Paiol apenas para participar do cumprimento de ação de reintegração de posse. Lá, as equipes deram apoio ao policiamento, agindo no combate a focos de incêndio, iniciado como protesto por parte dos ocupantes, no início da operação.

O uso de fogo pelos ocupantes, para aquecimento e preparo de alimentos, tem incomodado moradores vizinhos. Uma das residentes do Jardim Juliana, que fica próximo ao local, enviou mensagem ao bissemanário por rede social (www.facebook.com/oprogresso.detatui.145).

Ela afirmou estar preocupada com a situação e também mencionou que “lutou muito para comprar uma casa no loteamento”. Ainda declarou que as pessoas que ocupam o local “estão queimando coisas e fazendo algazarra”. A fumaça afetou a filha da moradora, que tem problemas respiratórios.